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O Último Desafio
O Último Desafio
"Como você está, xerife?", pergunta o dono do bar, ao vê-lo despencar do teto. "Velho", responde o personagem. Uma piada que está no trailer e que traduz um pouco da realidade do ator Arnold Schwarzenegger que retorna a um personagem de destaque nos cinemas, após sua pausa para se dedicar à política. Ainda que cause saudosismo nos fãs das décadas de 80 e 90, Schwarzenegger está mesmo velho para algumas coisas. Ainda assim, O Último Desafio não chega a ser um desastre, exatamente por não se levar a sério.
Na pacata cidade de Sommerton, vive o Xerife Ray Owens. Ele que já foi um experiente agente do combate ao narcotráfico, prefere agora a calma do interior, onde os grandes desafios são ladrões de galinha. Porém, há a fuga do perigoso Gabriel Cortez que, em um plano mirabolante, pretende cruzar a fronteira passando pela cidade. O xerife terá então que barrar o sujeito contando apenas com um estafe inexperiente. Coisa que nem o FBI, nem a SWAT conseguiu. Mas, ainda que inchado e quase sem expressão facial, Schwarzenegger ainda é Schwarzenegger.
É visível que o ator não tem mais forma física para filmes de ação desse nível. Mas pouco importa. O público quer rever Schwarzenegger na tela grande, vendo-o ser responsável por façanhas incríveis que deixa qualquer rapazinho novo no chinelo. E O Último Desafio segue esse clima, sem muita preocupação com coerência de roteiro ou seriedade de qualquer coisa. Tudo é exageradamente clichê e tolo, com cenas absurdas como um bandido sendo estourado com um sinalizador.
As piadas com a polícia começam na primeira cena, com um policial na beira da estrada comendo uma rosquinha enquanto um carro passa a mais de 300 km/h. Os vilões também são extremamente estereotipados, com risadas que mais parecem de uma caricatura. Que falar, então, do FBI? A fuga de Gabriel Cortez é uma das coisas mais ridículas já vistas. Algo vexatório para o currículo da organização que consegue ser enganada de uma maneira tão tola. Isso depois de uma cena cheia de pose, onde o encarregado informa sobre o deslocamento do preso como se estivessem se preparando para a guerra. Sobra até para a infalível SWAT, que sofre na estrada como crianças brincando de bandido e ladrão.
As piadas não param por aí. O grupo liderado por Schwarzenegger é tão amador que chega a ser risível. Fãs de filmes policiais entendem mais do ofício que eles. E o filme não os poupa do ridículo, desde o novato atirando em um pedaço de carne e quase quebrando o nariz, passando por "não mexam em nada, é a cena do crime", com eles largando o que estavam segurando, ou quando Schwarzenegger pergunta se alguém já checou as marcas de pneu. Isso sem falar na situação do bad boy vivido por Rodrigo Santoro, que parece ser melhor do que todos os policiais juntos, com exceção é claro, do xerife Schwarzenegger.
A preparação para enfrentar os bandidos na cidade também é cheia de ironia. Os próprios habitantes não parecem levar nada daquilo a sério, quando dizem que estão tomando café, por exemplo. Ou a velhinha que tem sua casa invadida. Isso sem falar no próprio tiroteio que parecem mais esquetes de algum programa de humor que um filme de ação. A começar pela figura do personagem de Johnny Knoxville que é um maluco aficionado por armas, com direito a nomes engraçados para cada uma delas e vai para a batalha com escudo e capacete romano.
Diante de tanta esculhambação sem compromisso, há o atrativo a mais para nós brasileiros de ver Rodrigo Santoro em um personagem de destaque. O rapaz tem uma curva dramática de redenção até interessante, não sendo apenas um figurante de luxo e surpreendendo em muitos momentos. Ainda que sua atuação esteja muito aquém de tudo que já vimos por aqui, fazendo mais pose de galã que qualquer outra coisa.
O Último Desafio é daqueles filmes que não se pode levar a sério. É o retorno de Arnold Schwarzenegger, feito para ele brilhar. Ou pelo menos para que os fãs matem as saudades do eterno Exterminador. De maneira leve, com piadas e situações absurdas. Uma grande brincadeira próxima da proposta de Os Mercenários, mas sem o mesmo peso.
O Último Desafio (The Last Stand, 2013 / EUA)
Direção: Jee-woon Kim
Roteiro: Andrew Knauer e Jeffrey Nachmanoff
Com: Arnold Schwarzenegger, Forest Whitaker, Johnny Knoxville, Rodrigo Santoro, Eduardo Noriega e Luis Guzmán.
Duração: 107 min.
Na pacata cidade de Sommerton, vive o Xerife Ray Owens. Ele que já foi um experiente agente do combate ao narcotráfico, prefere agora a calma do interior, onde os grandes desafios são ladrões de galinha. Porém, há a fuga do perigoso Gabriel Cortez que, em um plano mirabolante, pretende cruzar a fronteira passando pela cidade. O xerife terá então que barrar o sujeito contando apenas com um estafe inexperiente. Coisa que nem o FBI, nem a SWAT conseguiu. Mas, ainda que inchado e quase sem expressão facial, Schwarzenegger ainda é Schwarzenegger.
É visível que o ator não tem mais forma física para filmes de ação desse nível. Mas pouco importa. O público quer rever Schwarzenegger na tela grande, vendo-o ser responsável por façanhas incríveis que deixa qualquer rapazinho novo no chinelo. E O Último Desafio segue esse clima, sem muita preocupação com coerência de roteiro ou seriedade de qualquer coisa. Tudo é exageradamente clichê e tolo, com cenas absurdas como um bandido sendo estourado com um sinalizador.
As piadas com a polícia começam na primeira cena, com um policial na beira da estrada comendo uma rosquinha enquanto um carro passa a mais de 300 km/h. Os vilões também são extremamente estereotipados, com risadas que mais parecem de uma caricatura. Que falar, então, do FBI? A fuga de Gabriel Cortez é uma das coisas mais ridículas já vistas. Algo vexatório para o currículo da organização que consegue ser enganada de uma maneira tão tola. Isso depois de uma cena cheia de pose, onde o encarregado informa sobre o deslocamento do preso como se estivessem se preparando para a guerra. Sobra até para a infalível SWAT, que sofre na estrada como crianças brincando de bandido e ladrão.
As piadas não param por aí. O grupo liderado por Schwarzenegger é tão amador que chega a ser risível. Fãs de filmes policiais entendem mais do ofício que eles. E o filme não os poupa do ridículo, desde o novato atirando em um pedaço de carne e quase quebrando o nariz, passando por "não mexam em nada, é a cena do crime", com eles largando o que estavam segurando, ou quando Schwarzenegger pergunta se alguém já checou as marcas de pneu. Isso sem falar na situação do bad boy vivido por Rodrigo Santoro, que parece ser melhor do que todos os policiais juntos, com exceção é claro, do xerife Schwarzenegger.
A preparação para enfrentar os bandidos na cidade também é cheia de ironia. Os próprios habitantes não parecem levar nada daquilo a sério, quando dizem que estão tomando café, por exemplo. Ou a velhinha que tem sua casa invadida. Isso sem falar no próprio tiroteio que parecem mais esquetes de algum programa de humor que um filme de ação. A começar pela figura do personagem de Johnny Knoxville que é um maluco aficionado por armas, com direito a nomes engraçados para cada uma delas e vai para a batalha com escudo e capacete romano.
Diante de tanta esculhambação sem compromisso, há o atrativo a mais para nós brasileiros de ver Rodrigo Santoro em um personagem de destaque. O rapaz tem uma curva dramática de redenção até interessante, não sendo apenas um figurante de luxo e surpreendendo em muitos momentos. Ainda que sua atuação esteja muito aquém de tudo que já vimos por aqui, fazendo mais pose de galã que qualquer outra coisa.
O Último Desafio é daqueles filmes que não se pode levar a sério. É o retorno de Arnold Schwarzenegger, feito para ele brilhar. Ou pelo menos para que os fãs matem as saudades do eterno Exterminador. De maneira leve, com piadas e situações absurdas. Uma grande brincadeira próxima da proposta de Os Mercenários, mas sem o mesmo peso.
O Último Desafio (The Last Stand, 2013 / EUA)
Direção: Jee-woon Kim
Roteiro: Andrew Knauer e Jeffrey Nachmanoff
Com: Arnold Schwarzenegger, Forest Whitaker, Johnny Knoxville, Rodrigo Santoro, Eduardo Noriega e Luis Guzmán.
Duração: 107 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
O Último Desafio
2013-01-20T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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