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Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes
Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes
O ex-marido de Madonna começou nos cinemas de uma maneira bastante promissora. Seu primeiro longametragem Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes traz um frescor de novidade.
Na trama, os quatro amigos Eddie, Tom, Bacon e Soap estão em busca de uma fórmula rápida de ganhar dinheiro. Eddie é especialista em cartas, já tendo feito golpes diversos nas ruas, então, eles resolvem participar de um jogo secreto apostando no talento de Eddie. O problema é que o local era controlado por Hatcher Harry, a quem os rapazes ficam devendo 500 mil libras. Se não pagar no prazo, eles vão perdendo um dedo por dia, é aí que um outro plano mirabolante vai ser colocado em prática.
O que mais chama a atenção no filme é a estética e montagem ágil. Tudo vai em uma construção frenética quase de um vídeo clipe, mas com nuanças próprias, pausas, entradas e saídas de imagens. As construções das ações em paralelo também deixam o espectador ciente do todo, ao mesmo tempo que cria rimas rítmicas interessantíssimas. Como no momento-chave da trama em que a característica música de Zorba, o Grego guiam os passos dos personagens em uma sincronia incrível.
A fotografia também tem suas particularidades. Bastante lavada e granulada traz um realismo da imagem crua ao mesmo tempo que dá um distanciamento do espectador. Fica uma sensação de imagem antiga, envelhecida, que dialoga com a trama. Ela traz um frescor novo também para o tratamento meio nonsense do roteiro, que mistura violência e ironia de uma maneira bastante instigante.
É interessantíssima a forma como o roteiro brinca com alguns episódios, como um cara saindo em chamas de um pub que só será explicado muito à frente. Ou a apresentação aos poucos do personagem Rory Breaker, que a princípio parece um figurante e vai sendo mostrado em suas nuanças. Aliás, todos os personagens do filme possuem particularidades que os tornam singulares e divertidos, e Guy Ritchie se aproveita bem de cada um deles. Até o pai de Eddie, interpretado por ninguém menos que Sting, vocalista do The Police.
Além da estética, no entanto, o que marca também o filme é junção de violência e comédia de uma maneira bastante irônica. Por isso, muitos o compararam a Tarantino quando surgiu. Guy Ritchie demonstra um humor ferino em diversas cenas, construindo as situações mais tragicômicas possíveis como um assalto que termina com um tiro dividindo cabelos. Ou o desajeitado roubo da maconha.
Destaque ainda para o personagem interpretado por Vinnie Jones, ex-jogador profissional de futebol que foi considerado violento demais para o esporte. Não por acaso este seu primeiro papel já foi um vilão, característica que se repetiu desde então. Mas, Big Chris não é um vilão comum. Ele possui uma espécie de honra, e o fato de estar sempre acompanhando de seu filho pequeno parece o fazer pensar em suas atitudes, por mais violentas que sejam. Ele é um contratado e só faz o seu serviço, digamos assim.
Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes é isso. Uma grande sarro com o mundo do crime. Tem elementos de Tarantino, quanto dos irmãos Coen, mas também traz uma vislumbre do estilo próprio do seu promissor diretor, que ainda faria outro belo filme no mesmo estilo (Snatch - Porcos e Diamantes), pena que sua carreira são se demonstrou tão atraente quanto parecia, mas ele ainda tem boas chances de nos surpreender. Pelo menos, vamos torcer por isso.
Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (Lock, Stock and Two Smoking Barrels, 1998 / Inglaterra)
Direção: Guy Ritchie
Roteiro: Guy Ritchie
Com: Jason Flemyng, Dexter Fletcher, Nick Moran, Vinnie Jones, Sting, Jason Statham
Duração: 107 min.
Na trama, os quatro amigos Eddie, Tom, Bacon e Soap estão em busca de uma fórmula rápida de ganhar dinheiro. Eddie é especialista em cartas, já tendo feito golpes diversos nas ruas, então, eles resolvem participar de um jogo secreto apostando no talento de Eddie. O problema é que o local era controlado por Hatcher Harry, a quem os rapazes ficam devendo 500 mil libras. Se não pagar no prazo, eles vão perdendo um dedo por dia, é aí que um outro plano mirabolante vai ser colocado em prática.
O que mais chama a atenção no filme é a estética e montagem ágil. Tudo vai em uma construção frenética quase de um vídeo clipe, mas com nuanças próprias, pausas, entradas e saídas de imagens. As construções das ações em paralelo também deixam o espectador ciente do todo, ao mesmo tempo que cria rimas rítmicas interessantíssimas. Como no momento-chave da trama em que a característica música de Zorba, o Grego guiam os passos dos personagens em uma sincronia incrível.
A fotografia também tem suas particularidades. Bastante lavada e granulada traz um realismo da imagem crua ao mesmo tempo que dá um distanciamento do espectador. Fica uma sensação de imagem antiga, envelhecida, que dialoga com a trama. Ela traz um frescor novo também para o tratamento meio nonsense do roteiro, que mistura violência e ironia de uma maneira bastante instigante.
É interessantíssima a forma como o roteiro brinca com alguns episódios, como um cara saindo em chamas de um pub que só será explicado muito à frente. Ou a apresentação aos poucos do personagem Rory Breaker, que a princípio parece um figurante e vai sendo mostrado em suas nuanças. Aliás, todos os personagens do filme possuem particularidades que os tornam singulares e divertidos, e Guy Ritchie se aproveita bem de cada um deles. Até o pai de Eddie, interpretado por ninguém menos que Sting, vocalista do The Police.
Além da estética, no entanto, o que marca também o filme é junção de violência e comédia de uma maneira bastante irônica. Por isso, muitos o compararam a Tarantino quando surgiu. Guy Ritchie demonstra um humor ferino em diversas cenas, construindo as situações mais tragicômicas possíveis como um assalto que termina com um tiro dividindo cabelos. Ou o desajeitado roubo da maconha.
Destaque ainda para o personagem interpretado por Vinnie Jones, ex-jogador profissional de futebol que foi considerado violento demais para o esporte. Não por acaso este seu primeiro papel já foi um vilão, característica que se repetiu desde então. Mas, Big Chris não é um vilão comum. Ele possui uma espécie de honra, e o fato de estar sempre acompanhando de seu filho pequeno parece o fazer pensar em suas atitudes, por mais violentas que sejam. Ele é um contratado e só faz o seu serviço, digamos assim.
Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes é isso. Uma grande sarro com o mundo do crime. Tem elementos de Tarantino, quanto dos irmãos Coen, mas também traz uma vislumbre do estilo próprio do seu promissor diretor, que ainda faria outro belo filme no mesmo estilo (Snatch - Porcos e Diamantes), pena que sua carreira são se demonstrou tão atraente quanto parecia, mas ele ainda tem boas chances de nos surpreender. Pelo menos, vamos torcer por isso.
Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (Lock, Stock and Two Smoking Barrels, 1998 / Inglaterra)
Direção: Guy Ritchie
Roteiro: Guy Ritchie
Com: Jason Flemyng, Dexter Fletcher, Nick Moran, Vinnie Jones, Sting, Jason Statham
Duração: 107 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes
2014-01-28T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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