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Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos
Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos
Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos é a nova série adolescente que chega aos cinemas. Baseado nos livros da norte-americana Cassandra Clare, a trama traz um certo déjà vú de muitas já vistas.
De Harry Potter e Percy Jackson tem algo muito claro na sinopse, um adolescente comum que descobre pertencer a um mundo "mágico" que está camuflado em nossos tempos atuais. Porém, a protagonista aqui é uma moça e não um rapaz, e, talvez por isso, o romance também tenha grande força na trama, tal qual Crepúsculo, Dezesseis Luas e A Hospedeira.
Alguns mais velhos, poderão comparar também a Star War, principalmente por alguns detalhes familiares da moça. De qualquer maneira, a variação dentro do mesmo tema, não chega a ser uma coisa totalmente ruim. A mistura de seres sobrenaturais como anjos, demônios, lobisomens e vampiros gera boas brincadeiras. E no caso de Cidade dos Ossos, tem o viés dos Caçadores das Sombras. Seres que beberam do cálice sagrado o sangue de um anjo e se tornaram especiais.
O ponto positivo do roteiro escrito por Jessica Postigo é não entregar tudo de uma vez sobre esse mundo, construindo momentos de suspense interessante para quem não conhece a obra. O impacto inicial, no entanto, começa a se perder a partir do momento que Clary entra no Instituto e o que era interessante começa a se tornar raso, como um triângulo amoroso óbvio, traidores e correrias sem fim.
A direção de arte e os efeitos especiais, no entanto, conseguem chamar a atenção com uma construção de mundo bastante crível, mesmo com demônios estranhos. A cena em que Clary os pára com um símbolo tatuado na mão, por exemplo, é muito bem construída visualmente. E as lutas também são bem coreografadas, trazendo boas sequências de ação para a trama. Algumas até com pistas bem construídas anteriormente.
Já o elenco não chega a comprometer, mas também não consegue construir personagens tão vivos. Principalmente Jamie Campbell Bower que não consegue trazer carisma ao caçador Jace Wayland. Porém, curiosamente, os diálogos conseguem ser ágeis e naturais, mesmo que em meio a um mundo estranho. Tão estranho que há até uma piada que traz uma referência a Os Caça-Fantasmas, que provavelmente boa parte do público-alvo não conseguirá perceber.
Apesar de ter ação e romance dosados, no entanto, Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos, acaba sendo uma mistura confusa que resulta em quase nada. Não dá para entender a motivação do vilão, por exemplo, ainda que explicada didaticamente. Muita coisa não faz sentido nesse mundo de sombras por trás de nossa realidade. Mas, são questões que talvez remetam à sua origem, nos livros. O filme consegue construir uma trama com começo, meio e fim, apresentando seus personagens e o objetivo da aventura, com bons efeitos especiais e direção correta. Os fãs dos livros devem ficar satisfeitos.
Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos (The Mortal Instruments: City of Bones, 2013 / EUA)
Direção: Harald Zwart
Roteiro: Jessica Postigo
Com: Lily Collins, Jamie Campbell Bower, Jemima West
Duração: 130 min.
De Harry Potter e Percy Jackson tem algo muito claro na sinopse, um adolescente comum que descobre pertencer a um mundo "mágico" que está camuflado em nossos tempos atuais. Porém, a protagonista aqui é uma moça e não um rapaz, e, talvez por isso, o romance também tenha grande força na trama, tal qual Crepúsculo, Dezesseis Luas e A Hospedeira.
Alguns mais velhos, poderão comparar também a Star War, principalmente por alguns detalhes familiares da moça. De qualquer maneira, a variação dentro do mesmo tema, não chega a ser uma coisa totalmente ruim. A mistura de seres sobrenaturais como anjos, demônios, lobisomens e vampiros gera boas brincadeiras. E no caso de Cidade dos Ossos, tem o viés dos Caçadores das Sombras. Seres que beberam do cálice sagrado o sangue de um anjo e se tornaram especiais.
O ponto positivo do roteiro escrito por Jessica Postigo é não entregar tudo de uma vez sobre esse mundo, construindo momentos de suspense interessante para quem não conhece a obra. O impacto inicial, no entanto, começa a se perder a partir do momento que Clary entra no Instituto e o que era interessante começa a se tornar raso, como um triângulo amoroso óbvio, traidores e correrias sem fim.
A direção de arte e os efeitos especiais, no entanto, conseguem chamar a atenção com uma construção de mundo bastante crível, mesmo com demônios estranhos. A cena em que Clary os pára com um símbolo tatuado na mão, por exemplo, é muito bem construída visualmente. E as lutas também são bem coreografadas, trazendo boas sequências de ação para a trama. Algumas até com pistas bem construídas anteriormente.
Já o elenco não chega a comprometer, mas também não consegue construir personagens tão vivos. Principalmente Jamie Campbell Bower que não consegue trazer carisma ao caçador Jace Wayland. Porém, curiosamente, os diálogos conseguem ser ágeis e naturais, mesmo que em meio a um mundo estranho. Tão estranho que há até uma piada que traz uma referência a Os Caça-Fantasmas, que provavelmente boa parte do público-alvo não conseguirá perceber.
Apesar de ter ação e romance dosados, no entanto, Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos, acaba sendo uma mistura confusa que resulta em quase nada. Não dá para entender a motivação do vilão, por exemplo, ainda que explicada didaticamente. Muita coisa não faz sentido nesse mundo de sombras por trás de nossa realidade. Mas, são questões que talvez remetam à sua origem, nos livros. O filme consegue construir uma trama com começo, meio e fim, apresentando seus personagens e o objetivo da aventura, com bons efeitos especiais e direção correta. Os fãs dos livros devem ficar satisfeitos.
Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos (The Mortal Instruments: City of Bones, 2013 / EUA)
Direção: Harald Zwart
Roteiro: Jessica Postigo
Com: Lily Collins, Jamie Campbell Bower, Jemima West
Duração: 130 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos
2013-08-22T08:00:00-03:00
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