O Ataque
Com toda a questão de tensão internacional e a propagação do American Way Of Life, não podemos deixar de observar e até mesmo admirar a capacidade que os Estados Unidos tem de se expor e se vangloriar ao mesmo tempo. O Ataque é um filme de ação que constrói um pouco dessas duas coisas.
Jamie Foxx é o presidente dos Estados Unidos que está dando muita dor de cabeça para a indústria armamentícia. Tudo por causa do seu projeto de paz para o mundo, retirando suas tropas do Oriente Médio e propondo acordos entre nações. Isso é o que motiva, de certa forma, a invasão à Casa Branca, ou pelo menos é o que nos dá a entender boa parte do roteiro de James Vanderbilt. Mas, aos poucos vamos percebendo que o motivo da invasão não é um, mas sim um emaranhado de motivações de vilões diferentes que se torna pouco crível no final das contas.
De qualquer maneira, a verdadeira trama de O Ataque não é essa, e sim, uma espécie de genérico de Duro de Matar, com Channing Tatum salvando o dia. John Cale, o seu personagem, é um ex-combatente do exército que sonha em entrar para o serviço secreto dos Estados Unidos. E ele chega perto, porém é barrado pela personagem de Maggie Gyllenhaal. Desmotivado e sem coragem de dizer a verdade para a filha, ele a leva para um passeio turístico dentro da Casa Branca, no momento em que o ataque está acontecendo.
A partir daí, Cale vai provar que é mais do que um ex-combatente, é um verdadeiro homem "duro de matar". Ele está preso na Casa Branca, junto com os reféns, onde inclui-se o presidente dos Estados Unidos, e um grupo de bandidos loucos querendo destruí-lo. Para completar a cena, sua filha, que é aficionada por política, estava longe dele no momento do ataque, e chega a se tornar um ponto chave para a comunicação com o mundo exterior.
Toda a trama se torna um grande jogo de xadrez naquele espaço limitado e fora dele, com os políticos e agentes que ficaram de fora da casa e não sabem qual a melhor forma de agir. Channing Tatum e Jamie Foxx, acabam se tornando uma dupla, meio Máquina Mortífera também, com a diferença que o atrapalhado é o presidente, que, pacifista, nunca tinha pego em armas, mas chega até a lançar um míssil no portão da residência.
A ação está sempre permeada de situações cômicas, como o guia turístico obcecado, ou o presidente trocando o sapato social por um tênis "Air Jordan" em um product placement escancarado, mas que fica divertido dentro do contexto. É possível rir do ridículo, e fazemos isso diversas vezes em O Ataque. O problema é que esse tipo de piada acaba camuflando todo o ufanismo e patriotismo do filme de Roland Emmerich que é sempre algo perigoso.
Channing Tatum é um ator esforçado e consegue manter o interesse em seu personagem e no filme, mas não traz nenhum carisma extra que nos faça vê-lo com o herói que o roteiro tenta nos vender. Em muitos momentos, fica até forçado. E claro, com muita mentira, como balas que nunca o atingem e quando não tem mais jeito, uma solução surge de maneira tão inusitada que a gente, em vez de se irritar, ri e se diverte.
O Ataque, então, é mais um dos milhares de filmes que vemos por aí, com muita ação, cenas de humor e diversos clichês. Mas, que consegue nos envolver e divertir. É só não levá-lo a sério, nem tentar entender a política e trama por trás dele. É um filme de superação, onde um homem aparentemente perdedor busca provar que é capaz de muito mais e, de quebra, reconquistar a admiração da filha.
O Ataque (White House Down, 2013 / EUA)
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: James Vanderbilt
Com: Channing Tatum, Jamie Foxx, Maggie Gyllenhaal
Duração: 131 min.
Jamie Foxx é o presidente dos Estados Unidos que está dando muita dor de cabeça para a indústria armamentícia. Tudo por causa do seu projeto de paz para o mundo, retirando suas tropas do Oriente Médio e propondo acordos entre nações. Isso é o que motiva, de certa forma, a invasão à Casa Branca, ou pelo menos é o que nos dá a entender boa parte do roteiro de James Vanderbilt. Mas, aos poucos vamos percebendo que o motivo da invasão não é um, mas sim um emaranhado de motivações de vilões diferentes que se torna pouco crível no final das contas.
De qualquer maneira, a verdadeira trama de O Ataque não é essa, e sim, uma espécie de genérico de Duro de Matar, com Channing Tatum salvando o dia. John Cale, o seu personagem, é um ex-combatente do exército que sonha em entrar para o serviço secreto dos Estados Unidos. E ele chega perto, porém é barrado pela personagem de Maggie Gyllenhaal. Desmotivado e sem coragem de dizer a verdade para a filha, ele a leva para um passeio turístico dentro da Casa Branca, no momento em que o ataque está acontecendo.
A partir daí, Cale vai provar que é mais do que um ex-combatente, é um verdadeiro homem "duro de matar". Ele está preso na Casa Branca, junto com os reféns, onde inclui-se o presidente dos Estados Unidos, e um grupo de bandidos loucos querendo destruí-lo. Para completar a cena, sua filha, que é aficionada por política, estava longe dele no momento do ataque, e chega a se tornar um ponto chave para a comunicação com o mundo exterior.
Toda a trama se torna um grande jogo de xadrez naquele espaço limitado e fora dele, com os políticos e agentes que ficaram de fora da casa e não sabem qual a melhor forma de agir. Channing Tatum e Jamie Foxx, acabam se tornando uma dupla, meio Máquina Mortífera também, com a diferença que o atrapalhado é o presidente, que, pacifista, nunca tinha pego em armas, mas chega até a lançar um míssil no portão da residência.
A ação está sempre permeada de situações cômicas, como o guia turístico obcecado, ou o presidente trocando o sapato social por um tênis "Air Jordan" em um product placement escancarado, mas que fica divertido dentro do contexto. É possível rir do ridículo, e fazemos isso diversas vezes em O Ataque. O problema é que esse tipo de piada acaba camuflando todo o ufanismo e patriotismo do filme de Roland Emmerich que é sempre algo perigoso.
Channing Tatum é um ator esforçado e consegue manter o interesse em seu personagem e no filme, mas não traz nenhum carisma extra que nos faça vê-lo com o herói que o roteiro tenta nos vender. Em muitos momentos, fica até forçado. E claro, com muita mentira, como balas que nunca o atingem e quando não tem mais jeito, uma solução surge de maneira tão inusitada que a gente, em vez de se irritar, ri e se diverte.
O Ataque, então, é mais um dos milhares de filmes que vemos por aí, com muita ação, cenas de humor e diversos clichês. Mas, que consegue nos envolver e divertir. É só não levá-lo a sério, nem tentar entender a política e trama por trás dele. É um filme de superação, onde um homem aparentemente perdedor busca provar que é capaz de muito mais e, de quebra, reconquistar a admiração da filha.
O Ataque (White House Down, 2013 / EUA)
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: James Vanderbilt
Com: Channing Tatum, Jamie Foxx, Maggie Gyllenhaal
Duração: 131 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
O Ataque
2013-09-10T08:00:00-03:00
Amanda Aouad
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