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Osmose Jones - Uma aventura radical no corpo humano
Osmose Jones - Uma aventura radical no corpo humano
Como funciona o corpo humano por dentro? Em 1987, Joe Dante já tinha nos dado uma dose de fantasia em relação a isso em Viagem Insólita. Em 2001, foi a vez de Marc Hyman aumentar ainda mais a dose em uma aventura infantil, com bons momentos. Mas, que no geral, funciona mais com o propósito da sessão do FICI, pequeno cientista. Despertar a curiosidade das crianças em relação à ciência.
A trama mistura live action com animação. No mundo real, Bill Murray é Frank, um viúvo, funcionário de um zoológico que não se preocupa com questões de higiene e saúde. Sua filha, está sempre preocupada com sua alimentação, a falta de exercício, e principalmente, a falta de higiene que o faz pegar um ovo recém caído no chão do zoológico para comer. Tanta falta de cuidado, claro, o leva a ficar propício a doenças. E é aí que entra a animação.
Dentro do corpo de Frank existe uma cidade estruturada, com direito a prefeito picareta e tudo mais. Os leucócitos, claro, são os patrulheiros locais e dentre eles Osmose Jones, um jovem policial requisitado para vigiar a boca, mas que não consegue ficar parado. Quando ele percebe que algo a mais entrou naquele espaço vai fazer de tudo para descobrir o plano do vírus letal e expulsá-lo. E, para a missão, vai contar com a ajuda de um Placebo anti-gripal ingerido por Frank.
A narrativa de Osmose Jones segue sempre em paralelo no mundo real e dentro do corpo de Frank, em uma causa e consequência bastante didática, e, por vezes, sem sentido. Como quando nasce uma espinha em sua testa, e após estourar, já na cena seguinte, não há nenhuma marquinha. Há uma boa dose de exagero em toda a construção de personagens e situações, que servem mesmo para fins didáticos e comparativos. As crianças que vêem, com certeza vão ter medo de comer sem lavar um alimento, ou mesmo, ao sentir dor, vão querer logo consultar um médico.
Mas, é interessante a forma como o roteiro e a direção vão demonstrando as causas e efeitos, quando, por exemplo, um pólen entra pelo nariz e ele espirra. Ou o que acontece quando Frank boceja, ou mesmo o significado de uma câimbra. Isso sem falar na cena onde há uma emergência, onde Jones faz Frank vomitar. Mesmo a espinha citada tem uma função de demonstrar a quantidade de bactérias que tem ali.
O personagem Jones, dublado originalmente por Chris Rock é carismático, divertido e conduz bem a sua trama de investigação, combate e busca por reconhecimento. E ainda há referências divertidas a filmes como Matrix ou Titanic. Essa segunda mais inteligente e sutil, no momento em que o vírus parece estar tomando o corpo de uma vez. Porém, mesmo com uma duração razoavelmente pequena, o filme acaba se tornando cansativo para os adultos.
Para as crianças, a sessão do Pequeno Cientista tem uma atração a mais que é um professor de ciências chamando a atenção para as referências e significados de cada questão ali, ajudando os pequenos a entenderem e procurarem fazer o correto. Para essa função, o filme parece mesmo perfeito.
Mas, no geral, é apenas uma animação bem intencionada, com um tom sempre acima quando estamos na parte live action. E com diversos estereótipos, como o prefeito que não raciocina sobre o que está acontecendo em sua "cidade". De qualquer maneira, foi uma experiência divertida.
* Filme Visto no 11º FICI - Festival Internacional de Cinema Infantil
Osmose Jones - Uma aventura radical no corpo humano (Osmosis Jones, 2001 / EUA)
Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly
Roteiro: Marc Hyman
Com: Bill Murray, Molly Shannon, Chris Elliott, Elena Franklin
Duração: 95 min.
A trama mistura live action com animação. No mundo real, Bill Murray é Frank, um viúvo, funcionário de um zoológico que não se preocupa com questões de higiene e saúde. Sua filha, está sempre preocupada com sua alimentação, a falta de exercício, e principalmente, a falta de higiene que o faz pegar um ovo recém caído no chão do zoológico para comer. Tanta falta de cuidado, claro, o leva a ficar propício a doenças. E é aí que entra a animação.
Dentro do corpo de Frank existe uma cidade estruturada, com direito a prefeito picareta e tudo mais. Os leucócitos, claro, são os patrulheiros locais e dentre eles Osmose Jones, um jovem policial requisitado para vigiar a boca, mas que não consegue ficar parado. Quando ele percebe que algo a mais entrou naquele espaço vai fazer de tudo para descobrir o plano do vírus letal e expulsá-lo. E, para a missão, vai contar com a ajuda de um Placebo anti-gripal ingerido por Frank.
A narrativa de Osmose Jones segue sempre em paralelo no mundo real e dentro do corpo de Frank, em uma causa e consequência bastante didática, e, por vezes, sem sentido. Como quando nasce uma espinha em sua testa, e após estourar, já na cena seguinte, não há nenhuma marquinha. Há uma boa dose de exagero em toda a construção de personagens e situações, que servem mesmo para fins didáticos e comparativos. As crianças que vêem, com certeza vão ter medo de comer sem lavar um alimento, ou mesmo, ao sentir dor, vão querer logo consultar um médico.
Mas, é interessante a forma como o roteiro e a direção vão demonstrando as causas e efeitos, quando, por exemplo, um pólen entra pelo nariz e ele espirra. Ou o que acontece quando Frank boceja, ou mesmo o significado de uma câimbra. Isso sem falar na cena onde há uma emergência, onde Jones faz Frank vomitar. Mesmo a espinha citada tem uma função de demonstrar a quantidade de bactérias que tem ali.
O personagem Jones, dublado originalmente por Chris Rock é carismático, divertido e conduz bem a sua trama de investigação, combate e busca por reconhecimento. E ainda há referências divertidas a filmes como Matrix ou Titanic. Essa segunda mais inteligente e sutil, no momento em que o vírus parece estar tomando o corpo de uma vez. Porém, mesmo com uma duração razoavelmente pequena, o filme acaba se tornando cansativo para os adultos.
Para as crianças, a sessão do Pequeno Cientista tem uma atração a mais que é um professor de ciências chamando a atenção para as referências e significados de cada questão ali, ajudando os pequenos a entenderem e procurarem fazer o correto. Para essa função, o filme parece mesmo perfeito.
Mas, no geral, é apenas uma animação bem intencionada, com um tom sempre acima quando estamos na parte live action. E com diversos estereótipos, como o prefeito que não raciocina sobre o que está acontecendo em sua "cidade". De qualquer maneira, foi uma experiência divertida.
* Filme Visto no 11º FICI - Festival Internacional de Cinema Infantil
Osmose Jones - Uma aventura radical no corpo humano (Osmosis Jones, 2001 / EUA)
Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly
Roteiro: Marc Hyman
Com: Bill Murray, Molly Shannon, Chris Elliott, Elena Franklin
Duração: 95 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Osmose Jones - Uma aventura radical no corpo humano
2013-10-07T08:00:00-03:00
Amanda Aouad
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