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Harry e Sally - Feitos um para o outro
Harry e Sally - Feitos um para o outro
Dia dos Namorados, sempre buscamos representações perfeitas de amor, casal ou histórias a la contos de fadas. Ano passado resgatei aqui a mais bela história de amor que o cinema já produziu, o romance de Carl e Ellie no filme Up. Esse ano quero lembrar outro casal inesquecível, apesar de não tão romântico assim: Harry e Sally.
Sim, eles são feitos um para o outro, mas há uma construção anti-romântica nesse aclamado filme de Rob Reiner que conquistou o Oscar de melhor roteiro para Nora Ephron. Harry e Sally - Feitos um para o Outro é uma comédia romântica gostosa de acompanhar pelos detalhes. O texto é muito bem organizado, os diálogos são inteligentes, os dois atores têm uma ótima química e estão bem nos papéis, a direção é cuidadosa e tem até a participação da eterna princesa Leia, Carrie Fisher.
Tudo começa na faculdade, ou melhor, em uma carona que Sally dá a Harry até Nova York. Eles viajam juntos e não chegam a um acordo, mas a semente da trama já está ali: homens e mulheres podem ser amigos? Cinco anos depois, eles se encontram em um avião e a conversa também não progride muito. Mais cinco anos se passam, ele se encontram novamente por acaso e nasce uma amizade incrível. É essa amizade, esse carinho constante que os torna um casal ainda mais especial, mesmo que ainda não saibam disso.
A construção dessa amizade é uma das sequências mais inteligentes já feitas. Usando como gancho um telefonema dela para ele enquanto assiste Casablanca, a conversa fica em voz over e vemos um clipe de situações diversas dos dois juntos. Depois, vemos os dois conversando em tela dividida, em uma composição tão bem feita que parecem estar lado a lado. De fato, eles estão mais juntos do que antes, mais juntos do que muitos casais que moram na mesma casa, só que insistem em não admitir que são um casal.
A tela dividida é um recurso utilizado em outros momentos também. Outro marcante é a virada da história, quando os dois acabam tendo uma relação sexual não-programada. Ela liga para a amiga, vivida por Carrie Fisher, ele liga para o amigo, vivido por Bruno Kirby. Como os dois amigos são casados e estão dormindo juntos, a tela se divide em três, em uma conversa engraçada, apesar de trágica para Harry e Sally. Ali está em jogo a amizade dos dois.
A própria cena após a relação é um retrato tragicômico que rege o filme com a expressão de satisfação dela e de desespero dele. Temos vários momentos dessas situações onde as expressões dos personagens falam mais que seus diálogos como na dança da noite de Ano Novo, quando eles sentem algo mais por estar ali a dois. E tem também momentos de pura brincadeira, como na famosa cena da lanchonete onde ela finge um orgasmo, assustando a todos os presentes. E quando a gente pensa que acabou a piada vem a senhora da mesa ao lado pedir "o mesmo que ela".
Harry e Sally pode não ser, então, a história de amor mais romântica de todas, nem o retrato perfeito de uma vida a dois como no caso de Carl e Ellie, mas é um retrato mais comum de se ver por aí. Duas pessoas carentes, com medo de amar, que se aproximam, se identificam, tornam-se necessários um para o outro, mas não tem a coragem de assumir um relacionamento, achando que podem estragar tudo. Ficam, então, no eterno jogo da conquista que cansa. Afinal, é tão bom termos a certeza de que temos ao nosso lado a pessoa que nos foi destinada por toda uma vida.
Harry e Sally - Feitos um para o outro (When Harry Met Sally, 1989 / EUA)
Direção: Rob Reiner
Roteiro: Nora Ephron
Com: Billy Crystal, Meg Ryan, Bruno Kirby, Carrie Fisher
Duração: 110 min.
Sim, eles são feitos um para o outro, mas há uma construção anti-romântica nesse aclamado filme de Rob Reiner que conquistou o Oscar de melhor roteiro para Nora Ephron. Harry e Sally - Feitos um para o Outro é uma comédia romântica gostosa de acompanhar pelos detalhes. O texto é muito bem organizado, os diálogos são inteligentes, os dois atores têm uma ótima química e estão bem nos papéis, a direção é cuidadosa e tem até a participação da eterna princesa Leia, Carrie Fisher.
Tudo começa na faculdade, ou melhor, em uma carona que Sally dá a Harry até Nova York. Eles viajam juntos e não chegam a um acordo, mas a semente da trama já está ali: homens e mulheres podem ser amigos? Cinco anos depois, eles se encontram em um avião e a conversa também não progride muito. Mais cinco anos se passam, ele se encontram novamente por acaso e nasce uma amizade incrível. É essa amizade, esse carinho constante que os torna um casal ainda mais especial, mesmo que ainda não saibam disso.
A construção dessa amizade é uma das sequências mais inteligentes já feitas. Usando como gancho um telefonema dela para ele enquanto assiste Casablanca, a conversa fica em voz over e vemos um clipe de situações diversas dos dois juntos. Depois, vemos os dois conversando em tela dividida, em uma composição tão bem feita que parecem estar lado a lado. De fato, eles estão mais juntos do que antes, mais juntos do que muitos casais que moram na mesma casa, só que insistem em não admitir que são um casal.
A tela dividida é um recurso utilizado em outros momentos também. Outro marcante é a virada da história, quando os dois acabam tendo uma relação sexual não-programada. Ela liga para a amiga, vivida por Carrie Fisher, ele liga para o amigo, vivido por Bruno Kirby. Como os dois amigos são casados e estão dormindo juntos, a tela se divide em três, em uma conversa engraçada, apesar de trágica para Harry e Sally. Ali está em jogo a amizade dos dois.
A própria cena após a relação é um retrato tragicômico que rege o filme com a expressão de satisfação dela e de desespero dele. Temos vários momentos dessas situações onde as expressões dos personagens falam mais que seus diálogos como na dança da noite de Ano Novo, quando eles sentem algo mais por estar ali a dois. E tem também momentos de pura brincadeira, como na famosa cena da lanchonete onde ela finge um orgasmo, assustando a todos os presentes. E quando a gente pensa que acabou a piada vem a senhora da mesa ao lado pedir "o mesmo que ela".
Harry e Sally pode não ser, então, a história de amor mais romântica de todas, nem o retrato perfeito de uma vida a dois como no caso de Carl e Ellie, mas é um retrato mais comum de se ver por aí. Duas pessoas carentes, com medo de amar, que se aproximam, se identificam, tornam-se necessários um para o outro, mas não tem a coragem de assumir um relacionamento, achando que podem estragar tudo. Ficam, então, no eterno jogo da conquista que cansa. Afinal, é tão bom termos a certeza de que temos ao nosso lado a pessoa que nos foi destinada por toda uma vida.
Harry e Sally - Feitos um para o outro (When Harry Met Sally, 1989 / EUA)
Direção: Rob Reiner
Roteiro: Nora Ephron
Com: Billy Crystal, Meg Ryan, Bruno Kirby, Carrie Fisher
Duração: 110 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Harry e Sally - Feitos um para o outro
2012-06-12T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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