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Nos bastidores de Frankenweenie

FrankenweenieEsta semana Tim Burton volta aos cinemas quase para fechar um ciclo. Em 1984, ele era um jovem estudante de cinema que ganhou uma bolsa da Disney, quando lançou o curta-metragem Frankenweenie. Com 25 minutos de duração, o filme se tornou uma espécie de tabu. Vinte e oito anos, e quinze filmes de longa-metragem depois, ele retorna ao seu projeto. Novamente com a Disney, só que agora em uma animação em stop motion, já que o curta fora em live action.

Frankenweenie é mais do que uma animação em stop motion, é uma animação em stop motion feita por Tim Burton. Então, todo o seu universo de exótico, sua inspiração em filmes de terror B e no expressionismo alemão estão impregnados no design dos bonecos, no clima da trama, na escolha por uma animação em preto e branco. Além, claro, da trilha e da história repleta de referências diversas. A começar pelo argumento do cachorro morto que volta a vida em uma experiência com raios. O mito de Frankenstein é claro, assim como todas as referências que passam desde A Noiva de Frankenstein (1935) no cabelo da cachorrinha, até o monstro Godzila, ou uma múmia improvisada.


Mas, o que impressiona mesmo no filme é a técnica do stop motion. São 24 quadros por segundo. Isso significa que o animador deve parar e posicionar o boneco 24 vezes para ter um segundo de ação filmada. Em média, um animador consegue produzir apenas 5 segundos de animação por semana. Vários bonecos do mesmo personagem permitem que animadores trabalhem em mais de uma cena ao mesmo tempo. Eram 18 animadores trabalhando independentemente de cada vez. E tudo é tão bem feito e bem cuidado que parece animado por computador em 3D.


Segundo a divulgação do filme, mais de 200 bonecos e cenários foram criados. Cada personagem tinha mais de um protótipo para permitir que cada animador trabalhasse de forma independente. Os protagonistas Victor e Sparky, por exemplo, tiveram 17 e 12 bonecos cada um. Ainda segundo a divulgação, o primeiro boneco a ser desenhado para o filme foi o cachorrinho Sparky. Tim Burton queria o maior realismo possível nele, fazendo-o mover-se como um cão de verdade. Então, era preciso testar qual o tamanho mínimo era preciso para que isso fosse possível. Chegaram a um formato de 10 centímetros. Após essa definição, ele serviu de parâmetro para criar uma escala para a criação dos demais personagens e cenários, de uma maneira proporcional.

Para que os animadores pudessem trabalhar de uma maneira confortável, os cenários para o filme foram construídos sobre tampos de mesas. Nesse passeio em 360º pelo estúdio é possível ter uma dimensão do processo. Vale a pena conhecer essa pequena viagem em três etapas muito interessantes. Para aproveitar o 360º, clique sobre o video e arraste para o lado que quiser ou acompanhe pela barra inferior do video, clicando sobre sua área de interesse. Se preferir, coloque em tela cheia, é melhor. Os círculos verdes são links para outras curiosidades.


Incrível, não é? Impressiona a grandiosidade do projeto. E o resultado em tela também enche os olhos. Mesmo que o roteiro possua algumas falhas e escolhas fáceis, como repetir o plot do bicho que ressuscita apenas para criar novas confusões na cidade. É um filme onde podemos encontrar a marca do gênio Tim Burton, em sua melhor forma. Então, fiquemos com um último vídeo sobre a experiência que é trabalhar com ele.

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