Walter da Silveira e o cinema de rua
Já falei duas vezes na Semana no Cinema, mas acho que vale um post especial sobre a Sala Walter da Silveira. Uma espécie de xodó baiano que foi muito importante na década de oitenta para os cinéfilos da terra e que está em processo de recuperação de público e prestígio.
O nome da sala é em homenagem ao crítico baiano Walter da Silveira, importante para a formação dos primeiros estudos sobre cinema por aqui e que ajudou a fomentar o ciclo baiano de cinema que começou com o filme Redenção de Roberto Pires. Reformada e com uma nova safra de filmes inéditos, a Walter da Silveira começa a criar um diferencial para a cidade. Diversos filmes inéditos, alguns, realmente inéditos no país, começam a ser lançados em sessões diárias a preços populares e que ainda traz uma promoção: Amigos da Walter.
O Amigos da Walter é bem simples. O espectador ganha uma cartela de fidelidade. Com cincos carimbos, ele tem direito a um cartaz de filme. Com dez, pode trocar por uma camisa de um filme baiano que fez história como Super Outro de Edgard Navarro, considerados por muitos o melhor filme baiano de todos os tempos. A promoção dura até o dia 30 de julho, então, é bom correr para completar os dez acessos, ou quem sabe até, mais de uma vez para levar as três camisas disponíveis.
Além dos filmes inéditos e a promoção Amigos da Walter, a sala também está buscando diversificar a programação com eventos como o recente Cinema Expandido, uma mistura de cinema e música que teve até a exibição de À Propos de Nice, de Jean Vigo, com acompanhamento musical ao vivo. Trechos de filmes da Nouvelle Vague Japonesa foram exibidos na fachada do prédio da Biblioteca Pública dos Barris, onde fica a sala, e diversas outras atrações movimentaram o fim de semana, que teve um ótimo público.
Uma pena, no entanto, que com todas essas ações, o público ainda não seja dos mais atrativos. Assisti Mãe e Filha em um sábado a noite, acompanhada de apenas mais seis pessoas. As pessoas reclamam que o cinema de rua está morrendo, que não tem oportunidade de ver filmes fora do circuito blockbuster, mas, quando têm oportunidade, acabam deixando passar. Por isso, é preciso ajudar a divulgar cada vez mais essas possibilidades.
É verdade que as instalações ainda não são ideais, mas o grupo tem procurado melhorar a cada dia. Um novo projetor já está em fase de teste e novidades são prometidas. Mas, o melhor mesmo é essa janela que se abre para filmes de arte, independentes, e que talvez nunca tivessem a oportunidade de chegar por aqui. Agora, só falta voltar a exibir filmes em 35 mm.
O nome da sala é em homenagem ao crítico baiano Walter da Silveira, importante para a formação dos primeiros estudos sobre cinema por aqui e que ajudou a fomentar o ciclo baiano de cinema que começou com o filme Redenção de Roberto Pires. Reformada e com uma nova safra de filmes inéditos, a Walter da Silveira começa a criar um diferencial para a cidade. Diversos filmes inéditos, alguns, realmente inéditos no país, começam a ser lançados em sessões diárias a preços populares e que ainda traz uma promoção: Amigos da Walter.
O Amigos da Walter é bem simples. O espectador ganha uma cartela de fidelidade. Com cincos carimbos, ele tem direito a um cartaz de filme. Com dez, pode trocar por uma camisa de um filme baiano que fez história como Super Outro de Edgard Navarro, considerados por muitos o melhor filme baiano de todos os tempos. A promoção dura até o dia 30 de julho, então, é bom correr para completar os dez acessos, ou quem sabe até, mais de uma vez para levar as três camisas disponíveis.
Além dos filmes inéditos e a promoção Amigos da Walter, a sala também está buscando diversificar a programação com eventos como o recente Cinema Expandido, uma mistura de cinema e música que teve até a exibição de À Propos de Nice, de Jean Vigo, com acompanhamento musical ao vivo. Trechos de filmes da Nouvelle Vague Japonesa foram exibidos na fachada do prédio da Biblioteca Pública dos Barris, onde fica a sala, e diversas outras atrações movimentaram o fim de semana, que teve um ótimo público.
Uma pena, no entanto, que com todas essas ações, o público ainda não seja dos mais atrativos. Assisti Mãe e Filha em um sábado a noite, acompanhada de apenas mais seis pessoas. As pessoas reclamam que o cinema de rua está morrendo, que não tem oportunidade de ver filmes fora do circuito blockbuster, mas, quando têm oportunidade, acabam deixando passar. Por isso, é preciso ajudar a divulgar cada vez mais essas possibilidades.
É verdade que as instalações ainda não são ideais, mas o grupo tem procurado melhorar a cada dia. Um novo projetor já está em fase de teste e novidades são prometidas. Mas, o melhor mesmo é essa janela que se abre para filmes de arte, independentes, e que talvez nunca tivessem a oportunidade de chegar por aqui. Agora, só falta voltar a exibir filmes em 35 mm.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Walter da Silveira e o cinema de rua
2013-05-09T15:16:00-03:00
Amanda Aouad
cinema baiano|cinema brasileiro|materias|
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