
A iniciativa é mais do que bem-vinda, já que Salvador precisa mesmo de espaços alternativos para a cultura cinematográfica. A possibilidade de discutir com os próprios realizadores é um atrativo a mais. "Estamos abertos a todos. A nossa única exigência é que o realizador vá a sessão", afirma Ramon Coutinho um dos integrantes do coletivo.
O Cual surgiu em julho de 2011 com o Manifesto da urgência. A ideia é que se faça filmes, independente da estrutura, da verba, sem esperar Governo ou qualquer outro apoio. Quem tem amigos engajados pode fazer bons filmes, ainda mais atualmente quando a tecnologia avançou a um ponto em que uma boa câmera está à mão de qualquer um.

"Precisamos de mais filmes e menos lamentações. Essa parece ser a única certeza na qual podemos nos apegar claramente. Mas como produzir novos meios diante de situação tão complicada, mesmo pra aqueles já estão tentando realizar cinema há tanto tempo? Como os novos realizadores podem agora se inserir nessa intrincada seara? Nossa responsabilidade parece muito mais séria do que nos damos conta. Em tempos em que as câmeras digitais parecem contribuir para um maior fluxo e diversidade de produções em toda parte, convivemos com uma mordaz contradição, espera e ausência de novas imagens e abordagens." - Parte do Manifesto.



Para terminar, ainda teve som, banjo e bigode, como eles anunciaram com o artista Gigito. A próxima sessão do Cineclube já tem data e local. Será no dia 21 de fevereiro, uma sexta-feira, na Sala Walter da Silveira, nos Barris. Quem é de Salvador, fique ligado. Termino com outra frase do Manifesto da Urgência, que sintetiza um pouco tudo isso.
"É urgente termos mais filmes na Bahia agora porque houve filmes na Itália do pós-guerra, na pós-revolução cubana, porque há “Harry Potter” nos cinemas todos os anos, porque há filmes sendo vistos e feitos na Ceilândia e outras periferias". - Parte do Manifesto.
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