Amizade Colorida
Rapaz e moça, magoados com seus últimos relacionamentos resolvem ser apenas amigos e ter relações sexuais casuais. Não, não vou falar do filme Sexo sem Compromisso que estreou em abril desse ano. Amizade Colorida, filme protagonizado por Justin Timberlake e Mila Kunis seria uma ótima comédia romântica que se não trouxesse um argumento tão parecido com o filme de Ivan Reitman. Sabendo disso, no entanto, Will Gluck acaba construindo bons momentos de sátira do próprio gênero e trazendo inovações no tema já batido.
Jamie é uma caça-talentos que convence Dylan a deixar Los Angeles por um bom emprego em Nova York e assim, garantir sua comissão. Vindo ambos de relacionamentos frustados e aparentemente fechados para o amor, o casal se permite uma amizade mais aberta, digamos assim, onde o sexo é permitido casualmente. Entre pressões, distrações e necessidades fisiológicas e emocionais, não precisa ser muito esperto para saber tudo o que vai acontecer nesse filme. Ainda assim, os roteiristas Keith Merryman, David A. Newman e Will Gluck, conseguem nos dar algumas doses de criatividade como a inserção do flash mob e as piadas com os filmes românticos adorados por Jamie.
Nessa metalinguagem, o casal assiste a uma típica comédia romântica, em uma das melhores cenas do filme. Jamie chorando e recitando cada fala, enquanto Dylan faz piadas com o gênero, quase não acreditando que possam fazer algo daquele estilo. Aí estão expressas as características dos personagens e os clichês do gênero, onde a moça romântica e sonhadora se depara com o rapaz emocionalmente insensível e com pouca paciência para tudo aquilo. Basta lembrar do clássico Sintonia de Amor, quando a irmã do personagem de Tom Hanks lhe explica o filme Tarde demais para esquecer. O fato é que Jamie e Dylan são apenas mais um casal típico desse tipo de filme com seu destino traçado desde a primeira linha do roteiro.
Ainda assim, o diretor Will Gluck consegue dar um bom ritmo inicial, construindo brincadeiras nas montagens em paralelo dos personagens. Além de apresentar a situação de forma criativa. Quando o pacto começa, no entanto, o filme passa um bom tempo em um clipe de cenas na cama, em elipse demonstrando que mais do amigos, eles se tornaram parceiros de colchão. É tanto, que chega ao ponto de pensarmos que só teremos isso a partir de então, até que entra em cena a personagem nonsense da trama: Patricia Clarkson como a mãe de Jamie. A personagem meio perdida na década de setenta é um alívio cômico interessante, apesar de exagerar em alguns momentos.
Além de Patricia Clarkson, todo o elenco de apoio é bem vindo, Richard Jenkins, como pai de Dylan, Woody Harrelson como colega de trabalho e Jenna Elfman como irmã do personagem, sustentam bem as tramas paralelas e ajudam a história a andar. Ainda que Justin Timberlake e Mila Kunis estejam bem nos papéis e terem uma ótima química, a história acaba não se sustentando apenas com o casal, já que as piadas e o ritmo inicial caem no momento em que eles fazem o inusitado pacto com a mão em um iPad.
Aliás, essa localização na época em que vivemos, com tecnologia, publicidade, mundo dos negócios e sonhos infanto-juvenis acabam tornando Amizade Colorida mais do que uma simples comédia romântica. É um filme sátira de si mesmo, e nesses momentos se torna encantador. O problema é que não se sustenta nisso, tendo que apelar para tudo aquilo que satirizava para construir a sua trama. Ainda assim, é um bom divertimento. E acaba mesmo superando o antecessor, ainda que este traga a parte mais famosa e aclamada da dupla de Cisne Negro. Na amizade colorida, Mila Kunis levou vantagem em cima da amiga Natalie Portman.
Amizade Colorida (Friends with Benefits: 2011 / Estados Unidos)
Direção: Will Gluck
Roteiro: Keith Merryman, David A. Newman e Will Gluck
Com: Justin Timberlake, Mila Kunis, Patricia Clarkson, Richard Jenkins, Woody Harrelson, Emma Stone.
Duração: 109 min.
Jamie é uma caça-talentos que convence Dylan a deixar Los Angeles por um bom emprego em Nova York e assim, garantir sua comissão. Vindo ambos de relacionamentos frustados e aparentemente fechados para o amor, o casal se permite uma amizade mais aberta, digamos assim, onde o sexo é permitido casualmente. Entre pressões, distrações e necessidades fisiológicas e emocionais, não precisa ser muito esperto para saber tudo o que vai acontecer nesse filme. Ainda assim, os roteiristas Keith Merryman, David A. Newman e Will Gluck, conseguem nos dar algumas doses de criatividade como a inserção do flash mob e as piadas com os filmes românticos adorados por Jamie.
Nessa metalinguagem, o casal assiste a uma típica comédia romântica, em uma das melhores cenas do filme. Jamie chorando e recitando cada fala, enquanto Dylan faz piadas com o gênero, quase não acreditando que possam fazer algo daquele estilo. Aí estão expressas as características dos personagens e os clichês do gênero, onde a moça romântica e sonhadora se depara com o rapaz emocionalmente insensível e com pouca paciência para tudo aquilo. Basta lembrar do clássico Sintonia de Amor, quando a irmã do personagem de Tom Hanks lhe explica o filme Tarde demais para esquecer. O fato é que Jamie e Dylan são apenas mais um casal típico desse tipo de filme com seu destino traçado desde a primeira linha do roteiro.
Ainda assim, o diretor Will Gluck consegue dar um bom ritmo inicial, construindo brincadeiras nas montagens em paralelo dos personagens. Além de apresentar a situação de forma criativa. Quando o pacto começa, no entanto, o filme passa um bom tempo em um clipe de cenas na cama, em elipse demonstrando que mais do amigos, eles se tornaram parceiros de colchão. É tanto, que chega ao ponto de pensarmos que só teremos isso a partir de então, até que entra em cena a personagem nonsense da trama: Patricia Clarkson como a mãe de Jamie. A personagem meio perdida na década de setenta é um alívio cômico interessante, apesar de exagerar em alguns momentos.
Além de Patricia Clarkson, todo o elenco de apoio é bem vindo, Richard Jenkins, como pai de Dylan, Woody Harrelson como colega de trabalho e Jenna Elfman como irmã do personagem, sustentam bem as tramas paralelas e ajudam a história a andar. Ainda que Justin Timberlake e Mila Kunis estejam bem nos papéis e terem uma ótima química, a história acaba não se sustentando apenas com o casal, já que as piadas e o ritmo inicial caem no momento em que eles fazem o inusitado pacto com a mão em um iPad.
Aliás, essa localização na época em que vivemos, com tecnologia, publicidade, mundo dos negócios e sonhos infanto-juvenis acabam tornando Amizade Colorida mais do que uma simples comédia romântica. É um filme sátira de si mesmo, e nesses momentos se torna encantador. O problema é que não se sustenta nisso, tendo que apelar para tudo aquilo que satirizava para construir a sua trama. Ainda assim, é um bom divertimento. E acaba mesmo superando o antecessor, ainda que este traga a parte mais famosa e aclamada da dupla de Cisne Negro. Na amizade colorida, Mila Kunis levou vantagem em cima da amiga Natalie Portman.
Amizade Colorida (Friends with Benefits: 2011 / Estados Unidos)
Direção: Will Gluck
Roteiro: Keith Merryman, David A. Newman e Will Gluck
Com: Justin Timberlake, Mila Kunis, Patricia Clarkson, Richard Jenkins, Woody Harrelson, Emma Stone.
Duração: 109 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Amizade Colorida
2011-10-05T09:25:00-03:00
Amanda Aouad
comedia|critica|Justin Timberlake|Mila Kunis|romance|
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