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Os melhores 3D em filmes
Os melhores 3D em filmes
Dia 30 de agosto estreia Se Puder, Dirija, comédia com Luis Fernando Guimarães que poderia ser apenas mais uma da leva de comédias nacionais. Porém, traz uma particularidade: é o primeiro filme brasileiro em live action (com utilização de atores) filmado em 3D.
O fato pode não dizer muita coisa, mas não deixa de ser um marco. Assim como Brasil Animado ficou marcado como o primeiro filme 3D brasileiro. Independente da qualidade, ser o primeiro traz toda uma estratégia de marketing junto. E não deixa de ser interessante ver o cinema brasileiro também investindo nesta tecnologia, e abrindo possibilidades criativas.
A questão que fica é, além de se o filme é bom ou se o 3D é bem feito, se tem função real dentro da trama. Se há realmente motivo e utilidade dentro daquele filme. Senão, fica apenas mais um recurso para aumentar o preço da entrada.
Isso é o que se tem visto nos filmes de Hollywood. Muito 3D genérico, sem nenhuma utilidade dentro da trama, nem mesmo estética. E, como não é mais novidade, fica também cansativo. Contamos nos dedos os filmes que utilizam bem a tecnologia. E a lista fica ainda menor quando pensamos naqueles que fazem alguma diferença ver em 2D ou em 3D.
Na minha opinião, os melhores até agora nesse quesito foram:
A Invenção de Hugo Cabret (2011)
Direção: Martin Scorsese
Martin Scorsese não aceitou simplesmente filmar em 3D porque dá mais dinheiro, ele realmente decupou o seu filme pensando na utilidade dessa tecnologia. Isso faz toda a diferença. É possível assistir ao filme e se sentir parte da aventura de Hugo, quando ele desce o escorregador, por exemplo, ou quando está na linha do trem. Isso sem falar na brincadeira com a profundidade em suas diversas camadas, ampliando a nossa noção de espaço cenográfico. Faz diferença vê-lo com e sem 3D.
Pina (2011)
Direção: Wim Wenders
Outro diretor consagrado que se rende à tecnologia, mas faz um uso justo dela. Wim Wenders nos coloca na plateia do teatro assistindo à Pina. O filme é pensado assim, qualquer outra forma de assistir à performance dos bailarinos é perder boa parte da construção visual. As camadas se organizam em nossa frente em um conjunto incrível. Esteticamente é o mais belo.
Avatar (2009)
Direção: James Cameron
Não foi por acaso que James Cameron esperou nove anos para lançar esse filme. Ele tinha uma necessidade de construí-lo em 3D, a história foi pensada assim, então, claro que faz sentido ter diferença de imersão de uma ou outra forma. A cena do auditório, por exemplo, nos traz um detalhamento que temos a sensação daquilo ser mesmo real, uma sala à nossa frente. A cena em que o protagonista escala as montanhas para encontrar o seu pássaro chega a nos dar vertigem. É um trabalho visual que impressiona, ainda que seja um roteiro de Pocahontas.
Resident Evil 4: Recomeço (2010)
Direção: Paul W.S. Anderson
Sim, nunca zumbis ficaram tão próximos de nós quanto nesse filme. O 3D chama a atenção durante toda a projeção, trazendo mais adrenalina às cenas de ação e tensão nas cenas de suspense. E não é por causa dos machados e sangue que voam em nossas cabeças. Mas, é que, literalmente, o filme ganha outra dimensão. E Paul W.S. Anderson conseguiu construir isso muito bem, nos fazendo participar mais do filme.
Santuário (2011)
Direção: Alister Grierson
O 3D aqui ganha outra possibilidade, a sensação de claustrofobia. Porque normalmente o efeito funciona quando temos uma profundidade do campo alta, ou seja, planos mais abertos ou cenários com recuo de câmera grande. Porém, Santuário se passa quase todo dentro de cavernas, onde a profundidade do campo é muito pequena. Ou seja, o espaço entre a câmera e o fim do cenário. Reparem que não falo de profundidade de campo, que é o espaço que está focado em uma imagem. Isso acaba não nos dando uma diferença aparente da imagem com ou sem 3D, mas nos transmitem uma sensação, quase inconsciente do aperto, gerando a claustrofobia. E isso, dá uma diferença imensa na hora de assistir e imergir no filme.
Menção Honrosa: Never Say Never (2011)
Direção: Jon M. Chu
Não me crucifiquem. E não é piada. Também não gosto de Justin Bieber e acho que o menino ainda não tem bagagem para ser nada, muito menos eternizado em um documentário. É marketing, eu sei. Mas, um marketing bem feito como defendi na crítica do filme. E o 3D é muito bem utilizado. Há momentos em que a câmera está no meio do público, simulando uma subjetiva de alguém na plateia e temos a sensação nítida de que estamos ali, no meio da multidão. A forma como o 3D divide o palco também tem um belo efeito estético. Então, preconceitos à parte, é uma boa utilização da tecnologia também.
O fato pode não dizer muita coisa, mas não deixa de ser um marco. Assim como Brasil Animado ficou marcado como o primeiro filme 3D brasileiro. Independente da qualidade, ser o primeiro traz toda uma estratégia de marketing junto. E não deixa de ser interessante ver o cinema brasileiro também investindo nesta tecnologia, e abrindo possibilidades criativas.
A questão que fica é, além de se o filme é bom ou se o 3D é bem feito, se tem função real dentro da trama. Se há realmente motivo e utilidade dentro daquele filme. Senão, fica apenas mais um recurso para aumentar o preço da entrada.
Isso é o que se tem visto nos filmes de Hollywood. Muito 3D genérico, sem nenhuma utilidade dentro da trama, nem mesmo estética. E, como não é mais novidade, fica também cansativo. Contamos nos dedos os filmes que utilizam bem a tecnologia. E a lista fica ainda menor quando pensamos naqueles que fazem alguma diferença ver em 2D ou em 3D.
Na minha opinião, os melhores até agora nesse quesito foram:
A Invenção de Hugo Cabret (2011)
Direção: Martin Scorsese
Martin Scorsese não aceitou simplesmente filmar em 3D porque dá mais dinheiro, ele realmente decupou o seu filme pensando na utilidade dessa tecnologia. Isso faz toda a diferença. É possível assistir ao filme e se sentir parte da aventura de Hugo, quando ele desce o escorregador, por exemplo, ou quando está na linha do trem. Isso sem falar na brincadeira com a profundidade em suas diversas camadas, ampliando a nossa noção de espaço cenográfico. Faz diferença vê-lo com e sem 3D.
Pina (2011)
Direção: Wim Wenders
Outro diretor consagrado que se rende à tecnologia, mas faz um uso justo dela. Wim Wenders nos coloca na plateia do teatro assistindo à Pina. O filme é pensado assim, qualquer outra forma de assistir à performance dos bailarinos é perder boa parte da construção visual. As camadas se organizam em nossa frente em um conjunto incrível. Esteticamente é o mais belo.
Avatar (2009)
Direção: James Cameron
Não foi por acaso que James Cameron esperou nove anos para lançar esse filme. Ele tinha uma necessidade de construí-lo em 3D, a história foi pensada assim, então, claro que faz sentido ter diferença de imersão de uma ou outra forma. A cena do auditório, por exemplo, nos traz um detalhamento que temos a sensação daquilo ser mesmo real, uma sala à nossa frente. A cena em que o protagonista escala as montanhas para encontrar o seu pássaro chega a nos dar vertigem. É um trabalho visual que impressiona, ainda que seja um roteiro de Pocahontas.
Resident Evil 4: Recomeço (2010)
Direção: Paul W.S. Anderson
Sim, nunca zumbis ficaram tão próximos de nós quanto nesse filme. O 3D chama a atenção durante toda a projeção, trazendo mais adrenalina às cenas de ação e tensão nas cenas de suspense. E não é por causa dos machados e sangue que voam em nossas cabeças. Mas, é que, literalmente, o filme ganha outra dimensão. E Paul W.S. Anderson conseguiu construir isso muito bem, nos fazendo participar mais do filme.
Santuário (2011)
Direção: Alister Grierson
O 3D aqui ganha outra possibilidade, a sensação de claustrofobia. Porque normalmente o efeito funciona quando temos uma profundidade do campo alta, ou seja, planos mais abertos ou cenários com recuo de câmera grande. Porém, Santuário se passa quase todo dentro de cavernas, onde a profundidade do campo é muito pequena. Ou seja, o espaço entre a câmera e o fim do cenário. Reparem que não falo de profundidade de campo, que é o espaço que está focado em uma imagem. Isso acaba não nos dando uma diferença aparente da imagem com ou sem 3D, mas nos transmitem uma sensação, quase inconsciente do aperto, gerando a claustrofobia. E isso, dá uma diferença imensa na hora de assistir e imergir no filme.
Menção Honrosa: Never Say Never (2011)
Direção: Jon M. Chu
Não me crucifiquem. E não é piada. Também não gosto de Justin Bieber e acho que o menino ainda não tem bagagem para ser nada, muito menos eternizado em um documentário. É marketing, eu sei. Mas, um marketing bem feito como defendi na crítica do filme. E o 3D é muito bem utilizado. Há momentos em que a câmera está no meio do público, simulando uma subjetiva de alguém na plateia e temos a sensação nítida de que estamos ali, no meio da multidão. A forma como o 3D divide o palco também tem um belo efeito estético. Então, preconceitos à parte, é uma boa utilização da tecnologia também.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Os melhores 3D em filmes
2013-08-21T08:00:00-03:00
Amanda Aouad
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