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Uma Família em Apuros
Uma Família em Apuros
Bette Midler declarou em entrevista recente que Uma Família em Apuros é uma espécie de Esqueceram de Mim para avós. Não deixa de ser uma comparação curiosa, mesmo que ninguém seja esquecido, não seja Natal, nem tenha ladrões envolvidos. Mas, é uma comédia familiar divertida, ainda que clichê e sem maiores novidades.
É uma história de reencontros entre duas partes de uma mesma família que não parecem falar a mesma língua. De um lado está o casal vivido por Billy Crystal e Bette Midler. Ela, uma dona de casa, ele, um locutor de beisebol que acaba de ser demitido por estar velho e não antenado com as novas tecnologias. Do outro lado, o casal vivido por Marisa Tomei e Tom Everett Scott, com seus três filhos. Modernos e politicamente corretos, eles criam as crianças de uma maneira diferente, sem limites, sem dizer não, apenas com comidas saudáveis e com uma casa totalmente informatizada.
Os problemas começam quando o jovem casal precisa viajar e tem que recorrer aos pais da moça para tomar conta dos netos por uma semana. Sem muito contato, nenhuma intimidade e com valores e regras completamente diferentes, é lógico que a situação não vai ser das melhores. É nesse ponto em que o roteiro começa a abusar de clichês e situações absurdas. Como por exemplo, a personagem de Bette Midler, que é uma dona de casa, ficar tão atrapalhada para preparar as refeições, por mais que sejam receitas diferentes. Ou todas as atrapalhações que os dois armam a cada tentativa de aproximação dos netos.
Mas, nem tudo é bobagem. A crítica a esse exagero do politicamente correto é um exemplo. "Nunca diga não, e sim, analise as consequências". "Não mande parar de chorar, mas expresse-se com palavras". E tantas outras regras chavões ditadas por Marisa Tomei. Isso sem falar no restaurante pan-asiático, só com comida natural e o jogo de beisebol onde só há empate, para não estimular a competição entre as crianças. Todo esse mundo certinho, como em manuais de psicanálise acabam por prejudicar o crescimento das próprias crianças, que ficam mimadas e não aprendem a lidar com frustrações. Dando sempre a falsa impressão da "família margarina". E a forma como o roteiro sutilmente ridiculariza tudo isso, acaba sendo o mais interessante do filme.
Porque no final das contas, aqueles que seriam os vilões, deixados para escanteio por serem irresponsáveis, acabam sendo a voz da razão. Os avós vividos pela dupla Billy Crystal e Bette Midler cativa a platéia, ainda que façam bobagens boa parte do tempo. Acabamos ficando do lado deles, observam através de seus pontos de vista. Em parte, pelas próprias escolhas do roteiro, em parte pelo talento dos dois atores, sempre simpático e divertidos. E claro, que Bette Midler teve que participar de um engraçado número musical.
Entre os atores mirins, destaque para o pequeno Kyle Harrison Breitkopf que faz o caçula interesseiro, sempre ganhando um troco do avô. A personificação do pestinha. Já o Joshua Rush consegue dar uma carga dramática ao gago Turner e toda a sua dificuldade de aceitação dentro da escola. Porém, a pequena Bailee Madison continua soando artificial demais, cheia de tiques estranhos, pseudo adultos. Assim como Marisa Tomei que exagera na mãe neurótica, não conseguindo a graça natural dos atores que fazem seus pais.
No final das contas, temos mais uma comédia estilo Sessão da Tarde para toda a família. Há cenas engraçadas, momentos de pura diversão e outras bobagens que garantem risadas e um passatempo interessante. E isso, também é cinema.
Uma Família em Apuros (Parental Guidance, 2012 / EUA)
Direção: Andy Fickman
Roteiro: Lisa Addario e Joe Syracuse
Com: Billy Crystal, Bette Midler, Marisa Tomei, Tom Everett Scott, Bailee Madison, Joshua Rush e Kyle Harrison Breitkopf
Duração: 104 min.
É uma história de reencontros entre duas partes de uma mesma família que não parecem falar a mesma língua. De um lado está o casal vivido por Billy Crystal e Bette Midler. Ela, uma dona de casa, ele, um locutor de beisebol que acaba de ser demitido por estar velho e não antenado com as novas tecnologias. Do outro lado, o casal vivido por Marisa Tomei e Tom Everett Scott, com seus três filhos. Modernos e politicamente corretos, eles criam as crianças de uma maneira diferente, sem limites, sem dizer não, apenas com comidas saudáveis e com uma casa totalmente informatizada.
Os problemas começam quando o jovem casal precisa viajar e tem que recorrer aos pais da moça para tomar conta dos netos por uma semana. Sem muito contato, nenhuma intimidade e com valores e regras completamente diferentes, é lógico que a situação não vai ser das melhores. É nesse ponto em que o roteiro começa a abusar de clichês e situações absurdas. Como por exemplo, a personagem de Bette Midler, que é uma dona de casa, ficar tão atrapalhada para preparar as refeições, por mais que sejam receitas diferentes. Ou todas as atrapalhações que os dois armam a cada tentativa de aproximação dos netos.
Mas, nem tudo é bobagem. A crítica a esse exagero do politicamente correto é um exemplo. "Nunca diga não, e sim, analise as consequências". "Não mande parar de chorar, mas expresse-se com palavras". E tantas outras regras chavões ditadas por Marisa Tomei. Isso sem falar no restaurante pan-asiático, só com comida natural e o jogo de beisebol onde só há empate, para não estimular a competição entre as crianças. Todo esse mundo certinho, como em manuais de psicanálise acabam por prejudicar o crescimento das próprias crianças, que ficam mimadas e não aprendem a lidar com frustrações. Dando sempre a falsa impressão da "família margarina". E a forma como o roteiro sutilmente ridiculariza tudo isso, acaba sendo o mais interessante do filme.
Porque no final das contas, aqueles que seriam os vilões, deixados para escanteio por serem irresponsáveis, acabam sendo a voz da razão. Os avós vividos pela dupla Billy Crystal e Bette Midler cativa a platéia, ainda que façam bobagens boa parte do tempo. Acabamos ficando do lado deles, observam através de seus pontos de vista. Em parte, pelas próprias escolhas do roteiro, em parte pelo talento dos dois atores, sempre simpático e divertidos. E claro, que Bette Midler teve que participar de um engraçado número musical.
Entre os atores mirins, destaque para o pequeno Kyle Harrison Breitkopf que faz o caçula interesseiro, sempre ganhando um troco do avô. A personificação do pestinha. Já o Joshua Rush consegue dar uma carga dramática ao gago Turner e toda a sua dificuldade de aceitação dentro da escola. Porém, a pequena Bailee Madison continua soando artificial demais, cheia de tiques estranhos, pseudo adultos. Assim como Marisa Tomei que exagera na mãe neurótica, não conseguindo a graça natural dos atores que fazem seus pais.
No final das contas, temos mais uma comédia estilo Sessão da Tarde para toda a família. Há cenas engraçadas, momentos de pura diversão e outras bobagens que garantem risadas e um passatempo interessante. E isso, também é cinema.
Uma Família em Apuros (Parental Guidance, 2012 / EUA)
Direção: Andy Fickman
Roteiro: Lisa Addario e Joe Syracuse
Com: Billy Crystal, Bette Midler, Marisa Tomei, Tom Everett Scott, Bailee Madison, Joshua Rush e Kyle Harrison Breitkopf
Duração: 104 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Uma Família em Apuros
2013-01-12T08:45:00-03:00
Amanda Aouad
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