
Quinto longa-metragem de ficção da vasta carreira de Martin Scorsese, Taxi Driver é um clássico. Um marco cinematográfico que muitos cinéfilos se revoltam até hoje por ter perdido o Oscar para Rocky, um lutador.

Na verdade, Travis é um turbilhão de emoções que se convertem em uma profunda melancolia existencial. Tudo em sua construção nos passa essa melancolia. Está em sua narração em voz over, expressando seus sentimentos. Está na trilha composta por Bernard Herrmann. Está na sua rotina, boa parte passada à noite, pelas ruas da cidade, com muitas luzes, brilho da água e fumaça evaporando do asfalto. Tudo nos faz entrar nesse clima de urgência pela mudança.

Mas, sua frustração e decepção com a rejeição de Betsy acaba sendo o propulsor que o leva a encarar a vida de uma maneira mais ativa. É a partir daí que compra as quatro armas, planeja a emboscada ao senador e resolve ajudar Iris a sair daquela vida e voltar para os seus pais.

E falando em atuação, não posso deixar de citar o trabalho de Jodie Foster, com apenas 12 anos, que nos dá uma segurança impressionante na pequena prostituta. Ela que vinha de uma já vasta carreira na televisão, mas que aqui demonstrou que não era apenas uma celebridade infantil, mas uma atriz que vinha para ficar.
Por esses e outros motivos, Taxi Driver é considerado uma das obras-primas de Martin Scorsese. Um filme que desvenda uma alma humana em transformação e eterna angústia com o mundo. Nos faz refletir, envolver e também imaginar o que faríamos diante de situações em que a vida colocou Travis. Daqueles clássicos eternos.
Taxi Driver (Taxi Driver, 1976 / EUA)
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Paul Schrader
Com: Robert De Niro, Jodie Foster, Cybill Shepherd, Harvey Keitel
Duração: 113 min.