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Encerramento da Mostra Cinema Conquista
Encerramento da Mostra Cinema Conquista
Cinco dias intensos na Oitava Mostra de Cinema de Vitória da Conquista. Longametragens, curtas, bate-papos, oficinas e conferências tornaram a cidade um templo cinematográfico. A noite de encerramento foi marcada pela premiação da ABCV. O filme de Henrique Dantas, A bicicleta do vovô, foi o grande vencedor entre os curtas baianos que estavam na Mostra Competitiva. O filme traz um olhar lúdico sobre a infância, resgatando a cultura popular de uma forma bastante criativa. Mas, tiveram também três menções honrosas para o criativo Fake Me, de Marcus Curvelo, Menino do Cinco, de Wallace Nogueira, e Marcelo Matos e Isto não é o fim de João Gabriel.
Destaques ainda no fim de semana, foram a mesa O cinema pautado pelas situações cotidianas e a conferência Cinema, Direito e Mercado. A produtora Isabela Cribari esclareceu as questões que ela mesma definiu como “chatas” do cinema. Diretos autorais, contratos, questões burocráticas tão necessárias para fazer bem um filme, e que os cineastas acabam sempre empurrando para depois. Com a experiência que tem e suas formações que passam pela economia e até psicanálise, Isabela trouxe através de uma linguagem fácil os entraves e dúvidas de muitas pessoas, tanto que as perguntas foram variadas, em uma plateia bem participativa.
Já na mesa O cinema pautado pelas situações cotidianas, João Carlos Sampaio mediou um bate-papo intenso com Leon Sampaio (O Cadeado), Marcelo Lordello (Eles Voltam), Marcus Curvello (Fake me) e Henrique Dantas (A bicicleta do vovô). Além de falar do próprio processo de cada filme, os quatro diretores opinaram sobre a relação com o roteiro, alguns que o seguem à risca, outros que reinventam no set. Marcelo Lordello defendeu que cada filme é uma história e que, a depender do processo, tudo pode acontecer. Ele falou também da questão dos atores, que ele sempre prefere trabalhar com atores menos conhecidos, pois suas narrativas hiper realistas acabam funcionando melhor com um rosto desconhecido do que com um ator que já traz uma bagagem. E todos concordaram que a super exposição estraga o ator.
Todos foram unânimes também na necessidade de fazer filmes, independentes de verba. A maioria faz parte de algum coletivo de cinema, grupos que se unem pelo objetivo maior de por em prática suas ideias. Como Marcelo Lordello falou, o filme tem que ser bom, independente de verba e Marcus Curvello falou de sua experiência de transformar a falta de dinheiro em criatividade estética. Mas, quem melhor definiu o processo cinematográfico no dia foi Henrique Dantas que falou que o importante é você decidir o que vai fazer, ter o que falar e simplesmente fazer.
Outra coisa interessante na Mostra foram as três oficinas que aconteceram durante esses dias. Nomes como Di Moretti, roteirista renomado que assinou filmes como o recente Tropicália e Cabra Cega, além de fazer parte da associação AC (Autores de Cinema) e ser consultor de roteiros tanto individuais quanto de laboratórios como o do Sundance Institute e o do SESC Rio de Janeiro. Ele deu a oficina de Roteiro para Cinema, que considerou bastante positiva, com uma boa participação, com muita interação dos alunos. A mesma opinião foi a de Débora Opolski, musicóloga e produtora musical que deu a oficina Desenho de som para audiovisual. A terceira oficina foi de Cinema como Produção, ministrada por Tenille Bezerra, produtora executiva do Projeto Lanterninha.
No último dia teve ainda a mesa O diálogo do cinema com o real e sua mitificação com a presença do diretor Ninho Moraes de Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now!, filme que também foi um dos escolhidos para exibição na última noite de Festival. E a participação surpresa ilustre do músico Luis Caldas, uma das participações do filme, já que o filme faz um paralelo com o movimento cultural revolucionário do final da década de 60 com a nossa realidade hoje. E Luis Caldas é um dos artistas que trouxe o seu olhar especial para a música brasileira.
A Mostra Cinema Conquista teve, então, um balanço positivo. Foi uma ótima experiência estar aqui acompanhando toda essa efervescência, além de fazer parte do júri a convite de Carollini Assis. Agora é voltar e emendar com o Cine Futuro, Seminário de Cinema de Salvador, que já está acontecendo desde sexta-feira.
Destaques ainda no fim de semana, foram a mesa O cinema pautado pelas situações cotidianas e a conferência Cinema, Direito e Mercado. A produtora Isabela Cribari esclareceu as questões que ela mesma definiu como “chatas” do cinema. Diretos autorais, contratos, questões burocráticas tão necessárias para fazer bem um filme, e que os cineastas acabam sempre empurrando para depois. Com a experiência que tem e suas formações que passam pela economia e até psicanálise, Isabela trouxe através de uma linguagem fácil os entraves e dúvidas de muitas pessoas, tanto que as perguntas foram variadas, em uma plateia bem participativa.
Já na mesa O cinema pautado pelas situações cotidianas, João Carlos Sampaio mediou um bate-papo intenso com Leon Sampaio (O Cadeado), Marcelo Lordello (Eles Voltam), Marcus Curvello (Fake me) e Henrique Dantas (A bicicleta do vovô). Além de falar do próprio processo de cada filme, os quatro diretores opinaram sobre a relação com o roteiro, alguns que o seguem à risca, outros que reinventam no set. Marcelo Lordello defendeu que cada filme é uma história e que, a depender do processo, tudo pode acontecer. Ele falou também da questão dos atores, que ele sempre prefere trabalhar com atores menos conhecidos, pois suas narrativas hiper realistas acabam funcionando melhor com um rosto desconhecido do que com um ator que já traz uma bagagem. E todos concordaram que a super exposição estraga o ator.
Todos foram unânimes também na necessidade de fazer filmes, independentes de verba. A maioria faz parte de algum coletivo de cinema, grupos que se unem pelo objetivo maior de por em prática suas ideias. Como Marcelo Lordello falou, o filme tem que ser bom, independente de verba e Marcus Curvello falou de sua experiência de transformar a falta de dinheiro em criatividade estética. Mas, quem melhor definiu o processo cinematográfico no dia foi Henrique Dantas que falou que o importante é você decidir o que vai fazer, ter o que falar e simplesmente fazer.
Outra coisa interessante na Mostra foram as três oficinas que aconteceram durante esses dias. Nomes como Di Moretti, roteirista renomado que assinou filmes como o recente Tropicália e Cabra Cega, além de fazer parte da associação AC (Autores de Cinema) e ser consultor de roteiros tanto individuais quanto de laboratórios como o do Sundance Institute e o do SESC Rio de Janeiro. Ele deu a oficina de Roteiro para Cinema, que considerou bastante positiva, com uma boa participação, com muita interação dos alunos. A mesma opinião foi a de Débora Opolski, musicóloga e produtora musical que deu a oficina Desenho de som para audiovisual. A terceira oficina foi de Cinema como Produção, ministrada por Tenille Bezerra, produtora executiva do Projeto Lanterninha.
No último dia teve ainda a mesa O diálogo do cinema com o real e sua mitificação com a presença do diretor Ninho Moraes de Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now!, filme que também foi um dos escolhidos para exibição na última noite de Festival. E a participação surpresa ilustre do músico Luis Caldas, uma das participações do filme, já que o filme faz um paralelo com o movimento cultural revolucionário do final da década de 60 com a nossa realidade hoje. E Luis Caldas é um dos artistas que trouxe o seu olhar especial para a música brasileira.
A Mostra Cinema Conquista teve, então, um balanço positivo. Foi uma ótima experiência estar aqui acompanhando toda essa efervescência, além de fazer parte do júri a convite de Carollini Assis. Agora é voltar e emendar com o Cine Futuro, Seminário de Cinema de Salvador, que já está acontecendo desde sexta-feira.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Encerramento da Mostra Cinema Conquista
2012-11-12T11:55:00-03:00
Amanda Aouad
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