
Fanny Ardant é Caroline, uma mulher recém-aposentada que perdeu a melhor amiga há cinco meses. Seu marido e filhas estão preocupados com a aparente apatia da senhora e a presenteiam com uma matrícula em um clube especial: Os Belos Dias. O clube é uma espécie de recanto para a terceira idade onde senhores e senhoras fazem cursos de teatro, informática, cerâmica, dança, entre outras recreações. Mesmo sem gostar, Caroline começa a frequentar e lá vai encontrar mais do que qualquer um imaginava.

Aliás, a interpretação de Fanny Ardant é o ponto alto do filme. Ele é concentrado nela e em suas descobertas. Suas escolhas nos levam a cada pequena aventura que ela vive, seja com Julien ou não. Suas expressões, suas trocas de olhares, a dosagem da sensualidade, do desejo e da vergonha. Tudo é construído de uma maneira delicada.
As atuações são boas, não apenas da já citada Fanny Ardant como de todo o elenco em geral. Até mesmo os figurantes dão um charme especial, como uma senhora na aula de teatro que continua sorrindo quando Caroline sai irritada. A fotografia também é bem cuidada, sempre utilizando o cenário do mar que traz uma melancolia, uma renovação e uma paz ao mesmo tempo. É uma espécie de símbolo do próprio estado de espírito de Caroline.
No final, Os Belos Dias não muda muita coisa, mas é gostoso de acompanhar. Uma história bem contada, ainda que mal resolvida, com atuações com bastante verdade e um cenário agradável. Talvez, esta seja a grande metáfora dos Belos Dias do título. Aparentemente não tem nada de belo, mas é mais uma etapa da vida.
Os Belos Dias (Les beaux jours, 2013 / França)
Direção: Marion Vernoux
Roteiro: Marion Vernoux
Com: Fanny Ardant, Laurent Lafitte, Patrick Chesnais
Duração: 94 min.