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Zumbilândia
Zumbilândia
Zumbilândia é uma espécie de versão americana para Shaun of the Dead, podemos dizer assim. Os dois filmes se tornaram ícones de zumbis com comédia, ainda que eu prefira o inglês e muitos, o americano. São duas versões divertidas que olham com humor e inteligência para uma ameaça assustadora.
O filme é narrado pelo personagem de Jesse Eisenberg, que utiliza o codinome Columbus. Em um mundo onde a humanidade foi praticamente dizimada, eles preferem manter uma certa distância, não revelando os próprios nomes, por isso todos se chamam por cidades americanas. Columbus possui regras de sobrevivência e uma das coisas mais divertidas de Zumbilândia é a lembrança dessas regras, uma grafia básica, em situações corriqueiras. Tem coisas como checar o banco de trás do carro ou não se descuidar no banheiro.
Mas, a melhor coisa mesmo de Zumbilândia é a quase esquete no meio da trama envolvendo Bill Murray. Em determinado momento, o grupo invade sua mansão e o ator ainda está maquiado de zumbi criando situações hilárias mesmo antes de aparecer. O personagem de Woody Harrelson, codinome Tallahassee, é fã do ator e acaba construindo diálogos ótimos, a exemplo da cena pós-créditos que é um molho extra para os espectadores.
Por incrível que pareça, Zumbilândia é também uma comédia romântica. A construção da relação entre Columbus e Wichita, personagem de Emma Stone segue a fórmula que apesar de clichês funciona bem nesse universo. Ela é uma moça que sempre deu pequenos golpes em homens, se afasta deles e confia apenas na irmã caçula. Ele é um rapaz tímido que sempre evitou pessoas. Com o apocalipse zumbi, essas duas personalidades apenas ficaram ainda mais exacerbadas, abrindo possibilidade para as diversas situações que o filme explora a espera de um final óbvio.
Porque, na verdade, Zumbilândia não possui uma trama específica. São apenas quatro pessoas em um mundo cercado de zumbis tentando sobreviver. Acompanhamos apenas um recorte desse objetivo, que engloba exatamente quando e como eles se conheceram. A desconfiança inicial, as peripécias, até perceberem que estão juntos, no mesmo barco, e é bom poder contar um com o outro.
O personagem Tallahassee merece também o seu destaque por tudo que o envolve. Um homem que se encobre com um estereótipo de grosseria, o exterminador de zumbis, mas que se revela divertido, sensível até com a história de Buck, que nos revela algumas surpresas. O ator Woody Harrelson consegue dar uma vida extra ao personagem. A pequena, já não tão pequena, Abigail Breslin também tem ótimos momentos. Já Jesse Eisenberg continua com a mesma expressão de garoto bobo, que funciona para o papel.
Zumbilândia é um filme divertido, que faz uma paródia a filmes de terror, ridicularizando zumbis e brincando com a direção de arte da trama. Não cai no besteirol, nem no exagero, que poderia ser o caminho fácil para esse tipo de proposta e só por isso já ganha pontos. Diversão sem maiores compromissos.
Zumbilândia (Zombieland, 2009 / EUA)
Direção: Ruben Fleischer
Roteiro: Rhett Reese, Paul Wernick
Com: Jesse Eisenberg, Emma Stone, Woody Harrelson, Abigail Breslin e Bill Murray
Duração: 88 min.
O filme é narrado pelo personagem de Jesse Eisenberg, que utiliza o codinome Columbus. Em um mundo onde a humanidade foi praticamente dizimada, eles preferem manter uma certa distância, não revelando os próprios nomes, por isso todos se chamam por cidades americanas. Columbus possui regras de sobrevivência e uma das coisas mais divertidas de Zumbilândia é a lembrança dessas regras, uma grafia básica, em situações corriqueiras. Tem coisas como checar o banco de trás do carro ou não se descuidar no banheiro.
Mas, a melhor coisa mesmo de Zumbilândia é a quase esquete no meio da trama envolvendo Bill Murray. Em determinado momento, o grupo invade sua mansão e o ator ainda está maquiado de zumbi criando situações hilárias mesmo antes de aparecer. O personagem de Woody Harrelson, codinome Tallahassee, é fã do ator e acaba construindo diálogos ótimos, a exemplo da cena pós-créditos que é um molho extra para os espectadores.
Por incrível que pareça, Zumbilândia é também uma comédia romântica. A construção da relação entre Columbus e Wichita, personagem de Emma Stone segue a fórmula que apesar de clichês funciona bem nesse universo. Ela é uma moça que sempre deu pequenos golpes em homens, se afasta deles e confia apenas na irmã caçula. Ele é um rapaz tímido que sempre evitou pessoas. Com o apocalipse zumbi, essas duas personalidades apenas ficaram ainda mais exacerbadas, abrindo possibilidade para as diversas situações que o filme explora a espera de um final óbvio.
Porque, na verdade, Zumbilândia não possui uma trama específica. São apenas quatro pessoas em um mundo cercado de zumbis tentando sobreviver. Acompanhamos apenas um recorte desse objetivo, que engloba exatamente quando e como eles se conheceram. A desconfiança inicial, as peripécias, até perceberem que estão juntos, no mesmo barco, e é bom poder contar um com o outro.
O personagem Tallahassee merece também o seu destaque por tudo que o envolve. Um homem que se encobre com um estereótipo de grosseria, o exterminador de zumbis, mas que se revela divertido, sensível até com a história de Buck, que nos revela algumas surpresas. O ator Woody Harrelson consegue dar uma vida extra ao personagem. A pequena, já não tão pequena, Abigail Breslin também tem ótimos momentos. Já Jesse Eisenberg continua com a mesma expressão de garoto bobo, que funciona para o papel.
Zumbilândia é um filme divertido, que faz uma paródia a filmes de terror, ridicularizando zumbis e brincando com a direção de arte da trama. Não cai no besteirol, nem no exagero, que poderia ser o caminho fácil para esse tipo de proposta e só por isso já ganha pontos. Diversão sem maiores compromissos.
Zumbilândia (Zombieland, 2009 / EUA)
Direção: Ruben Fleischer
Roteiro: Rhett Reese, Paul Wernick
Com: Jesse Eisenberg, Emma Stone, Woody Harrelson, Abigail Breslin e Bill Murray
Duração: 88 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Zumbilândia
2013-11-16T08:00:00-03:00
Amanda Aouad
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