Home
critica
documentario
Festival
in-edit2014
Morgan Neville
musical
Oscar 2014
A Um Passo do Estrelato
A Um Passo do Estrelato
Vencedor do Oscar de Melhor Documentário em 2014, A Um Passo do Estrelato nos mostra os bastidores da voz no show business. Mais precisamente, acompanha diversas backing vocals tentando entender sua função na banda e o porquê de não quererem ou não conseguirem fazer sucesso como artistas solo.
A ideia de estar à sombra da estrela mexe com o ego de uma pessoa. Não por acaso, muitos backing vocals tentam carreira própria. O documentário é feliz ao investigar esse assunto colocando os holofotes para essas artistas, muitas vezes injustiçadas, e com talento maior que algumas estrelas. A abertura já traz um conceito interessante, deixando o artista principal na sombra e destacando o backingem fotos diversas.
Mas, o fato, é que o porquê de algumas pessoas simplesmente não conseguirem fazer sucesso sozinhas não tem uma explicação tão lógica. É momento, é sorte, é investimento, é carisma, é destino? É tudo isso junto e um pouco mais, porque falta de talento, sem dúvidas, não é, como as imagens nos mostram.
O documentário busca, inclusive diferenciar o cantor do "entretenimento", algumas backings falam em seu depoimento que não sabem entreter o público. Faz parte do artista a capacidade de preencher e dominar o palco. E por mais técnica e potência vocal que se tenha, algumas pessoas simplesmente não conseguem isso.
Ser backing vocal, estar no background da banda, não é necessariamente algo ruim. Como já foi dito, para o ego, talvez, mas não é demérito. Uma das entrevistadas inclusive fala em um dos momentos que artistas vem e vão, mas quando a gente olha para trás, encontra sempre a mesma turma. E isso é porque não lhes falta talento e competência para o que fazem. Experimenta fazer uma música só com a voz do cantor principal? Sempre fica faltando alguma coisa.
O filme tenta traçar um panorama geral do mercado e se detém com maior atenção em alguns nomes. É interessante que os exemplos são bem distintos, nos dando uma visão mais ampla das possibilidades. Temos Darlene Love, por exemplo, que dublava um grupo e demorou a conseguir ser reconhecida enquanto artista. Ou Lisa Fischer que chegou a ganhar um Grammy como cantora solo, mas não conseguir manter seu espaço, sempre retornando ao background. Destaque para sua participação nas turnês dos Rolling Stones. Outro destaque é Judith Hill que estava ensaiando This is it com Michael Jackson e os próprios fãs se irritavam ao vê-la fazendo backing para outros cantores após a morte do artista.
Ainda que com uma estrutura de roteiro bastante simples, baseado em depoimentos e imagens de arquivo, chama a atenção a montagem do documentário. Bastante ágil e sempre construindo novos significados como quando vemos Mick Jagger e Lisa Fischer ouvindo uma música ao mesmo tempo mesmo estando em locais diferentes. Ver as reações de ambos e poder compará-las traz algo a mais para o momento. O filme está repleto dessas construções, fazendo, inclusive depoimentos quem dialogam um com o outro.
A Um Passo do Estrelato é, então, um documentário competente naquilo que se propõe, trazer à luz essas pessoas que ficam no fundo, muitas vezes esquecidas por mídia e público, mas que são fundamentais para a música. Tentar entender o segredo da fama, do sucesso ou mesmo da oscilação do mundo pop é algo complexo, mas, aqui temos alguns exemplos para pensar. Além do prazer de ouvir belas vozes por 91 minutos.
A Um Passo do Estrelato (Twenty Feet from Stardom, 2013 / EUA)
Direção: Morgan Neville
Roteiro: Morgan Neville
Duração: 91 min.
A ideia de estar à sombra da estrela mexe com o ego de uma pessoa. Não por acaso, muitos backing vocals tentam carreira própria. O documentário é feliz ao investigar esse assunto colocando os holofotes para essas artistas, muitas vezes injustiçadas, e com talento maior que algumas estrelas. A abertura já traz um conceito interessante, deixando o artista principal na sombra e destacando o backingem fotos diversas.
Mas, o fato, é que o porquê de algumas pessoas simplesmente não conseguirem fazer sucesso sozinhas não tem uma explicação tão lógica. É momento, é sorte, é investimento, é carisma, é destino? É tudo isso junto e um pouco mais, porque falta de talento, sem dúvidas, não é, como as imagens nos mostram.
O documentário busca, inclusive diferenciar o cantor do "entretenimento", algumas backings falam em seu depoimento que não sabem entreter o público. Faz parte do artista a capacidade de preencher e dominar o palco. E por mais técnica e potência vocal que se tenha, algumas pessoas simplesmente não conseguem isso.
Ser backing vocal, estar no background da banda, não é necessariamente algo ruim. Como já foi dito, para o ego, talvez, mas não é demérito. Uma das entrevistadas inclusive fala em um dos momentos que artistas vem e vão, mas quando a gente olha para trás, encontra sempre a mesma turma. E isso é porque não lhes falta talento e competência para o que fazem. Experimenta fazer uma música só com a voz do cantor principal? Sempre fica faltando alguma coisa.
O filme tenta traçar um panorama geral do mercado e se detém com maior atenção em alguns nomes. É interessante que os exemplos são bem distintos, nos dando uma visão mais ampla das possibilidades. Temos Darlene Love, por exemplo, que dublava um grupo e demorou a conseguir ser reconhecida enquanto artista. Ou Lisa Fischer que chegou a ganhar um Grammy como cantora solo, mas não conseguir manter seu espaço, sempre retornando ao background. Destaque para sua participação nas turnês dos Rolling Stones. Outro destaque é Judith Hill que estava ensaiando This is it com Michael Jackson e os próprios fãs se irritavam ao vê-la fazendo backing para outros cantores após a morte do artista.
Ainda que com uma estrutura de roteiro bastante simples, baseado em depoimentos e imagens de arquivo, chama a atenção a montagem do documentário. Bastante ágil e sempre construindo novos significados como quando vemos Mick Jagger e Lisa Fischer ouvindo uma música ao mesmo tempo mesmo estando em locais diferentes. Ver as reações de ambos e poder compará-las traz algo a mais para o momento. O filme está repleto dessas construções, fazendo, inclusive depoimentos quem dialogam um com o outro.
A Um Passo do Estrelato é, então, um documentário competente naquilo que se propõe, trazer à luz essas pessoas que ficam no fundo, muitas vezes esquecidas por mídia e público, mas que são fundamentais para a música. Tentar entender o segredo da fama, do sucesso ou mesmo da oscilação do mundo pop é algo complexo, mas, aqui temos alguns exemplos para pensar. Além do prazer de ouvir belas vozes por 91 minutos.
A Um Passo do Estrelato (Twenty Feet from Stardom, 2013 / EUA)
Direção: Morgan Neville
Roteiro: Morgan Neville
Duração: 91 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A Um Passo do Estrelato
2014-05-23T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
critica|documentario|Festival|in-edit2014|Morgan Neville|musical|Oscar 2014|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
King Richard: Criando Campeãs (2021), dirigido por Reinaldo Marcus Green , é mais do que apenas uma cinebiografia : é um retrato emocionalm...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
Clint Eastwood me conquistou aos poucos. Ele sabe como construir um filme que emociona e, agora, parece ter escolhido Matt Damon como seu ...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Olhando para A Múmia (1999), mais de duas décadas após seu lançamento, é fácil perceber como o filme se tornou um marco do final dos anos ...
-
Amor à Queima Roupa (1993), dirigido por Tony Scott e roteirizado por Quentin Tarantino , é um daqueles filmes que, ao longo dos anos, se...
-
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu du...
-
Com previsão de lançamento para maio desse ano, Estranhos , primeiro longa do diretor Paulo Alcântara terá pré-estreia (apenas convidados) ...