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O valor de João Miguel

João MiguelEntre os melhores atores do nosso cinema, está esse baiano cheio de talento e charme. Não, não estou falando de Wagner Moura, Lázaro Ramos, ou mesmo de Vladimir Brichta, que nem baiano é já que nasceu em Minas. O destaque hoje vai para João Miguel, ator que, como os outros, começou no teatro. Seu sucesso nacional aconteceu com a peça O Bispo, um monólogo intenso onde pode demonstrar todo o seu talento.

O caminho para as telas, então, não era muito longo. Só que como nem tudo eram flores, João Miguel acabou sendo estereotipado em produções nacionais como o autêntico nordestino, aquele cara astuto com cara de bobo, que dá nó nos que se acham espertos. Porém, mesmo em meio ao estereótipo, ele conseguiu exalar o seu talento ganhando novas chances como podemos ver em seu último trabalho, Xingu. É por isso que nunca é demais destacar aqui os momentos importantes de sua carreira.

Pequenas grandes participações

Antes de relembrar e analisar um pouco o seu Top 5 de personagens, é sempre bom citar participações marcantes do ator em filmes onde não foi um dos protagonistas.

A Suprema Felicidade
A Suprema Felicidade (2010) de Arnaldo Jabor
Aqui João Miguel faz o pipoqueiro Bené, que rouba a cena com seus comentários certeiros.

Jardim das Folhas Sagradas (2010) de Pola Ribeiro - Sua participação é pequena, porém marcante como Castro, o amante do protagonista Bonfim e esbanja naturalidade, destacando do resto do elenco.

Eu Me Lembro (2005) de Edgard Navarro - Interpreta Daniel, um dos amigos de Guiga na fase adulta, tendo uma presença marcante em cena.


Personagens mais marcantes


O Céu de Suely
5 - O Céu de Suely (2006) de Karim Aïnouz
João - João Miguel interpreta com muita leveza o antigo namorado da protagonista Suely (Hermila Guedes) que mora em Iguatu. Um homem simples, apaixonado e que acredita que pode viver com o pouco que tem. Apaixonado, acredita que seu amor é suficiente para a felicidade de Suely, mas a garota não pertence mesmo àquele mundo.

Se Nada Mais Der Certo
4 - Se Nada Mais Der Certo (2008) de José Eduardo Belmonte
Wilson - Aqui João Miguel é um taxista que acredita precisar de um psiquiatra. Ele se junta ao personagem de Cauã Reymond, o jornalista Léo, e de Caroline Abras, a estranha Marcin, que se veste como homem. O trio se une em momentos de suas vidas para pequenos golpes. Sua ideia é apenas sobreviver. João Miguel consegue se livrar aqui do estigma de nordestino, apesar de ainda ter um personagem caricato. Isso não é demérito para o talento do ator, que consegue defender bem as emoções do personagem.

Xingu
3 - Xingu (2012) de Cao Hamburger
Claudio Villas Boas - Um dos Irmãos Villas Boas, o mais intelectual do trio. João Miguel demonstra que amadurece a cada dia. Seus personagens já são bastante variados e tem a força de sustentar ótimos protagonistas. Cláudio não apenas é o mentor dos irmãos, o líder nato do grupo, como também o narrador da história. Sua voz em over, nos guia naquela jornada, dando o tom da descoberta, nos aproximando ainda mais daqueles personagens.

Cinema, Aspirinas e Urubus
2 - Cinema, Aspirinas e Urubus (2005) de Marcelo Gomes
Ranulpho - Oficialmente seu primeiro longametragem, já que foi o primeiro a chegar aos cinemas, mas João Miguel já tinha participado de Eu me Lembro e Esses Moços quando aportou no projeto de Marcelo Gomes. João Miguel se destaca na pele do sertanejo simples, cansado da miséria em que vive e embarca no sonho do alemão, aprendendo o ofício e buscando um rumo para sua vida. Sua relação com o personagem de Peter Ketnath é bastante orgânica, criando uma química interessante e uma empatia com o público. Um personagem incrível, para um filme tocante.

Estômago
1 - Estômago (2007) de Marcos Jorge
Nonato - Um nordestino que vai para o sul, tentar a vida. Com um talento nato para a culinária, acaba sendo "adotado" pelo dono de um restaurante italiano que lhe ensina a arte de cozinhar. Em paralelo a essa primeira parte da trajetória, vamos acompanhando Nonato em uma cadeia, onde seus dotes vão o ajudando a subir no conceito do chefe dos presidiários. Alecrim, como ele fica conhecido, passa a cozinhar para os presos que antes comiam apenas as gororobas da prisão. Além do ótimo texto e grande filme, o que destaca-se na interpretação de João Miguel aqui é a capacidade de transformação de Nonato do início ingênuo até o crime, e o início do Nonato novato na cadeia até o desenlace. Seu melhor momento até aqui nos cinemas.

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