And The Oscar Goes To: Resumo da Cerimônia
Noite previsível, porém justa. Gravidade ficou com o maior número de estatuetas, sete no total, mas o melhor filme foi mesmo 12 Anos de Escravidão que levou ainda Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Roteiro Adaptado.
Diante dos critérios de votação da categoria de Melhor Filme era de se esperar uma obra com tendências a unanimidade. Ainda que não seja de fato o melhor dos nove indicados, 12 Anos de Escravidão acaba representando bem o conjunto da obra, com uma história forte, digna de discussão. E acaba sendo um belo resultado vê-lo também como Melhor Roteiro Adaptado, demonstrando a força de sua trama.
O Melhor Roteiro Original foi para um dos meus preferidos da noite. Spike Jonze conseguiu nos dar um retrato de nossa época de uma maneira sensível e poética, como há muito não se via no cinema. Her é belo, merecia este prêmio e mais. Uma pena que ficou só nele.
Já Gravidade é a supremacia da técnica e o maestro dela, Alfonso Cuarón, mereceu representar toda essa magnitude com o primeiro prêmio para um diretor latino-americano. Todos os outros seis prêmios foram técnicos, trilha, montagem, fotografia, edição de som, mixagem de som e efeitos visuais. Retratando a experiência estética que Gravidade consegue nos proporcionar com suas imagens.
Frozen também ganhou duas estatuetas esperadas, melhor animação e melhor canção original por Let it Go. Dois prêmios que me deixam feliz, por gostar muito de ambos, mas ao mesmo tempo tem uma certa sensação de melancolia por não ver Hayao Miyazaki premiado em sua última obra, nem a bela música de Her.
Nas atuações, nenhuma surpresa, ainda que as possibilidades pudessem existir. Cate Blanchett já era dada como certa e Matthew McConaughey quase certo, ainda que muitos apostassem em Leonardo DiCaprio. Jared Leto também confirmou seu favoritismo, mesmo tendo Barkhad Abdi em sua cola. E Lupita Nyong'o foi a alegria da noite ao bater suas concorrentes, inclusive Jennifer Lawrence que repetiu uma queda logo na chegada ao tapete vermelho, mas ficou sem estatueta.
A cerimônia foi umas das mais divertidas e descontraídas dos últimos anos. Em muito por conta de Ellen DeGeneres que apresentou como se estivesse em seu programa, totalmente à vontade, passeando pela plateia, tirando fotos com tuitadas ao vivo para divulgar a marca de celular patrocinadora do evento e criando brincadeiras hilárias como o momento pizza. O selfie do ano, bateu o recorde de retuitadas de Obama e a foto ainda foi compartilhada e remontada inúmeras vezes em diversas redes sociais.
Suas brincadeiras foram divertidas, ainda que com várias alfinetadas como quando logo no início falou que já tinha apresentado o Oscar uma vez e que estava tudo "diferente", naquela época Meryl Streep era indicada e Cate Blanchett também... Fez brincadeira com Bradley Cooper também, que não levou a estatueta de melhor ator coadjuvante, mas foi o vencedor da "raspadinha". Mas, pedir pizza e depois passar o chapéu para pagar o entregador, foi mesmo o mais divertido, tirando a formalidade da premiação e matando a fome da plateia.
Nos momentos homenagem, destaque para a presença do brasileiro Eduardo Coutinho no telão na hora do In Memoriam. Uma deferência que nos emociona e reforça a importância do documentarista para o cinema. Mas não poderíamos deixar de perceber a gafe em não incluir, mesmo que de última hora, o diretor francês Alain Resnais, falecido no último sábado.
Teve ainda uma homenagem a O Mágico de Oz, com a cantora Pink, o que ficou, no mínimo estranho, ainda mais com Liza Minelli na plateia que só levantou da cadeira para ser citada como a filha de Judie Garland. Mas, os números musicais das canções candidatas foi belo e tivemos uma cerimonia leve, sem cansaço.
Como foi dito, no geral, tivemos uma boa cerimônia com prêmios justos e resultados equilibrados. Não foi a vez ainda de Leonardo DiCaprio, mas foi bom vê-lo ali, finalista novamente. E apesar do mestre Scorsese ter feito o melhor filme do ano, muitos não entenderam e acabaram julgando-o uma trapaça, tão problemática quanto a sua "cópia". Entre mortos e feridos, acho que podemos ficar satisfeitos com o resultado da noite.
Vencedores
FILME
"12 anos de escravidão"
DIRETOR
Alfonso Cuarón, de "Gravidade"
ATOR
Matthew McConaughey, de "Clube de compras Dallas"
ATRIZ
Cate Blanchett, de "Blue Jasmine"
ATOR COADJUVANTE
Jared Leto, de "Clube de compras Dallas"
ATRIZ COADJUVANTE
Lupita Nyong'o, de "12 anos de escravidão"
FILME ESTRANGEIRO
"A grande beleza" (Itália)
ROTEIRO ORIGINAL
Spike Jonze, de "Ela"
ROTEIRO ADAPTADO
John Ridley, de "12 anos de escravidão"
ANIMAÇÃO
"Frozen: Uma aventura congelante"
DOCUMENTÁRIO EM LONGAMETRAGEM
"20 Feet from Stardom"
DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
"The lady in number 6: Music saved my life"
FOTOGRAFIA
"Gravidade"
MONTAGEM
"Gravidade"
TRILHA SONORA ORIGINAL
Steven Price, de "Gravidade"
CANÇÃO ORIGINAL
"Let it Go", de "Frozen: Uma aventura congelante" – Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez (música e letra)
EFEITOS VISUAIS
"Gravidade"
EDIÇÃO DE SOM
"Gravidade"
MIXAGEM DE SOM
"Gravidade"
MAQUIAGEM E CABELO
Clube de Compras Dallas
ANIMAÇÃO EM CURTA-METRAGEM
Mr. Hublot
CURTA-METRAGEM
Helium
FIGURINO
O Grande Gatsby
DESIGN DE PRODUÇÃO
O Grande Gatsby
Diante dos critérios de votação da categoria de Melhor Filme era de se esperar uma obra com tendências a unanimidade. Ainda que não seja de fato o melhor dos nove indicados, 12 Anos de Escravidão acaba representando bem o conjunto da obra, com uma história forte, digna de discussão. E acaba sendo um belo resultado vê-lo também como Melhor Roteiro Adaptado, demonstrando a força de sua trama.
O Melhor Roteiro Original foi para um dos meus preferidos da noite. Spike Jonze conseguiu nos dar um retrato de nossa época de uma maneira sensível e poética, como há muito não se via no cinema. Her é belo, merecia este prêmio e mais. Uma pena que ficou só nele.
Já Gravidade é a supremacia da técnica e o maestro dela, Alfonso Cuarón, mereceu representar toda essa magnitude com o primeiro prêmio para um diretor latino-americano. Todos os outros seis prêmios foram técnicos, trilha, montagem, fotografia, edição de som, mixagem de som e efeitos visuais. Retratando a experiência estética que Gravidade consegue nos proporcionar com suas imagens.
Frozen também ganhou duas estatuetas esperadas, melhor animação e melhor canção original por Let it Go. Dois prêmios que me deixam feliz, por gostar muito de ambos, mas ao mesmo tempo tem uma certa sensação de melancolia por não ver Hayao Miyazaki premiado em sua última obra, nem a bela música de Her.
Nas atuações, nenhuma surpresa, ainda que as possibilidades pudessem existir. Cate Blanchett já era dada como certa e Matthew McConaughey quase certo, ainda que muitos apostassem em Leonardo DiCaprio. Jared Leto também confirmou seu favoritismo, mesmo tendo Barkhad Abdi em sua cola. E Lupita Nyong'o foi a alegria da noite ao bater suas concorrentes, inclusive Jennifer Lawrence que repetiu uma queda logo na chegada ao tapete vermelho, mas ficou sem estatueta.
A cerimônia foi umas das mais divertidas e descontraídas dos últimos anos. Em muito por conta de Ellen DeGeneres que apresentou como se estivesse em seu programa, totalmente à vontade, passeando pela plateia, tirando fotos com tuitadas ao vivo para divulgar a marca de celular patrocinadora do evento e criando brincadeiras hilárias como o momento pizza. O selfie do ano, bateu o recorde de retuitadas de Obama e a foto ainda foi compartilhada e remontada inúmeras vezes em diversas redes sociais.
Suas brincadeiras foram divertidas, ainda que com várias alfinetadas como quando logo no início falou que já tinha apresentado o Oscar uma vez e que estava tudo "diferente", naquela época Meryl Streep era indicada e Cate Blanchett também... Fez brincadeira com Bradley Cooper também, que não levou a estatueta de melhor ator coadjuvante, mas foi o vencedor da "raspadinha". Mas, pedir pizza e depois passar o chapéu para pagar o entregador, foi mesmo o mais divertido, tirando a formalidade da premiação e matando a fome da plateia.
Nos momentos homenagem, destaque para a presença do brasileiro Eduardo Coutinho no telão na hora do In Memoriam. Uma deferência que nos emociona e reforça a importância do documentarista para o cinema. Mas não poderíamos deixar de perceber a gafe em não incluir, mesmo que de última hora, o diretor francês Alain Resnais, falecido no último sábado.
Teve ainda uma homenagem a O Mágico de Oz, com a cantora Pink, o que ficou, no mínimo estranho, ainda mais com Liza Minelli na plateia que só levantou da cadeira para ser citada como a filha de Judie Garland. Mas, os números musicais das canções candidatas foi belo e tivemos uma cerimonia leve, sem cansaço.
Como foi dito, no geral, tivemos uma boa cerimônia com prêmios justos e resultados equilibrados. Não foi a vez ainda de Leonardo DiCaprio, mas foi bom vê-lo ali, finalista novamente. E apesar do mestre Scorsese ter feito o melhor filme do ano, muitos não entenderam e acabaram julgando-o uma trapaça, tão problemática quanto a sua "cópia". Entre mortos e feridos, acho que podemos ficar satisfeitos com o resultado da noite.
Vencedores
FILME
"12 anos de escravidão"
DIRETOR
Alfonso Cuarón, de "Gravidade"
ATOR
Matthew McConaughey, de "Clube de compras Dallas"
ATRIZ
Cate Blanchett, de "Blue Jasmine"
ATOR COADJUVANTE
Jared Leto, de "Clube de compras Dallas"
ATRIZ COADJUVANTE
Lupita Nyong'o, de "12 anos de escravidão"
FILME ESTRANGEIRO
"A grande beleza" (Itália)
ROTEIRO ORIGINAL
Spike Jonze, de "Ela"
ROTEIRO ADAPTADO
John Ridley, de "12 anos de escravidão"
ANIMAÇÃO
"Frozen: Uma aventura congelante"
DOCUMENTÁRIO EM LONGAMETRAGEM
"20 Feet from Stardom"
DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
"The lady in number 6: Music saved my life"
FOTOGRAFIA
"Gravidade"
MONTAGEM
"Gravidade"
TRILHA SONORA ORIGINAL
Steven Price, de "Gravidade"
CANÇÃO ORIGINAL
"Let it Go", de "Frozen: Uma aventura congelante" – Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez (música e letra)
EFEITOS VISUAIS
"Gravidade"
EDIÇÃO DE SOM
"Gravidade"
MIXAGEM DE SOM
"Gravidade"
MAQUIAGEM E CABELO
Clube de Compras Dallas
ANIMAÇÃO EM CURTA-METRAGEM
Mr. Hublot
CURTA-METRAGEM
Helium
FIGURINO
O Grande Gatsby
DESIGN DE PRODUÇÃO
O Grande Gatsby
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
And The Oscar Goes To: Resumo da Cerimônia
2014-03-03T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
materias|Oscar 2014|
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