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Homem Aranha 3
Homem Aranha 3
O reboot de um dos personagens mais queridos da Marvel está próximo e muitos fãs ainda estão desconfiados em relação à nova produção. Não por acaso, a trilogia estrelada por Tobey Maguire foi aclamada como uma das melhores adaptação dos quadrinhos. Porém, a série dirigida por Sam Raimi chegou ao seu terceiro filme demonstrando cansaço. Apesar da bela exibição de cenas de ação e efeitos especiais de Homem Aranha 3, o charme da complexidade do personagem se perde diante de tantas tentativas de tramas que são desenvolvidas de forma superficial.
Tobey Maguire chegou ao seu terceiro filme na pele do super-herói com a possibilidade de desenvolver seu momento mais intenso. Afinal, neste filme, Peter Parker tem que enfrentar três vilões externos e, principalmente, o vilão interno de sua personalidade egoística e deslumbrada com a fama. Claro que esta personalidade é exacerbada pela gosma preta alienígena que cai em seu corpo. Mas, o que as histórias de Homem-Aranha sempre focaram, foi exatamente o lado humano deste herói. O garoto de carne e osso que tem problemas na escola, perde o tio, tem contas para pagar e quer ser alguém especial para conquistar a garota que ama.
É nesta complexidade que reside o sucesso do aracnídeo humano e que foi tão bem explorada pelo roteiro dos dois filmes anteriores. O problema de Homem-Aranha 3 é querer falar de muita coisa em pouco tempo, trazendo pros dez minutos finais o que é considerado por muitos fãs um dos maiores vilões do Homem-Aranha: Venom. Para deixar o argumento mais claro, vamos analisar os pontos em separado.
Tudo começa como terminou o segundo. Peter Parker está deslumbrado com o sucesso do Homem-Aranha na cidade, namora Mary Jane e tem que enfrentar seu melhor amigo, e agora inimigo, Harry Osborn, o novo Duende Verde. Como se não bastasse esta trama, vemos em paralelo o nascimento do Homem Areia, um presidiário fugitivo que quer salvar sua pequena filha e acaba sofrendo um acidente nuclear. Paralelo aos dois vilões enfrentados pelo herói, sua vida pessoal está desmoronando, seu ego não permite que perceba o quanto está magoando a mulher que ama, ao mesmo tempo em que se aproxima de uma colega de faculdade: Gwen Stacy.
Além disso, uma gosma alienígena resolve se alojar no corpo de Peter Parker, tornando-o mais arrogante, agressivo e destrutivo. No filme, ao contrário dos quadrinhos, esta gosma se torna um uniforme preto que ele pode tirar e colocar quando bem entende, o que aumenta a sua responsabilidade em relação à influência maligna da mesma em seu psiquismo. E se não fosse o bastante, Peter ainda se depara com Eddie Brock, fotógrafo rival que por si só já teria argumento para um único filme do Aranha, dada a complexidade e importância do vilão que ele irá se tornar na história recente do super-herói.
Como é muito assunto para tratar, o roteiro se intercala nas tramas paralelas enquanto a direção aproveita para investir nas cenas de ação. A primeira seqüência do filme já é de tirar o fôlego, com o Homem-Aranha cada vez mais rápido em suas acrobacias e as engenharias de lutas reforçadas pelos efeitos especiais cada vez mais próximos da perfeição. Tudo leva a crer que o grande esforço do filme é mesmo o entretenimento gratuito e o ritmo acelerado próprio dos tempos atuais. Mas, mesmo isto, perde seu fôlego nos minutos finais e tudo que vemos é uma batalha final pobre, com clichês de arrependimento e repetições de estratégias dos outros dois filmes, como a mocinha pendurada em um arame qualquer, enquanto o herói tem que se dividir entre ela e a cidade.
No geral, a direção continua tão boa quanto nos filmes anteriores. A interpretação dos atores é coerente e verdadeira, enquanto que os enquadramentos e movimentos de câmera estão sempre buscando um olhar e uma expressão diferente. Mas, ficamos o tempo todo esperando sermos surpreendidos novamente com cenas memoráveis como o primeiro beijo do Homem-Aranha com Mary Jane de cabeça para baixo na chuva (primeiro filme) ou na tensão da revelação de sua identidade tão negativamente explorada no segundo filme.
Este terceiro episódio nos traz muita tentativa de informação e pouca história propriamente dita. Esta é a sensação que fica, de que vimos um degustativo, um pouco de tudo e nada de algo. Mas, por mais incongruente que pareça, sempre é bom ver o Aranha nas telas. Apesar da sensação de frustração, as imagens impressionam e os efeitos das cenas de ação nos deixam extasiados.
E é apostando nisso que a Sony está investindo tanto em O Espetacular Homem-Aranha. Resta saber se Andrew Garfield conseguirá encarnar um bom Peter Parker, nos fazendo esquecer de Tobey Maguire, e se Marc Webber conseguirá dar um novo rumo digno do herói dos quadrinhos.
Homem Aranha 3 (Spider-Man 3, 2007 / EUA)
Direção: Sam Raimi
Roteiro: Sam Raimi, Ivan Raimi e Alvin Sargent
Com: Tobey Maguire, Kirsten Dunst, Topher Grace, James Franco
Duração: 139 min.
Tobey Maguire chegou ao seu terceiro filme na pele do super-herói com a possibilidade de desenvolver seu momento mais intenso. Afinal, neste filme, Peter Parker tem que enfrentar três vilões externos e, principalmente, o vilão interno de sua personalidade egoística e deslumbrada com a fama. Claro que esta personalidade é exacerbada pela gosma preta alienígena que cai em seu corpo. Mas, o que as histórias de Homem-Aranha sempre focaram, foi exatamente o lado humano deste herói. O garoto de carne e osso que tem problemas na escola, perde o tio, tem contas para pagar e quer ser alguém especial para conquistar a garota que ama.
É nesta complexidade que reside o sucesso do aracnídeo humano e que foi tão bem explorada pelo roteiro dos dois filmes anteriores. O problema de Homem-Aranha 3 é querer falar de muita coisa em pouco tempo, trazendo pros dez minutos finais o que é considerado por muitos fãs um dos maiores vilões do Homem-Aranha: Venom. Para deixar o argumento mais claro, vamos analisar os pontos em separado.
Tudo começa como terminou o segundo. Peter Parker está deslumbrado com o sucesso do Homem-Aranha na cidade, namora Mary Jane e tem que enfrentar seu melhor amigo, e agora inimigo, Harry Osborn, o novo Duende Verde. Como se não bastasse esta trama, vemos em paralelo o nascimento do Homem Areia, um presidiário fugitivo que quer salvar sua pequena filha e acaba sofrendo um acidente nuclear. Paralelo aos dois vilões enfrentados pelo herói, sua vida pessoal está desmoronando, seu ego não permite que perceba o quanto está magoando a mulher que ama, ao mesmo tempo em que se aproxima de uma colega de faculdade: Gwen Stacy.
Além disso, uma gosma alienígena resolve se alojar no corpo de Peter Parker, tornando-o mais arrogante, agressivo e destrutivo. No filme, ao contrário dos quadrinhos, esta gosma se torna um uniforme preto que ele pode tirar e colocar quando bem entende, o que aumenta a sua responsabilidade em relação à influência maligna da mesma em seu psiquismo. E se não fosse o bastante, Peter ainda se depara com Eddie Brock, fotógrafo rival que por si só já teria argumento para um único filme do Aranha, dada a complexidade e importância do vilão que ele irá se tornar na história recente do super-herói.
Como é muito assunto para tratar, o roteiro se intercala nas tramas paralelas enquanto a direção aproveita para investir nas cenas de ação. A primeira seqüência do filme já é de tirar o fôlego, com o Homem-Aranha cada vez mais rápido em suas acrobacias e as engenharias de lutas reforçadas pelos efeitos especiais cada vez mais próximos da perfeição. Tudo leva a crer que o grande esforço do filme é mesmo o entretenimento gratuito e o ritmo acelerado próprio dos tempos atuais. Mas, mesmo isto, perde seu fôlego nos minutos finais e tudo que vemos é uma batalha final pobre, com clichês de arrependimento e repetições de estratégias dos outros dois filmes, como a mocinha pendurada em um arame qualquer, enquanto o herói tem que se dividir entre ela e a cidade.
No geral, a direção continua tão boa quanto nos filmes anteriores. A interpretação dos atores é coerente e verdadeira, enquanto que os enquadramentos e movimentos de câmera estão sempre buscando um olhar e uma expressão diferente. Mas, ficamos o tempo todo esperando sermos surpreendidos novamente com cenas memoráveis como o primeiro beijo do Homem-Aranha com Mary Jane de cabeça para baixo na chuva (primeiro filme) ou na tensão da revelação de sua identidade tão negativamente explorada no segundo filme.
Este terceiro episódio nos traz muita tentativa de informação e pouca história propriamente dita. Esta é a sensação que fica, de que vimos um degustativo, um pouco de tudo e nada de algo. Mas, por mais incongruente que pareça, sempre é bom ver o Aranha nas telas. Apesar da sensação de frustração, as imagens impressionam e os efeitos das cenas de ação nos deixam extasiados.
E é apostando nisso que a Sony está investindo tanto em O Espetacular Homem-Aranha. Resta saber se Andrew Garfield conseguirá encarnar um bom Peter Parker, nos fazendo esquecer de Tobey Maguire, e se Marc Webber conseguirá dar um novo rumo digno do herói dos quadrinhos.
Homem Aranha 3 (Spider-Man 3, 2007 / EUA)
Direção: Sam Raimi
Roteiro: Sam Raimi, Ivan Raimi e Alvin Sargent
Com: Tobey Maguire, Kirsten Dunst, Topher Grace, James Franco
Duração: 139 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Homem Aranha 3
2012-07-01T08:30:00-03:00
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