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Os Candidatos
Os Candidatos
Na política, vale tudo. Esse é o resumo da sátira Os Candidatos, dirigida por Jay Roach, com Will Ferrell e Zach Galifianakis como protagonistas. Mas, o que mais chama a atenção não são as manobras desonestas e tolas dos candidatos, mas a forma em cadeia como se comporta o eleitorado. Isso, sim, pode servir como alerta para nós que estamos às vésperas do segundo turno das eleições municipais.
Cam Brady está em seu quarto mandato, em campanha para virar o quinto, como deputado. Macaco velho da politicagem, tem como lema que para vencer tudo é válido. Canalha, poser, mulherengo, acaba se envolvendo em um escândalo que abala sua imagem. É a oportunidade perfeita para os irmãos Motch fabricarem um adversário que possa ser interessante para os seus negócios, literalmente, da China. Marty Huggins, um agente de turismo ingênuo, mas filho de político, que acredita que possa fazer algo pelo seu Estado.
Will Ferrell e Zach Galifianakis são engraçados, mas parecem não conseguir fugir do estereótipo criado para eles próprios. Zach Galifianakis, então, apesar de ser mais "normótico", ainda é o cara estranho, com atitudes bobas. Um exemplo é o seu tique com portas. Esses exageros tolos acabam minando boa parte da crítica que poderia trazer algo realmente sério e importante. Caindo em um vazio de piadas e brincadeiras com o já sabido.
Afinal, quem não sabe que os bastidores da política trazem inúmeras manipulações? Em determinado momento, um marqueteiro diz: "quando se tem dinheiro, nada é imprevisível". E é nesse jogo de mentiras, frases treinadas e falsas mensagens que a trama se concentra. A disputa entre os dois traz alguns bons momentos, como a corrida por um beijo em um bebê, mas se perde quando insiste em repetir a piada. Entre erros e acertos acaba sobrando até para Uggie. Ele mesmo, o "astro" canino de O Artista.
Há também uma exploração de um universo bastante americano, mais especificadamente com o Partido Republicano, seu conservadorismo, religiosidade e aversão ao "comunismo". Mas, as piadas com a China também cansam, em determinado momento. Ainda assim, há toda uma construção nonsense que acaba sendo divertida, principalmente na criação da imagem perfeita para Marty Huggins, com direito a labrador de lencinho no pescoço e tudo. Mérito também do ator que, mesmo repetindo tiques, consegue mesmo ser engraçado.
Agora, a questão principal que fica é a capacidade dos eleitores de aceitarem ser tratados como gado. Uma manipulação constante que os leva a atitudes inexplicáveis. Toda vez que um candidato faz algo condenável acaba ganhando alguns pontos na pesquisa. E toda a parte final do filme demonstra de maneira bem clara o quanto a platéia não tem vontade própria. Ela simplesmente segue o fluxo. Essa acaba sendo a principal denúncia e reflexão do filme. Se a política é isso aí, o que fazemos nós para mudá-la?
Os Candidatos acaba sendo uma comédia morna, que requenta muitas ideias, mas nos apresenta mais uma possibilidade de reflexão diante de nossas atitudes na vida. Alguns dizem que muita gente só não é desonesta por falta de oportunidade. Talvez um filme assim, sirva pelo menos para nos fazer pensar em qual atitude estamos mesmo tendo em nossas vidas.
Os Candidatos (The Campaign, 2012 / EUA)
Direção: Jay Roach
Roteiro: Chris Henchy e Shawn Harwell
Com: Will Ferrell, Zach Galifianakis, Jason Sudeikis, Sarah Baker, Brian Cox e Dylan McDermott.
Duração: 85 min.
Cam Brady está em seu quarto mandato, em campanha para virar o quinto, como deputado. Macaco velho da politicagem, tem como lema que para vencer tudo é válido. Canalha, poser, mulherengo, acaba se envolvendo em um escândalo que abala sua imagem. É a oportunidade perfeita para os irmãos Motch fabricarem um adversário que possa ser interessante para os seus negócios, literalmente, da China. Marty Huggins, um agente de turismo ingênuo, mas filho de político, que acredita que possa fazer algo pelo seu Estado.
Will Ferrell e Zach Galifianakis são engraçados, mas parecem não conseguir fugir do estereótipo criado para eles próprios. Zach Galifianakis, então, apesar de ser mais "normótico", ainda é o cara estranho, com atitudes bobas. Um exemplo é o seu tique com portas. Esses exageros tolos acabam minando boa parte da crítica que poderia trazer algo realmente sério e importante. Caindo em um vazio de piadas e brincadeiras com o já sabido.
Afinal, quem não sabe que os bastidores da política trazem inúmeras manipulações? Em determinado momento, um marqueteiro diz: "quando se tem dinheiro, nada é imprevisível". E é nesse jogo de mentiras, frases treinadas e falsas mensagens que a trama se concentra. A disputa entre os dois traz alguns bons momentos, como a corrida por um beijo em um bebê, mas se perde quando insiste em repetir a piada. Entre erros e acertos acaba sobrando até para Uggie. Ele mesmo, o "astro" canino de O Artista.
Há também uma exploração de um universo bastante americano, mais especificadamente com o Partido Republicano, seu conservadorismo, religiosidade e aversão ao "comunismo". Mas, as piadas com a China também cansam, em determinado momento. Ainda assim, há toda uma construção nonsense que acaba sendo divertida, principalmente na criação da imagem perfeita para Marty Huggins, com direito a labrador de lencinho no pescoço e tudo. Mérito também do ator que, mesmo repetindo tiques, consegue mesmo ser engraçado.
Agora, a questão principal que fica é a capacidade dos eleitores de aceitarem ser tratados como gado. Uma manipulação constante que os leva a atitudes inexplicáveis. Toda vez que um candidato faz algo condenável acaba ganhando alguns pontos na pesquisa. E toda a parte final do filme demonstra de maneira bem clara o quanto a platéia não tem vontade própria. Ela simplesmente segue o fluxo. Essa acaba sendo a principal denúncia e reflexão do filme. Se a política é isso aí, o que fazemos nós para mudá-la?
Os Candidatos acaba sendo uma comédia morna, que requenta muitas ideias, mas nos apresenta mais uma possibilidade de reflexão diante de nossas atitudes na vida. Alguns dizem que muita gente só não é desonesta por falta de oportunidade. Talvez um filme assim, sirva pelo menos para nos fazer pensar em qual atitude estamos mesmo tendo em nossas vidas.
Os Candidatos (The Campaign, 2012 / EUA)
Direção: Jay Roach
Roteiro: Chris Henchy e Shawn Harwell
Com: Will Ferrell, Zach Galifianakis, Jason Sudeikis, Sarah Baker, Brian Cox e Dylan McDermott.
Duração: 85 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Os Candidatos
2012-10-18T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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