Panorama Internacional Coisa de Cinema - 2ª Parte
O IX Panorama Internacional Coisa de Cinema terminou na última quinta-feira em grande estilo. Foram sete dias de imersão cinéfila, com cursos, colóquios, bate-papos com realizadores e, claro, muitos filmes.
A noite de premiação foi diversificada, tendo Educação Sentimental, novo filme de Júlio Bressane como o vencedor da categoria longa-metragem nacional. Entre os curtas, o filme Jessy dos baianos Rodrigo Luna, Paula Lice e Ronei Jorge como o escolhido pelo júri oficial. Pela competitiva baiana, o vencedor do júri oficial foi 28, de Luciana Rodrigues, e Rabeca, de Caetano Dias, este último também venceu pelo júri ABCV. Já Avanti Popolo, de Michael Wahrmann, foi o escolhido do Júri Jovem, tendo também uma menção especial do júri oficial.
O encerramento veio com um filme muito esperado pelo público baiano, o longa-metragem Depois da Chuva de Cláudio Marques e Marília Hughes, realizadores do evento, que lotou duas salas do Espaço Itaú Gláuber Rocha. O filme retrata a história de Caio, um garoto do ensino médio que lida com as mudanças do país em plena reabertura política. É interessante a forma como o filme constrói um paralelo entre os acontecimentos micros, dentro da escola de Caio, com a eleição do grêmio. E o macro, com a campanha das diretas, a eleição de Tancredo e o desenrolar de tudo isso. Um filme sensível e envolvente.
Dentre as atrações do Panorama, o Colóquio Carlos Reichenbach, foi um momento de imersão na história e estilo do cineasta falecido há um ano. O evento foi dividido em dois momentos, no primeiro dia o Colóquio I - Um Homem apaixonado pelo cinema, destacou a biografia do cineasta. Com mesa mediada por João Carlos Sampaio, debateram sobre o tema Adolfo Gomes (Jornalista, cineclubista e membro da Abraccine, BA), Bertrand Duarte (Ator e Protagonista de “Alma Corsária”, BA) e Luiz Zanin Oricchio (Crítico e Presidente da Abraccine, SP).
No segundo dia, foi a vez de falar sobre alguns dos seus filmes, também mediado por João Carlos Sampaio, Fábio Andrade (Crítico, Roteirista, Montador e Editor de Som, RJ), Francis Vogner (Crítico, Roteirista e membro da Abraccine, SP) e Marcelo Miranda (Jornalista, Crítico e membro da Abraccine, MG) falaram sobre as obras que estavam em exibição no Panorama deste ano. Como disse o cineasta Edgard Navarro presente no debate, foi uma verdadeira aula. "É bom ver críticos tão competentes discursando sobre um tema que conhecem, a gente aprende tanto", declarou.
A Mostra Especial de Hitchcock, com cinco filmes restaurados, inclusive Disque M Para Matar em 3D, foi outro grande deleite para os cinéfilos baianos. Todas as sessões cheias, a maioria lotada. E o melhor é que tinha sempre duas oportunidades para ver cada um dos filmes. Psicose, Os Pássaros, Um Corpo que Cai, Janela Indiscreta e Disque M Para Matar ganharam ainda mais vida na tela grande. O som da Sala 1, por exemplo, foi um plus para ver Os Pássaros. A cena em que eles estão presos na casa, ouvindo o barulho do lado de fora é de dar medo, de fato.
As conversas após as sessões com os realizadores dos filmes também foram outro show à parte. Só Julio Bressane falou por mais de uma hora, na noite de terça-feira. Plateia e cineastas interagiam sem censuras, contando detalhes da produção, discutindo pontos de vistas e até criticando trabalhos, tudo em clima de bons trabalhos.
Foi uma edição rica em variedade, novidades e homenagens. Agora é aguardar o novo projeto da dupla: o Cine Clube Glauber Rocha. E claro, o Panorama do ano que vem, que por ser a décima edição, há de se esperar boas coisas.
Veja lista de vencedores :
Júri ABCV Competitiva Baiana
Menção Honrosa
28, de Luciana Rodrigues
Melhor Curta-metragem
Braseiro, de Thiago Gomes
Melhor Longa-metragem
Rabeca, de Caetano Dias
Júri Oficial Competitiva Baiana
Melhor Curta-metragem
28, de Luciana Rodrigues
Melhor Longa-metragem
Rabeca, de Caetano Dias
Júri Competitiva Internacional de Curtas
O peso dos homens, de Gabriel Gauchet
Júri Jovem
Melhor Curta-metragem
Em trânsito, de Marcelo Pedroso
Melhor Longa-metragem
Avanti Popolo, de Michael Wahrmann
Prêmio de Aquisição Porta Curtas
Em trânsito, de Marcelo Pedroso
Prêmio IndieLisboa
Pinta, de Jorge Alencar
Prêmio Ficunam
Educação Sentimental, de Júlio Bressane
Júri Oficial Competitiva Nacional
Menção Honrosa - Curta
Em trânsito, de Marcelo Pedroso
Prêmio de Direção - Curta
Pouco mais de um mês, de André Novais
Melhor Curta-metragem
Jessy, de Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge
Menção Especial do Júri - Longa
Exilados do Vulcão, de Paula Gaitán
Prêmio Especial do Júri - Longa
Avanti Popolo, de Michael Wahrmann
Melhor Longa-metragem
Educação Sentimental, de Júlio Bressane
A noite de premiação foi diversificada, tendo Educação Sentimental, novo filme de Júlio Bressane como o vencedor da categoria longa-metragem nacional. Entre os curtas, o filme Jessy dos baianos Rodrigo Luna, Paula Lice e Ronei Jorge como o escolhido pelo júri oficial. Pela competitiva baiana, o vencedor do júri oficial foi 28, de Luciana Rodrigues, e Rabeca, de Caetano Dias, este último também venceu pelo júri ABCV. Já Avanti Popolo, de Michael Wahrmann, foi o escolhido do Júri Jovem, tendo também uma menção especial do júri oficial.
O encerramento veio com um filme muito esperado pelo público baiano, o longa-metragem Depois da Chuva de Cláudio Marques e Marília Hughes, realizadores do evento, que lotou duas salas do Espaço Itaú Gláuber Rocha. O filme retrata a história de Caio, um garoto do ensino médio que lida com as mudanças do país em plena reabertura política. É interessante a forma como o filme constrói um paralelo entre os acontecimentos micros, dentro da escola de Caio, com a eleição do grêmio. E o macro, com a campanha das diretas, a eleição de Tancredo e o desenrolar de tudo isso. Um filme sensível e envolvente.
Dentre as atrações do Panorama, o Colóquio Carlos Reichenbach, foi um momento de imersão na história e estilo do cineasta falecido há um ano. O evento foi dividido em dois momentos, no primeiro dia o Colóquio I - Um Homem apaixonado pelo cinema, destacou a biografia do cineasta. Com mesa mediada por João Carlos Sampaio, debateram sobre o tema Adolfo Gomes (Jornalista, cineclubista e membro da Abraccine, BA), Bertrand Duarte (Ator e Protagonista de “Alma Corsária”, BA) e Luiz Zanin Oricchio (Crítico e Presidente da Abraccine, SP).
No segundo dia, foi a vez de falar sobre alguns dos seus filmes, também mediado por João Carlos Sampaio, Fábio Andrade (Crítico, Roteirista, Montador e Editor de Som, RJ), Francis Vogner (Crítico, Roteirista e membro da Abraccine, SP) e Marcelo Miranda (Jornalista, Crítico e membro da Abraccine, MG) falaram sobre as obras que estavam em exibição no Panorama deste ano. Como disse o cineasta Edgard Navarro presente no debate, foi uma verdadeira aula. "É bom ver críticos tão competentes discursando sobre um tema que conhecem, a gente aprende tanto", declarou.
A Mostra Especial de Hitchcock, com cinco filmes restaurados, inclusive Disque M Para Matar em 3D, foi outro grande deleite para os cinéfilos baianos. Todas as sessões cheias, a maioria lotada. E o melhor é que tinha sempre duas oportunidades para ver cada um dos filmes. Psicose, Os Pássaros, Um Corpo que Cai, Janela Indiscreta e Disque M Para Matar ganharam ainda mais vida na tela grande. O som da Sala 1, por exemplo, foi um plus para ver Os Pássaros. A cena em que eles estão presos na casa, ouvindo o barulho do lado de fora é de dar medo, de fato.
As conversas após as sessões com os realizadores dos filmes também foram outro show à parte. Só Julio Bressane falou por mais de uma hora, na noite de terça-feira. Plateia e cineastas interagiam sem censuras, contando detalhes da produção, discutindo pontos de vistas e até criticando trabalhos, tudo em clima de bons trabalhos.
Foi uma edição rica em variedade, novidades e homenagens. Agora é aguardar o novo projeto da dupla: o Cine Clube Glauber Rocha. E claro, o Panorama do ano que vem, que por ser a décima edição, há de se esperar boas coisas.
Veja lista de vencedores :
Júri ABCV Competitiva Baiana
Menção Honrosa
28, de Luciana Rodrigues
Melhor Curta-metragem
Braseiro, de Thiago Gomes
Melhor Longa-metragem
Rabeca, de Caetano Dias
Júri Oficial Competitiva Baiana
Melhor Curta-metragem
28, de Luciana Rodrigues
Melhor Longa-metragem
Rabeca, de Caetano Dias
Júri Competitiva Internacional de Curtas
O peso dos homens, de Gabriel Gauchet
Júri Jovem
Melhor Curta-metragem
Em trânsito, de Marcelo Pedroso
Melhor Longa-metragem
Avanti Popolo, de Michael Wahrmann
Prêmio de Aquisição Porta Curtas
Em trânsito, de Marcelo Pedroso
Prêmio IndieLisboa
Pinta, de Jorge Alencar
Prêmio Ficunam
Educação Sentimental, de Júlio Bressane
Júri Oficial Competitiva Nacional
Menção Honrosa - Curta
Em trânsito, de Marcelo Pedroso
Prêmio de Direção - Curta
Pouco mais de um mês, de André Novais
Melhor Curta-metragem
Jessy, de Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge
Menção Especial do Júri - Longa
Exilados do Vulcão, de Paula Gaitán
Prêmio Especial do Júri - Longa
Avanti Popolo, de Michael Wahrmann
Melhor Longa-metragem
Educação Sentimental, de Júlio Bressane
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Panorama Internacional Coisa de Cinema - 2ª Parte
2013-11-09T12:51:00-03:00
Amanda Aouad
cinema baiano|Festival|materias|
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