
Tudo acontece em torno de um grupo teatral em plena ditadura militar. Jovens idealistas, sem ser revolucionários. Em ebulição própria da idade, do amor pela arte, dos problemas da vida. Questionadores em seus próprios universos como o "Cabelo" que ama e defende a França, enquanto Marina sustenta a questão do ser brasileiro. Mas, dentro do grupo existe Bia, uma garota simpática, melhor atriz da trupe e namorada do diretor. Mas, apesar disso há um grande problema: sua mãe. Uma mulher autoritária que a sufoca de maneira doentia.
Narrado por Marina, personagem de Paloma Duarte, que sempre se dirige à plateia para explicações diversas, a trama se desenvolve entre os ensaios do grupo. Exercícios teatrais, discussões íntimas, questões de poder, amor. E claro, a questão Bia, interpretada pela atriz Fernanda Nobre. Sua mãe, feita por Françoise Forton aparece pontualmente, em cenas fortes. Destaque para a cena em que Bia vai sendo presa por uma cama de gato, até a chegada da mãe. E o embate após o resultado das provas no colégio, onde esta utiliza uma tesoura para amedrontar a filha.


Léo e Bia é um filme diferente. Uma experiência do acompanhar discursivo, mas que não se prende à fala. Naquele galpão, a metalinguagem teatral reina de uma forma visual interessante. É um jogo de encenação, palavras e planos que dão a dinâmica necessária para que o texto flua. Abre espaço para reflexões diversas. É o som, a forma, amor e dor. Sem medo de parecer brega, mesmo confessando amar Roberto Carlos. Uma pena que a plateia de adolescentes presentes no FICI não teve maturidade para compreender o que estava se passando em tela.
Léo e Bia (Léo e Bia. 2010 / Brasil)
Direção: Oswaldo Montenegro
Roteiro: Oswaldo Montenegro
Com: Paloma Duarte, Françoise Forton, Fernanda Nobre, Vitória Frate, Emilio Dantas, Pedro Cartano, Ivan Mendes, Pedro Nercessian
Duração: 95 min.
renato alves · 649 semanas atrás
Abraços
Amanda_Aouad 118p · 649 semanas atrás
abraços