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A Aventura de Kon Tiki
A Aventura de Kon Tiki
Os livros de História nos contam como foi o descobrimento do nosso continente. Colombo procurava as Índias, encontrou as Antilhas. Cabral seguia a mesma busca, encontro Porto Seguro. E assim, Espanha e Portugal dividiram as Américas a partir do nosso mundo conhecido como civilizado. Mas, e se não fosse bem assim e grandes navegações fossem possíveis antes disso? E se os povos indígenas que viviam na América fossem conquistadores e não, conquistados?
Foi com esse pensamento que em 1947 o explorador Thor Heyerdahl tentou provar a sua teoria sobre a colonização da Polinésia. Para ele, não havia sido os povos asiáticos os primeiros a chegar ali, mas os Incas. A civilização antiga que vivia no Peru e que teria a capacidade de atravessar o Oceano Pacífico em uma jangada. Pouco provável, pensaram os historiadores e cientistas. E assim, Thor teve a audácia de provar sua teoria refazendo o mesmo caminho do mesmo modo como os povos antigos teriam feito.
A Expedição Kon Tiki é exatamente isso. A viagem de Thor e outros cinco marinheiros inexperientes, saindo do Peru em direção à Polinésia em uma jangada sem nenhum recurso moderno como aço ou motor. Tendo apenas o vento e as correntezas marítimas, além das estrelas como guias. O nome da expedição e do barco, vem do Deus Inca Viracocha, também chamado de Kon-Tiki.
O filme, dirigido por Joachim Rønning e Espen Sandberg, tenta nos mostrar um pouco deste processo, mas acaba não se atendo a uma trama realista com caráter documental. Até porque, para isso, já existe o documentário do próprio Thor Heyerdahl que ganhou um Oscar em 1950. Aliás, a metalinguagem da trama, trazendo esse elemento com algumas imagens simulando a filmagem em 16mm é bem interessante. E é interessante a forma como a ideia vem do antropólogo Bengt Danielsson, já que na época documentários etnográficos estavam em alta.
Mas, o roteiro de Petter Skavlan tenta ir além da expedição, ou mesmo da história querendo construir o herói Thor Heyerdahl. O incansável homem em busca de aventuras e do inexplorado. Não por acaso a primeira cena do filme é em sua infância, quando pula um lago congelado. Interessante que já nessa época ele tenha problema com a água e nunca tenha aprendido a nadar.
A Aventura de Kon Tiki nos leva a desvendar esse homem tão obstinado que queria mudar a história. Sua relação com a esposa Liv Heyerdahl, antes sua cúmplice na Polinésia, e a forma como a aventura acaba com o casamento. A forma como apenas ele parecia acreditar em sua teoria, principalmente na barca, nos momentos mais difíceis, também chama a atenção. O filme constrói situações-limite como se quisesse apenas testar a determinação de seu protagonista.
Kon Tiki também destaca-se pelo visual. Afinal, uma jangadinha em meio a um oceano permite mesmo imagens belas. Um pôr-do-sol poético, um tubarão baleia que passa por debaixo do barco, tubarões assustadores, ou mesmo as ondas e tempestades. Tudo ajuda a compor o cenário inóspito da aventura, não deixando a trama cair no cansaço. Há sempre algo acontecendo e uma expectativa criada para o espectador.
Tudo isso, torna A Aventura de Kon Tiki uma experiência instigante e curiosa. Ajuda a recontar uma história fantástica e trazer à tona o nome de Thor Heyerdahl, o homem que mudou os livros de História. Talvez, peque um pouco ao tentar ficcionalizar o que já é fantástico, trazendo uma certa dose de melodrama desnecessário, como toda a tensão envolvendo Herman Watzinger. Ainda assim, é um belo filme que mereceu sua indicação ao Oscar de filme estrangeiro.
A Aventura de Kon Tiki (Kon Tiki, 2012 / Noruega)
Direção: Joachim Rønning, Espen Sandberg
Roteiro: Petter Skavlan
Com: Pål Sverre Hagen, Anders Baasmo Christiansen, Gustaf Skarsgård
Duração: 118 min.
Foi com esse pensamento que em 1947 o explorador Thor Heyerdahl tentou provar a sua teoria sobre a colonização da Polinésia. Para ele, não havia sido os povos asiáticos os primeiros a chegar ali, mas os Incas. A civilização antiga que vivia no Peru e que teria a capacidade de atravessar o Oceano Pacífico em uma jangada. Pouco provável, pensaram os historiadores e cientistas. E assim, Thor teve a audácia de provar sua teoria refazendo o mesmo caminho do mesmo modo como os povos antigos teriam feito.
A Expedição Kon Tiki é exatamente isso. A viagem de Thor e outros cinco marinheiros inexperientes, saindo do Peru em direção à Polinésia em uma jangada sem nenhum recurso moderno como aço ou motor. Tendo apenas o vento e as correntezas marítimas, além das estrelas como guias. O nome da expedição e do barco, vem do Deus Inca Viracocha, também chamado de Kon-Tiki.
O filme, dirigido por Joachim Rønning e Espen Sandberg, tenta nos mostrar um pouco deste processo, mas acaba não se atendo a uma trama realista com caráter documental. Até porque, para isso, já existe o documentário do próprio Thor Heyerdahl que ganhou um Oscar em 1950. Aliás, a metalinguagem da trama, trazendo esse elemento com algumas imagens simulando a filmagem em 16mm é bem interessante. E é interessante a forma como a ideia vem do antropólogo Bengt Danielsson, já que na época documentários etnográficos estavam em alta.
Mas, o roteiro de Petter Skavlan tenta ir além da expedição, ou mesmo da história querendo construir o herói Thor Heyerdahl. O incansável homem em busca de aventuras e do inexplorado. Não por acaso a primeira cena do filme é em sua infância, quando pula um lago congelado. Interessante que já nessa época ele tenha problema com a água e nunca tenha aprendido a nadar.
A Aventura de Kon Tiki nos leva a desvendar esse homem tão obstinado que queria mudar a história. Sua relação com a esposa Liv Heyerdahl, antes sua cúmplice na Polinésia, e a forma como a aventura acaba com o casamento. A forma como apenas ele parecia acreditar em sua teoria, principalmente na barca, nos momentos mais difíceis, também chama a atenção. O filme constrói situações-limite como se quisesse apenas testar a determinação de seu protagonista.
Kon Tiki também destaca-se pelo visual. Afinal, uma jangadinha em meio a um oceano permite mesmo imagens belas. Um pôr-do-sol poético, um tubarão baleia que passa por debaixo do barco, tubarões assustadores, ou mesmo as ondas e tempestades. Tudo ajuda a compor o cenário inóspito da aventura, não deixando a trama cair no cansaço. Há sempre algo acontecendo e uma expectativa criada para o espectador.
Tudo isso, torna A Aventura de Kon Tiki uma experiência instigante e curiosa. Ajuda a recontar uma história fantástica e trazer à tona o nome de Thor Heyerdahl, o homem que mudou os livros de História. Talvez, peque um pouco ao tentar ficcionalizar o que já é fantástico, trazendo uma certa dose de melodrama desnecessário, como toda a tensão envolvendo Herman Watzinger. Ainda assim, é um belo filme que mereceu sua indicação ao Oscar de filme estrangeiro.
A Aventura de Kon Tiki (Kon Tiki, 2012 / Noruega)
Direção: Joachim Rønning, Espen Sandberg
Roteiro: Petter Skavlan
Com: Pål Sverre Hagen, Anders Baasmo Christiansen, Gustaf Skarsgård
Duração: 118 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A Aventura de Kon Tiki
2013-08-19T08:00:00-03:00
Amanda Aouad
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