Metallica Through The Never
Metallica Through The Never não é um documentário, nem mesmo um show filmado, muito menos um filme de ficção. É uma mistura psicodélica em uma linguagem de videoclipe que apesar de não ser tão genial quanto Pink Floyd The Wall, tem vários méritos. E o maior deles, é a própria banda em cena.
O filme traz imagens captadas em três noites do show do Metallica em Vancouver, em 2012, que vão se alternando com a aventura de Trip, um jovem roadie da banda, interpretado por Dane DeHaan, que tem uma missão misteriosa e bastante surreal naquela noite.
Tudo é construído de uma maneira bastante psicodélica. Não por acaso, Trip toma uma pílula antes de começar. A viagem alucinógena que acompanhamos segue o sentido das letras que a banda toca no palco, tendo inclusive reverberações de um cenário no outro. Tornando as passagens do show para a trama bastante fluídas.
Porque, na realidade, não há uma trama estabelecida. Mandam Trip pegar algo e ele vai. Não sabemos o que é esse algo, apenas que é necessário para o Metallica terminar o show. Dão a ele um galão de gasolina. E na van onde sai, está pendurado um puppet, referência à música Master Of Puppets que traz também outras questões à trama.
O que importa na trama é mesmo o ritmo e a construção imagética do estilo videoclipe. Sempre nos dando uma ideia de encenação da letra da música, mas com liberdades poéticas diversas. É interessante inclusive, como toda a banda sonora está em função do show. A primeira cena é de um carro chegando ao estádio, no rádio do automóvel toca uma música da banda. É a única inserção fora show. Tanto que a cena seguinte de Trip chegando de skate em um filme normal caberia uma trilha, mas aqui, fica apenas no som ambiente.
No palco, o show também não é simples. Há diversas performances, com shows pirotécnicos, raios, construção e desconstrução de uma estátua, telões com cenas de clipes. Ou seja, há uma imersão imagética inspirada nas músicas, que faz do filme um deleite para fãs da banda e cansativo para os que não gostam dela.
O único problema diante de tanta misancene é que algumas coisas no show parecem ensaiadas demais. Dando uma atmosfera fake em algumas cenas onde a banda puxa a platéia e até mesmo algumas reações desta diante de acontecimentos estranhos no palco. De qualquer maneira, a composição visual, impressiona. Não tanto pelo 3D, que tem bons momentos, mas não chega a ser perfeito em todo o filme, mas pela direção de arte do espetáculo mesmo.
No final, Metallica Through The Never é uma forma criativa de trazer o show de uma banda para o cinema. Em uma mistura que tem como base a linguagem que se tornou universal, o videoclipe. O roteiro, nada mais é do que a junção de diversos videoclipes das músicas costurado por uma única narrativa.
Metallica Through The Never (Metallica Through The Never, 2013 / EUA)
Direção: Nimród Antal
Roteiro: Nimród Antal, Kirk Hammett, James Hetfield, Robert Trujillo e Lars Ulrich
Com: Dane DeHaan, James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett, Robert Trujillo
Duração: 94 min.
O filme traz imagens captadas em três noites do show do Metallica em Vancouver, em 2012, que vão se alternando com a aventura de Trip, um jovem roadie da banda, interpretado por Dane DeHaan, que tem uma missão misteriosa e bastante surreal naquela noite.
Tudo é construído de uma maneira bastante psicodélica. Não por acaso, Trip toma uma pílula antes de começar. A viagem alucinógena que acompanhamos segue o sentido das letras que a banda toca no palco, tendo inclusive reverberações de um cenário no outro. Tornando as passagens do show para a trama bastante fluídas.
Porque, na realidade, não há uma trama estabelecida. Mandam Trip pegar algo e ele vai. Não sabemos o que é esse algo, apenas que é necessário para o Metallica terminar o show. Dão a ele um galão de gasolina. E na van onde sai, está pendurado um puppet, referência à música Master Of Puppets que traz também outras questões à trama.
O que importa na trama é mesmo o ritmo e a construção imagética do estilo videoclipe. Sempre nos dando uma ideia de encenação da letra da música, mas com liberdades poéticas diversas. É interessante inclusive, como toda a banda sonora está em função do show. A primeira cena é de um carro chegando ao estádio, no rádio do automóvel toca uma música da banda. É a única inserção fora show. Tanto que a cena seguinte de Trip chegando de skate em um filme normal caberia uma trilha, mas aqui, fica apenas no som ambiente.
No palco, o show também não é simples. Há diversas performances, com shows pirotécnicos, raios, construção e desconstrução de uma estátua, telões com cenas de clipes. Ou seja, há uma imersão imagética inspirada nas músicas, que faz do filme um deleite para fãs da banda e cansativo para os que não gostam dela.
O único problema diante de tanta misancene é que algumas coisas no show parecem ensaiadas demais. Dando uma atmosfera fake em algumas cenas onde a banda puxa a platéia e até mesmo algumas reações desta diante de acontecimentos estranhos no palco. De qualquer maneira, a composição visual, impressiona. Não tanto pelo 3D, que tem bons momentos, mas não chega a ser perfeito em todo o filme, mas pela direção de arte do espetáculo mesmo.
No final, Metallica Through The Never é uma forma criativa de trazer o show de uma banda para o cinema. Em uma mistura que tem como base a linguagem que se tornou universal, o videoclipe. O roteiro, nada mais é do que a junção de diversos videoclipes das músicas costurado por uma única narrativa.
Metallica Through The Never (Metallica Through The Never, 2013 / EUA)
Direção: Nimród Antal
Roteiro: Nimród Antal, Kirk Hammett, James Hetfield, Robert Trujillo e Lars Ulrich
Com: Dane DeHaan, James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett, Robert Trujillo
Duração: 94 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Metallica Through The Never
2013-10-09T08:00:00-03:00
Amanda Aouad
aventura|critica|Dane DeHaan|musical|Nimród Antal|
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