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In-Edit Brasil: Queen, Days of our lives
In-Edit Brasil: Queen, Days of our lives
"A gente não conseguia entender o porquê de uma banda com quatro garotos se chamava Queen". Essa e outras frases aparentemente de efeito e quase tolas é como a imprensa é retratada no documentário Queen, Days of our lives. Em vários momentos, os integrantes da banda travam batalhas pessoais com a imprensa, até mesmo com a MTV que censurou o clipe da música I Want to Break Free, porque eles estavam transvestidos.
Days of our lives não é sobre isso, claro, como o nome já insinua é sobre a história da banda. Mas quis começar ressaltando essa guerra porque parece mesmo ser uma coisa marcante na trajetória do Queen. Eles sempre foram uma banda que precisou lutar muito por seu espaço, nada pareceu ser de graça, ou fácil. E, ao mesmo tempo, sempre pareceram ser desbravadores de tendências, de novos formatos de música, de até novos formatos de show, já que aparecem como uma espécie de pioneiros em tocar em estádios de futebol.
Matt O'Casey conseguiu construir um bom perfil desses quatro artistas, nos dando bastante informação, curiosidades e expondo seus pensamentos em depoimentos instigantes. Agora, é bom ressaltar que se trata de um documentário televisivo. Foi produzido pela BBC de Londres e o próprio O´Casey é um diretor de televisão. Logo, Queen, Days of our lives possui um formato bastante tradicional do meio.
A linguagem é muito rápida, não há pausa, não há espaço para contemplação. Tudo é muito sonoro, a fala conduz a trama. Os depoimentos não constantes e só há pausa para pequenos trechos de clipes ou apresentações musicais ao vivo. Em determinados momentos, sentimos falta de algo mais reflexivo sobre o próprio grupo. Há apenas um detalhe criativo que é a passagem das épocas sendo marcada pela capa do vinil respectivo em uma loja musical.
Mas, isso não invalida a proposta do documentário, seja para fãs da banda, ou não. Pois o roteiro é bastante completo e a história do grupo interessante o suficiente para nos manter entretidos. Há curiosidades, pequenas disputas, grandes acertos, detalhes de criação de músicas, além da visão interna que dificilmente chega à imprensa ou público. O único pecado da projeção no cinema foi não ter sido feita uma edição própria, sendo assim, acabamos acompanhando as chamadas iniciais e finais de cada parte, dando uma sensação de repetição, déjà vu e quebra da fruição.
É interessante também perceber o quanto os quatro funcionavam como um conjunto de fato. Em nenhum momento Freddie Mercury é tratado como a única estrela. Pelo contrário, mostra-se o quanto ele precisava dos outros, principalmente no episódio do lançamento do seu disco solo. As músicas, os arranjos, as influências, as inovações, tudo era uma contribuição coletiva. Ainda assim, a estrela do cantor parecia puxar os outros três. Ele era a voz especial, o tom mais agudo, o timbre que se destacava, não apenas pela voz em si, mas pela postura, energia, carisma. Tanto que mesmo com os outros três cantando e um novo vocalista, Queen sem Freddie Mercury não é mais o Queen.
Com muitas imagens de arquivo como depoimentos do próprio Freddie Mercury, apresentações diversas, programas de televisão, videoclipes e fotos, Queen, Days of our lives acaba sendo um registro fundamental sobre essa instigante banda de rock. Uma homenagem a sua coragem, inovação e ousadia em dizer que eram os campeões do mundo.
Queen, Days of our lives, 2011 / Inglaterra
Direção: Matt O'Casey
Com: Freddie Mercury, Brian May, John Deacon e Roger Taylor.
Duração: 120 min.
Days of our lives não é sobre isso, claro, como o nome já insinua é sobre a história da banda. Mas quis começar ressaltando essa guerra porque parece mesmo ser uma coisa marcante na trajetória do Queen. Eles sempre foram uma banda que precisou lutar muito por seu espaço, nada pareceu ser de graça, ou fácil. E, ao mesmo tempo, sempre pareceram ser desbravadores de tendências, de novos formatos de música, de até novos formatos de show, já que aparecem como uma espécie de pioneiros em tocar em estádios de futebol.
Matt O'Casey conseguiu construir um bom perfil desses quatro artistas, nos dando bastante informação, curiosidades e expondo seus pensamentos em depoimentos instigantes. Agora, é bom ressaltar que se trata de um documentário televisivo. Foi produzido pela BBC de Londres e o próprio O´Casey é um diretor de televisão. Logo, Queen, Days of our lives possui um formato bastante tradicional do meio.
A linguagem é muito rápida, não há pausa, não há espaço para contemplação. Tudo é muito sonoro, a fala conduz a trama. Os depoimentos não constantes e só há pausa para pequenos trechos de clipes ou apresentações musicais ao vivo. Em determinados momentos, sentimos falta de algo mais reflexivo sobre o próprio grupo. Há apenas um detalhe criativo que é a passagem das épocas sendo marcada pela capa do vinil respectivo em uma loja musical.
Mas, isso não invalida a proposta do documentário, seja para fãs da banda, ou não. Pois o roteiro é bastante completo e a história do grupo interessante o suficiente para nos manter entretidos. Há curiosidades, pequenas disputas, grandes acertos, detalhes de criação de músicas, além da visão interna que dificilmente chega à imprensa ou público. O único pecado da projeção no cinema foi não ter sido feita uma edição própria, sendo assim, acabamos acompanhando as chamadas iniciais e finais de cada parte, dando uma sensação de repetição, déjà vu e quebra da fruição.
É interessante também perceber o quanto os quatro funcionavam como um conjunto de fato. Em nenhum momento Freddie Mercury é tratado como a única estrela. Pelo contrário, mostra-se o quanto ele precisava dos outros, principalmente no episódio do lançamento do seu disco solo. As músicas, os arranjos, as influências, as inovações, tudo era uma contribuição coletiva. Ainda assim, a estrela do cantor parecia puxar os outros três. Ele era a voz especial, o tom mais agudo, o timbre que se destacava, não apenas pela voz em si, mas pela postura, energia, carisma. Tanto que mesmo com os outros três cantando e um novo vocalista, Queen sem Freddie Mercury não é mais o Queen.
Com muitas imagens de arquivo como depoimentos do próprio Freddie Mercury, apresentações diversas, programas de televisão, videoclipes e fotos, Queen, Days of our lives acaba sendo um registro fundamental sobre essa instigante banda de rock. Uma homenagem a sua coragem, inovação e ousadia em dizer que eram os campeões do mundo.
Queen, Days of our lives, 2011 / Inglaterra
Direção: Matt O'Casey
Com: Freddie Mercury, Brian May, John Deacon e Roger Taylor.
Duração: 120 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
In-Edit Brasil: Queen, Days of our lives
2012-06-20T08:30:00-03:00
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