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Maurício Farias
Natália Lage
Vai Que Dá Certo...
Vai Que Dá Certo...
Acho que um título nunca traduziu tão bem um filme. Uma trama sem pé nem cabeça, com um bocado de nomes da comédia juntos, piadas e exageros de todos os tipos, mas... Vai Que Dá Certo. E não duvido que dê, ou seja, que leve muita gente aos cinemas. O bom é que diante, de tantos besteiróis que vemos atualmente, esse não é mesmo dos piores.
Tudo gira em torno de quatro amigos de faculdade, Rodrigo (Danton Mello), Vaguinho (Gregório Duvivier), Amaral (Fábio Porchat) e Tonico (Felipe Abib) que não conseguiram progredir na vida. Cada um tem suas próprias dívidas, problemas e sonhos frustrados. A solução para tudo isso surge quando Rodrigo vai pedir emprego ao seu primo, Danilo (Lúcio Mauro Filho), que trabalha em uma transportadora de valores. O plano mirabolante é simples, roubar um carro forte e levar o dinheiro para longe, com a desculpa de que Danilo foi "obrigado" a isso porque sequestraram seus familiares.
O argumento original de Maurício Farias, que estava arquivado há dez anos, passou por diversas mãos, inclusive do ator Fábio Porchat que trabalhou melhor os diálogos. E realmente, apesar de muita bobagem, o filme tem ritmo e alguns diálogos bem divertidos, inclusive uma discussão surreal sobre quem é melhor Batman ou 007. Isso sem falar na piada sobre a "profissão" da personagem de Natália Lage, outra amiga da faculdade que acaba envolvida na trama.
Mas, tem também muito clichê, piadas repetidas como o garotinho que vai locar um game, e outros exageros. Na verdade, o maior pecado das comédias brasileiras é o exagero. Mesmo os besteiróis americanos não são tão over. Vide um cara que invade uma casa para roubar e acaba resolvendo experimentar um jogo. Os personagens são muito caricaturais, o bocó é muito bocó, o metido a esperto, é muito metido a esperto, o pseudo-garanhão, idem, o político, o bandidão. Ou seja, não parecem pessoas normais, que possam existir. A única exceção é o personagem de Danton Mello. Aliás, é bom ver o ator em um papel de destaque novamente.
A própria construção da situação dramática é muito pautada na Lei de Murphy. As coisas não simplesmente dão erradas, elas vão degringolando sempre da pior maneira. Tudo bem que tem motivações dos próprios personagens, como falar ao celular dirigindo, mas tudo parece conspirar para aquilo. Até o vovô gagá de Danilo, vivido por Lúcio Mauro. Neste ponto, outra curiosidade de bastidores ver o pai interpretando o avô do próprio filho, já que Lúcio Mauro Filho é seu filho na vida real, como já denuncia o nome.
E o engraçado é que, quando tudo vai mal, e até o cartaz já tinha denunciado a solução para os problemas do grupo, o personagem de Bruno Mazzeo, o deputado Paulo, continua esquecido. Sua participação só vai ser requisitada novamente quando todos já estão em um buraco que não tem mais para onde ver a luz. Isso não deixa de criar um jogo interessante com a plateia. Afinal, como disse, além do cartaz, várias pistas na apresentação dos personagens já levavam a situação para aquele caminho, e ficamos quase torcendo, querendo falar com a tela para lembrar dessa pequeno grande detalhe.
Isso não deixa de ser um indício de que o filme nos pega. Com clichês, exageros ou bobagens quaisquer, é uma trama divertida, com bons atores que tem a capacidade de nos envolver naquela confusão e nos fazer embarcar na trama, por mais absurda que pareça. Tudo é um jogo, e um jogo bem jogado. Uma aposta que os realizadores construíram pensando nos detalhes e simplesmente assumindo que... Vai Que Dá Certo.
Vai Que Dá Certo (Vai Que Dá Certo, 2013 / Brasil)
Direção: Maurício Farias
Roteiro: Maurício Farias, Alexandre Morcilo e Fábio Porchat
Com: Fábio Porchat, Gregório Duvivier, Bruno Mazzeo, Natália Lage, Danton Mello, Lúcio Mauro, Lúcio Mauro Filho, Felipe Abib
Duração: 87 min.
Tudo gira em torno de quatro amigos de faculdade, Rodrigo (Danton Mello), Vaguinho (Gregório Duvivier), Amaral (Fábio Porchat) e Tonico (Felipe Abib) que não conseguiram progredir na vida. Cada um tem suas próprias dívidas, problemas e sonhos frustrados. A solução para tudo isso surge quando Rodrigo vai pedir emprego ao seu primo, Danilo (Lúcio Mauro Filho), que trabalha em uma transportadora de valores. O plano mirabolante é simples, roubar um carro forte e levar o dinheiro para longe, com a desculpa de que Danilo foi "obrigado" a isso porque sequestraram seus familiares.
O argumento original de Maurício Farias, que estava arquivado há dez anos, passou por diversas mãos, inclusive do ator Fábio Porchat que trabalhou melhor os diálogos. E realmente, apesar de muita bobagem, o filme tem ritmo e alguns diálogos bem divertidos, inclusive uma discussão surreal sobre quem é melhor Batman ou 007. Isso sem falar na piada sobre a "profissão" da personagem de Natália Lage, outra amiga da faculdade que acaba envolvida na trama.
Mas, tem também muito clichê, piadas repetidas como o garotinho que vai locar um game, e outros exageros. Na verdade, o maior pecado das comédias brasileiras é o exagero. Mesmo os besteiróis americanos não são tão over. Vide um cara que invade uma casa para roubar e acaba resolvendo experimentar um jogo. Os personagens são muito caricaturais, o bocó é muito bocó, o metido a esperto, é muito metido a esperto, o pseudo-garanhão, idem, o político, o bandidão. Ou seja, não parecem pessoas normais, que possam existir. A única exceção é o personagem de Danton Mello. Aliás, é bom ver o ator em um papel de destaque novamente.
A própria construção da situação dramática é muito pautada na Lei de Murphy. As coisas não simplesmente dão erradas, elas vão degringolando sempre da pior maneira. Tudo bem que tem motivações dos próprios personagens, como falar ao celular dirigindo, mas tudo parece conspirar para aquilo. Até o vovô gagá de Danilo, vivido por Lúcio Mauro. Neste ponto, outra curiosidade de bastidores ver o pai interpretando o avô do próprio filho, já que Lúcio Mauro Filho é seu filho na vida real, como já denuncia o nome.
E o engraçado é que, quando tudo vai mal, e até o cartaz já tinha denunciado a solução para os problemas do grupo, o personagem de Bruno Mazzeo, o deputado Paulo, continua esquecido. Sua participação só vai ser requisitada novamente quando todos já estão em um buraco que não tem mais para onde ver a luz. Isso não deixa de criar um jogo interessante com a plateia. Afinal, como disse, além do cartaz, várias pistas na apresentação dos personagens já levavam a situação para aquele caminho, e ficamos quase torcendo, querendo falar com a tela para lembrar dessa pequeno grande detalhe.
Isso não deixa de ser um indício de que o filme nos pega. Com clichês, exageros ou bobagens quaisquer, é uma trama divertida, com bons atores que tem a capacidade de nos envolver naquela confusão e nos fazer embarcar na trama, por mais absurda que pareça. Tudo é um jogo, e um jogo bem jogado. Uma aposta que os realizadores construíram pensando nos detalhes e simplesmente assumindo que... Vai Que Dá Certo.
Vai Que Dá Certo (Vai Que Dá Certo, 2013 / Brasil)
Direção: Maurício Farias
Roteiro: Maurício Farias, Alexandre Morcilo e Fábio Porchat
Com: Fábio Porchat, Gregório Duvivier, Bruno Mazzeo, Natália Lage, Danton Mello, Lúcio Mauro, Lúcio Mauro Filho, Felipe Abib
Duração: 87 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Vai Que Dá Certo...
2013-03-23T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
Bruno Mazzeo|comedia|critica|Danton Mello|Fábio Porchat|Felipe Abib|Gregório Duvivier|Lúcio Mauro|Lúcio Mauro filho|Maurício Farias|Natália Lage|
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