Fogo Contra Fogo
Em primeiro lugar é bom deixar claro, não confunda esse filme de David Barett, com o bom thriller de Michael Mann, com Al Pacino e Robert De Niro no elenco. Uma infeliz coincidência, já que o título original deste é Fire with Fire e não tinha muito para onde correr fora disso.
Este Fogo Contra Fogo é um emaranhado de clichês maniqueístas que nos conduzem de maneira capenga, a começar pelo personagem de Bruce Willis, que esperamos o tempo todo que se revele, mas não passa de um coadjuvante de luxo. A trama é mesmo de Josh Duhamel que interpreta o bombeiro Jeremy Coleman. Após um dia de trabalho, ele sai com os amigos e acaba presenciando um duplo assassinato brutal. Passa então, a fazer parte de um programa de proteção a testemunhas, mas nada será fácil ao enfrentar o bandido David Hagan.
Aliás, que bandido. David Hagan é chamado de sociopata pelos policiais, mas é mais do que isso. É o estereótipo do mal. Tem até uma suástica tatuada no peito, logo acima da águia dos Estados Unidos. E, em determinada cena, recita algo sobre a sobrevivência ariana. Detalhe que os três homens que mata no filme são negros. Mas, apesar desses indícios, sua verdadeira intenção nunca fica clara. Ele é apenas um chefão mau que sai matando e ameaçando a todos, sendo capaz até de zombar em meio a um teste de reconhecimento na delegacia.
Já o bombeiro Jeremy Coleman é aquele estereótipo do mocinho sofrido. De bom coração, bom no que faz, é órfão de pai e mãe, carente e logo vai encontrar um par romântico para complicar sua situação. Afinal, sem alguém que ame para ser ameaçado pelo bandido, não tem história. Ele apenas daria o depoimento e pronto. Mas, é o medo de perder o que conseguiu que fará Jeremy sair da posição de vítima indefesa para se tornar um justiceiro anônimo.
Fogo Contra Fogo tem uma trama frágil, personagens pífios e um roteiro que se arrasta para o previsível, principalmente pelas pistas que vão sendo dadas em relação às habilidades de Jeremy Coleman. Mas, não se pode negar que tenha boas cenas de ação. A adrenalina da cena do assalto no início é bem feita, ainda que a apresentação dos bandidos seja ruim. As perseguições, os tiroteios, as brigas, tudo construído com a competência natural para entreter plateias.
Aliás, a mira da policial Talia Durham, vivida por Rosario Dawson, merece uma nota à parte. A moça consegue trocar tiros e até se sair bem, contra um adversário que é atirador de elite com arma especial com alvo, enquanto ela só tem um revolver simples. Afinal, em um filme onde a adrenalina é o que importa, as mentiras e exageros devem mesmo ser apenas um detalhe.
Fogo Contra Fogo é daqueles filmes que acredita que o roteiro é apenas um detalhe, e que boas cenas de ação e correria já fazem um bom entretenimento. Pode ser verdade, em alguns casos, mas o próprio homônimo de 1995 já demonstra que é possível se entreter e pensar ao mesmo tempo.
Fogo Contra Fogo (Fire with Fire, 2013 / EUA)
Direção: David Barrett
Roteiro: Tom O'Connor
Com: Josh Duhamel, Bruce Willis, Rosario Dawson e Vincent D'Onofrio
Duração: 97 min.
Este Fogo Contra Fogo é um emaranhado de clichês maniqueístas que nos conduzem de maneira capenga, a começar pelo personagem de Bruce Willis, que esperamos o tempo todo que se revele, mas não passa de um coadjuvante de luxo. A trama é mesmo de Josh Duhamel que interpreta o bombeiro Jeremy Coleman. Após um dia de trabalho, ele sai com os amigos e acaba presenciando um duplo assassinato brutal. Passa então, a fazer parte de um programa de proteção a testemunhas, mas nada será fácil ao enfrentar o bandido David Hagan.
Aliás, que bandido. David Hagan é chamado de sociopata pelos policiais, mas é mais do que isso. É o estereótipo do mal. Tem até uma suástica tatuada no peito, logo acima da águia dos Estados Unidos. E, em determinada cena, recita algo sobre a sobrevivência ariana. Detalhe que os três homens que mata no filme são negros. Mas, apesar desses indícios, sua verdadeira intenção nunca fica clara. Ele é apenas um chefão mau que sai matando e ameaçando a todos, sendo capaz até de zombar em meio a um teste de reconhecimento na delegacia.
Já o bombeiro Jeremy Coleman é aquele estereótipo do mocinho sofrido. De bom coração, bom no que faz, é órfão de pai e mãe, carente e logo vai encontrar um par romântico para complicar sua situação. Afinal, sem alguém que ame para ser ameaçado pelo bandido, não tem história. Ele apenas daria o depoimento e pronto. Mas, é o medo de perder o que conseguiu que fará Jeremy sair da posição de vítima indefesa para se tornar um justiceiro anônimo.
Fogo Contra Fogo tem uma trama frágil, personagens pífios e um roteiro que se arrasta para o previsível, principalmente pelas pistas que vão sendo dadas em relação às habilidades de Jeremy Coleman. Mas, não se pode negar que tenha boas cenas de ação. A adrenalina da cena do assalto no início é bem feita, ainda que a apresentação dos bandidos seja ruim. As perseguições, os tiroteios, as brigas, tudo construído com a competência natural para entreter plateias.
Aliás, a mira da policial Talia Durham, vivida por Rosario Dawson, merece uma nota à parte. A moça consegue trocar tiros e até se sair bem, contra um adversário que é atirador de elite com arma especial com alvo, enquanto ela só tem um revolver simples. Afinal, em um filme onde a adrenalina é o que importa, as mentiras e exageros devem mesmo ser apenas um detalhe.
Fogo Contra Fogo é daqueles filmes que acredita que o roteiro é apenas um detalhe, e que boas cenas de ação e correria já fazem um bom entretenimento. Pode ser verdade, em alguns casos, mas o próprio homônimo de 1995 já demonstra que é possível se entreter e pensar ao mesmo tempo.
Fogo Contra Fogo (Fire with Fire, 2013 / EUA)
Direção: David Barrett
Roteiro: Tom O'Connor
Com: Josh Duhamel, Bruce Willis, Rosario Dawson e Vincent D'Onofrio
Duração: 97 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Fogo Contra Fogo
2013-02-12T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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