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Missão Impossível - Protocolo Fantasma
Missão Impossível - Protocolo Fantasma
Tom Cruise não quis colocar o número quatro no novo capítulo da saga Missão Impossível, por isto, pela primeira vez temos um subtítulo: Protocolo Fantasma. Isto faz as missões do agente Ethan Hunt se aproximarem ainda mais do outro famoso agente do cinema: James Bond, o 007. Protocolo Fantasma também se aproxima de Bond com um prólogo eletrizante antes mesmo dos créditos iniciais, tornando-se mais um filme de ação cheio de efeitos e boas cenas.
A história talvez seja o ponto fraco, não apenas dessa aventura como da maioria dos filmes do gênero. Mas, Josh Appelbaum e André Nemec tem boas estratégias no roteiro de não nos fazer pensar muito nisso. Os plots se acumulam, quando você pensa que tudo se complicou, vem mais um problema, uma mudança inesperada, um novo fôlego tornando o ritmo eletrizante. Há também uma boa dose de suspense, característica da saga, de deixar os espectadores perdidos em meio a uma situação pouco explicada. O filme já começa com uma sequência sem muita explicação trazendo uma participação especial de Josh Holloway, o Sawyer de Lost. Depois somos levados a uma prisão em Moscou onde se encontra o agente Hunt. Como ele foi parar ali? Deus sabe, assim como pouco se explica o que vem pela frente.
O principal problema da trama de Missão Impossível - Protocolo Fantasma é o seu vilão. Não que seja culpa do ator, Michael Nyqvist, mas o personagem não tem personalidade, não tem força, é difícil comprar sua jornada em busca de paz através da guerra. Isso sem falar de desenterrar a tensão Rússia vs Estados Unidos com suas armas nucleares. É um clichê cansativo também, justificar vilania com esquizofrenia. Fica tudo extremamente preguiçoso, como se os roteiristas dissessem: ele faz isso porque é maluco, ponto. E na caça a ele, está Hunt e sua equipe, dessa vez completamente sós, já que, com a tensão, o presidente dos Estados Unidos declarou o Protocolo Fantasma varrendo a IMF do mapa. É esperado então, muita confusão, problemas e falhas no sistema, que de fato acontecem.
Pela primeira vez, Missão Impossível traz também um diretor quase estreante. Brad Bird nunca tinha feito um filme live action, mas conquistou o mundo com seu talento em obras como Os Incríveis e Ratatouille. Aqui ele mantem o bom nível de ação, com doses de humor, tornando a experiência agradável para os amantes do gênero. Há cenas muito bem feitas e tensas, com destaque para a do prédio em Dubai, onde Hunt tem que escalar com a ajuda de uma luva, em uma altura de 130 andares, com uma tempestade de areia se aproximando. Aqui, como em todas as sequências, a tensão se mistura com comédia. Sempre sustentada pelos personagens de Simon Pegg e Jeremy Renner, uma ótima aquisição a saga. Ele com uma roupinha magnética pendurado em um campo de íma é uma das cenas mais hilárias do Protocolo Fantasma.
Tom Cruise, apesar de ainda dispensar dublês, começa a demonstrar cansaço. A idade chega para todos e ele não é mais um garoto para ficar pulando de prédios, correndo atrás de bandidos e lutando como um ser invencível. Talvez por isso, Protocolo Fantasma seja o Missão Impossível em que Ethan Hunt mais apanhe. A quantidade de socos, pontapés, chutes e formas como ele arremessado nesse filme era para matar qualquer um. Mas, ele demonstra que também é duro na queda, sempre persistente em cumprir sua missão, por mais impossível que seja. Em determinado momento mesmo, tudo se acaba. A equipe chega a declarar, é o fim. Não tem mais mesmo como impedir aquilo. Ele pára por um segundo e diz: "Não, ainda deve ter um jeito de ..." É impressionante.
Falar dos efeitos especiais seria chover no molhado. É mais um show de competência no gênero que Hollywood demonstra. Destaque mais uma vez para cena em Dubai, seja nas alturas que pode dar até vertigem a quem esteja nas salas IMax, como na tempestade de areia, com uma corajosa perseguição de carros. Claro, que, em tudo isso, também entra uma boa dose de exagero e mentiras que temos que relevar em nome da diversão. Agora, apesar da inegável competência de Michael Giacchino, que é preciso até na utilização da música tema em diversas versões instrumentais, há situações em que a música incomoda. Fica uma espécie de legenda. Estamos na Rússia, vem música russa, estamos na Índia, vem música indiana, começa a perseguição, entra a música tema. Não precisava tanto.
Ainda assim, Missão Impossível - Protocolo Fantasma é aquilo a que se propõe. Um bom filme de ação, com um ritmo alucinante e muitos efeitos especiais. Além de alívios cômicos divertidos que nos ajudam a ultrapassar toda aquela trama absurda sem levá-la tão a sério. É quase uma piada. E que bom que podemos nos divertir com ela.
Missão Impossível - Protocolo Fantasma (Mission: Impossible - Ghost Protocol: 2011 / Estados Unidos)
Direção: Brad Bird
Roteiro: Josh Appelbaum e André Nemec
Com: Tom Cruise, Simon Pegg, Jeremy Renner, Paula Patton, Josh Holloway.
Duração: 133 min.
A história talvez seja o ponto fraco, não apenas dessa aventura como da maioria dos filmes do gênero. Mas, Josh Appelbaum e André Nemec tem boas estratégias no roteiro de não nos fazer pensar muito nisso. Os plots se acumulam, quando você pensa que tudo se complicou, vem mais um problema, uma mudança inesperada, um novo fôlego tornando o ritmo eletrizante. Há também uma boa dose de suspense, característica da saga, de deixar os espectadores perdidos em meio a uma situação pouco explicada. O filme já começa com uma sequência sem muita explicação trazendo uma participação especial de Josh Holloway, o Sawyer de Lost. Depois somos levados a uma prisão em Moscou onde se encontra o agente Hunt. Como ele foi parar ali? Deus sabe, assim como pouco se explica o que vem pela frente.
O principal problema da trama de Missão Impossível - Protocolo Fantasma é o seu vilão. Não que seja culpa do ator, Michael Nyqvist, mas o personagem não tem personalidade, não tem força, é difícil comprar sua jornada em busca de paz através da guerra. Isso sem falar de desenterrar a tensão Rússia vs Estados Unidos com suas armas nucleares. É um clichê cansativo também, justificar vilania com esquizofrenia. Fica tudo extremamente preguiçoso, como se os roteiristas dissessem: ele faz isso porque é maluco, ponto. E na caça a ele, está Hunt e sua equipe, dessa vez completamente sós, já que, com a tensão, o presidente dos Estados Unidos declarou o Protocolo Fantasma varrendo a IMF do mapa. É esperado então, muita confusão, problemas e falhas no sistema, que de fato acontecem.
Pela primeira vez, Missão Impossível traz também um diretor quase estreante. Brad Bird nunca tinha feito um filme live action, mas conquistou o mundo com seu talento em obras como Os Incríveis e Ratatouille. Aqui ele mantem o bom nível de ação, com doses de humor, tornando a experiência agradável para os amantes do gênero. Há cenas muito bem feitas e tensas, com destaque para a do prédio em Dubai, onde Hunt tem que escalar com a ajuda de uma luva, em uma altura de 130 andares, com uma tempestade de areia se aproximando. Aqui, como em todas as sequências, a tensão se mistura com comédia. Sempre sustentada pelos personagens de Simon Pegg e Jeremy Renner, uma ótima aquisição a saga. Ele com uma roupinha magnética pendurado em um campo de íma é uma das cenas mais hilárias do Protocolo Fantasma.
Tom Cruise, apesar de ainda dispensar dublês, começa a demonstrar cansaço. A idade chega para todos e ele não é mais um garoto para ficar pulando de prédios, correndo atrás de bandidos e lutando como um ser invencível. Talvez por isso, Protocolo Fantasma seja o Missão Impossível em que Ethan Hunt mais apanhe. A quantidade de socos, pontapés, chutes e formas como ele arremessado nesse filme era para matar qualquer um. Mas, ele demonstra que também é duro na queda, sempre persistente em cumprir sua missão, por mais impossível que seja. Em determinado momento mesmo, tudo se acaba. A equipe chega a declarar, é o fim. Não tem mais mesmo como impedir aquilo. Ele pára por um segundo e diz: "Não, ainda deve ter um jeito de ..." É impressionante.
Falar dos efeitos especiais seria chover no molhado. É mais um show de competência no gênero que Hollywood demonstra. Destaque mais uma vez para cena em Dubai, seja nas alturas que pode dar até vertigem a quem esteja nas salas IMax, como na tempestade de areia, com uma corajosa perseguição de carros. Claro, que, em tudo isso, também entra uma boa dose de exagero e mentiras que temos que relevar em nome da diversão. Agora, apesar da inegável competência de Michael Giacchino, que é preciso até na utilização da música tema em diversas versões instrumentais, há situações em que a música incomoda. Fica uma espécie de legenda. Estamos na Rússia, vem música russa, estamos na Índia, vem música indiana, começa a perseguição, entra a música tema. Não precisava tanto.
Ainda assim, Missão Impossível - Protocolo Fantasma é aquilo a que se propõe. Um bom filme de ação, com um ritmo alucinante e muitos efeitos especiais. Além de alívios cômicos divertidos que nos ajudam a ultrapassar toda aquela trama absurda sem levá-la tão a sério. É quase uma piada. E que bom que podemos nos divertir com ela.
Missão Impossível - Protocolo Fantasma (Mission: Impossible - Ghost Protocol: 2011 / Estados Unidos)
Direção: Brad Bird
Roteiro: Josh Appelbaum e André Nemec
Com: Tom Cruise, Simon Pegg, Jeremy Renner, Paula Patton, Josh Holloway.
Duração: 133 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Missão Impossível - Protocolo Fantasma
2011-12-24T08:15:00-02:00
Amanda Aouad
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