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Os Três Mosqueteiros 3D
Os Três Mosqueteiros 3D
Os personagens de Alexandre Dumas são eternos. Isso é fato. Milhares de adaptações e novas formas de contar as aventuras de Athos, Porthos e Aramis com o jovem D´Artagnan em live action ou animação, no auge da carreira ou vinte anos depois. O que Dumas nunca imaginaria é ver sua obra em uma versão hi-tech com direito a 3D e muita acrobacia a la Matrix.
Temos aquela velha forma de unir o quarteto com D´Artagnan em uma versão muito mais jovem chegando a Paris com o sonho de ser mosqueteiro e marcando um duelo, quase por acaso, com cada um dos seus três maiores ídolos. Tem o artucioso Cardeal Richelieu tentando dominar a França e a ardilosa Milady de Winter pronta a enganar todos os homens que a cercam. Tem ainda Rochefort, o chefe da guarda do Cardeal e Duque de Buckingham para completar o time de vilões. A história escolhida foi a tola trama de infidelidade da rainha Anne e a missão de ter que buscar a jóia na Inglaterra em cinco dias, mas antes que alguém reclame, a história por mais absurda que pareça é uma adaptação fiel de uma das aventuras.
O que não é fiel é o ritmo da aventura. Principalmente em relação aos dotes de Milady que se torna uma exímia ninja, vide a cena em que dá um pulo fenomenal entre fios milimetricamentres misturados, ou a cena inicial onde corre por um corredor na cripta de D´Vince. O tom lembra muito Os Piratas do Caribe com direito a luta de canhão em pleno ar em dois zepelins piratas e muita correria mentirosa misturada com humor atrapalhado. Pena que nem Athos, Porthos e Aramis, muito menos D´Artagnan tem talento para ser um Jack Sparrow.
O elenco do time do bem não atende as expectativas ficando aquém da aura especial dos personagens do mito. Principalmente com o garoto Logan Lerman, também conhecido como Percy Jackson, D´Artagnan fica muito longe do jovem impetuoso que encantou a tantos. Mas, Matthew Macfadyen, Ray Stevenson e Luke Evans, também não empolgam como o trio original. Já no lado dos vilões uma variação boa de interpretações. Milla Jovovich acaba sendo prejudicada pela construção da personagem, mas consegue passar o charme diabólico de Milady, apesar de jurar que no ritmo que ia, encontraria um zumbi a qualquer momento. Orlando Bloom está ótimo como o Duque de Buckingham, tirando um bom sarro do jovem Freddie Fox que faz o exageradamente abobalhado Rei Louis XIII. E Christoph Waltz está assustadoramente cínico como o Cardeal, apesar de deixar uma preocupação em relação à rotulação do ator que parece só ser chamado para o mesmo tipo de papel desde que surpreendeu o mundo em Bastardos Inglórios.
Mesmo que estranho naquele mundo do início do século XVII, as lutas são bem orquestradas, com bons efeitos visuais. O 3D também está bem aplicado, dando alguns sustos, mantendo a perspectiva e nos passando dimensão de profundidade na medida certa. É divertido acompanhar a computação gráfica, principalmente na reconstrução de cenário de Veneza e da França da época. Além dos elementos gráficos como mapas e maquetes para traçar os caminhos de um lugar a outro. Visualmente, como não poderia deixar de ser, Os Três Mosqueteiros é o filme que todos esperam, não há como negar.
Pena que a trama não acompanhe, assim como a direção de cenas, que são em muitos momentos vexatórias na tentativa de manter o gênero humor e aventura. Os personagens são caricatos ao extremo, a começar pelo jovem rei, que é um verdadeiro banana que só se preocupa com a cor da roupa que irá usar para se manter na moda. Em alguns momentos, realmente irrita as ações previsíveis dos mosqueteiros e dos guardas do Cardeal. Mas, é necessário admitir que há algumas boas surpresas e reviravoltas no processo, para isso, no entanto, recomendo que não vejam o trailer que dá muitas pistas.
Os Três Mosqueteiros de Paul W.S. Anderson é daqueles filmes que não precisavam. A história de Dumas já foi contada em verso e prosa com várias versões satisfatórias. Rever algo já revisto até em adaptação de gibi de Maurício de Sousa é um pouco cansativo, mas não deixa de ser uma diversão. Não emociona os apaixonados pela série, como eu, nem mesmo quando gritam "um por todos e todos por um", é fato, mas ainda assim pode divertir os curiosos que procuram um pouco do entretenimento atual.
Os Três Mosqueteiros (The Three Musketeers: 2011 / França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos)
Direção: Paul W.S. Anderson
Roteiro: Alex Litvak e Andrew Davies
Com: Logan Lerman, Matthew Macfadyen, Ray Stevenson, Freddie Fox, Luke Evans, Milla Jovovich, Christoph Waltz, Orlando Bloom.
Duração: 110 min.
Temos aquela velha forma de unir o quarteto com D´Artagnan em uma versão muito mais jovem chegando a Paris com o sonho de ser mosqueteiro e marcando um duelo, quase por acaso, com cada um dos seus três maiores ídolos. Tem o artucioso Cardeal Richelieu tentando dominar a França e a ardilosa Milady de Winter pronta a enganar todos os homens que a cercam. Tem ainda Rochefort, o chefe da guarda do Cardeal e Duque de Buckingham para completar o time de vilões. A história escolhida foi a tola trama de infidelidade da rainha Anne e a missão de ter que buscar a jóia na Inglaterra em cinco dias, mas antes que alguém reclame, a história por mais absurda que pareça é uma adaptação fiel de uma das aventuras.
O que não é fiel é o ritmo da aventura. Principalmente em relação aos dotes de Milady que se torna uma exímia ninja, vide a cena em que dá um pulo fenomenal entre fios milimetricamentres misturados, ou a cena inicial onde corre por um corredor na cripta de D´Vince. O tom lembra muito Os Piratas do Caribe com direito a luta de canhão em pleno ar em dois zepelins piratas e muita correria mentirosa misturada com humor atrapalhado. Pena que nem Athos, Porthos e Aramis, muito menos D´Artagnan tem talento para ser um Jack Sparrow.
O elenco do time do bem não atende as expectativas ficando aquém da aura especial dos personagens do mito. Principalmente com o garoto Logan Lerman, também conhecido como Percy Jackson, D´Artagnan fica muito longe do jovem impetuoso que encantou a tantos. Mas, Matthew Macfadyen, Ray Stevenson e Luke Evans, também não empolgam como o trio original. Já no lado dos vilões uma variação boa de interpretações. Milla Jovovich acaba sendo prejudicada pela construção da personagem, mas consegue passar o charme diabólico de Milady, apesar de jurar que no ritmo que ia, encontraria um zumbi a qualquer momento. Orlando Bloom está ótimo como o Duque de Buckingham, tirando um bom sarro do jovem Freddie Fox que faz o exageradamente abobalhado Rei Louis XIII. E Christoph Waltz está assustadoramente cínico como o Cardeal, apesar de deixar uma preocupação em relação à rotulação do ator que parece só ser chamado para o mesmo tipo de papel desde que surpreendeu o mundo em Bastardos Inglórios.
Mesmo que estranho naquele mundo do início do século XVII, as lutas são bem orquestradas, com bons efeitos visuais. O 3D também está bem aplicado, dando alguns sustos, mantendo a perspectiva e nos passando dimensão de profundidade na medida certa. É divertido acompanhar a computação gráfica, principalmente na reconstrução de cenário de Veneza e da França da época. Além dos elementos gráficos como mapas e maquetes para traçar os caminhos de um lugar a outro. Visualmente, como não poderia deixar de ser, Os Três Mosqueteiros é o filme que todos esperam, não há como negar.
Pena que a trama não acompanhe, assim como a direção de cenas, que são em muitos momentos vexatórias na tentativa de manter o gênero humor e aventura. Os personagens são caricatos ao extremo, a começar pelo jovem rei, que é um verdadeiro banana que só se preocupa com a cor da roupa que irá usar para se manter na moda. Em alguns momentos, realmente irrita as ações previsíveis dos mosqueteiros e dos guardas do Cardeal. Mas, é necessário admitir que há algumas boas surpresas e reviravoltas no processo, para isso, no entanto, recomendo que não vejam o trailer que dá muitas pistas.
Os Três Mosqueteiros de Paul W.S. Anderson é daqueles filmes que não precisavam. A história de Dumas já foi contada em verso e prosa com várias versões satisfatórias. Rever algo já revisto até em adaptação de gibi de Maurício de Sousa é um pouco cansativo, mas não deixa de ser uma diversão. Não emociona os apaixonados pela série, como eu, nem mesmo quando gritam "um por todos e todos por um", é fato, mas ainda assim pode divertir os curiosos que procuram um pouco do entretenimento atual.
Os Três Mosqueteiros (The Three Musketeers: 2011 / França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos)
Direção: Paul W.S. Anderson
Roteiro: Alex Litvak e Andrew Davies
Com: Logan Lerman, Matthew Macfadyen, Ray Stevenson, Freddie Fox, Luke Evans, Milla Jovovich, Christoph Waltz, Orlando Bloom.
Duração: 110 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Os Três Mosqueteiros 3D
2011-10-13T09:05:00-03:00
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