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Transcendence - A Revolução
Transcendence - A Revolução
Evolução da humanidade, ciência, capacidade do cérebro, mundo em que vivemos e inteligência artificial. Todos esses temas já foram abordados de diversas maneiras em filmes. Transcendence não acrescenta muito nesse sentido. Mas, traz em si uma premissa instigante que poderia ser melhor desenvolvida.
Johnny Depp é o doutor Will Caster, um homem obcecado por entender o cérebro humano e o mundo em que vivemos. Seu projeto atual traz um possibilidade real de inteligência artificial e isso gera fama, mas também medo. Ao seu lado, três cientistas distintos. Sua esposa, que tem o sonho de mudar o mundo, o amigo Max, que tem receios em relação a inteligência artificial e quer usar a ciência para curar doenças. E o mestre de todos eles, Joseph Tagger, vivido por Morgan Freeman, que quer ver a evolução da ciência. Contra eles, um grupo extremista que acredita que a tecnologia tornou o ser humano escravo e que é preciso combatê-la.
A primeira coisa ruim do roteiro de Jack Paglen é a forma como inicia, nos dando um vislumbre do futuro, para só depois retornar a onde tudo começou. Por mais que gere a curiosidade que a técnica quer, acaba também frustando as expectativas ao nos dar algumas certezas e, com isso, tem que criar algo mirabolante para finalizar, surpreendendo além do que já foi mostrado. Assim, além de um início que quebra expectativas, ele nos dá um final quase absurdo. E só isso já conta negativamente para a trama.
Mas, nem tudo é ruim. Na verdade, a partir do momento em que a consciência digital de Caster, ou seja lá o que aquilo for, começa a utilizar nanopartículas que brotam da terra para controlar tudo e todos a seu redor, a trama desanda completamente, nos dando uma mistura indigesta que não se decide se quer discutir a relação do homem com a tecnologia, as possibilidades da ciência, o medo de brincar de Deus, ou simplesmente nos contar uma história de amor além das fronteiras da morte.
Transcendence brinca com tudo, mas em nenhum momento transcende o óbvio, nem nos surpreende de verdade com novas ideias ou pensamentos. Há tempos discutimos até que ponto estamos nos tornando escravos da tecnologia e deixando de viver o real para viver o virtual. Da mesma forma que muitos temem os avanços da ciência. O próprio Caster diz em uma palestra: "tentar criar o seu próprio Deus? Não é isso que o ser humano tem feito?" E parece lógico que se criarmos uma consciência artificial que seja infinitamente mais inteligente que nós, ela vai querer nos controlar. Mesmo que não nos queira mal, ela é mais inteligente, ela vai sempre achar que sabe mais do que nós e que sabe, inclusive, o que é melhor para nós.
Quanto Caster sofre um ataque e é "transportado" para o computador, ele cria possibilidades e caminhos perigosos que poderiam ser bem explorados. Mas, o filme prefere seguir o óbvio do medo, do exército intervindo e de exageros que não sabemos até que ponto ultrapassam as leis da Física. O que salva esse jogo estranho são os efeitos especiais e a forma como esse novo mundo vai sendo construído. Não se pode negar a criatividade da direção de arte, nem dos efeitos especiais. Além das imagens belíssimas.
Por outro lado, o elenco não parece tão empolgado com aquele mundo. Johnny Depp parece sem vida, e não é por estar dentro de uma máquina, sua versão carne e osso do início também não empolga. Todos os atores parecem simplesmente cumprir tabela, sem grandes destaques, ainda que também ninguém comprometa a trama. Talvez seja apenas um reflexo do filme como um todo.
Transcendence - A Revolução não cumpre o que promete. Traz conceitos e discussões interessantes, mas não as desenvolve. E se perde no meio do caminho, quando a tecnologia deixa de ser o foco científico e se torna fantasioso com direito a controlar os mínimos detalhes de um mundo em constante transformação.
Transcendence - A Revolução (Transcendence, 2014 / EUA)
Direção: Wally Pfister
Roteiro: Jack Paglen
Com: Johnny Depp, Rebecca Hall, Morgan Freeman, Paul Bettany, Cillian Murphy, Kate Mara
Duração: 119 min.
Johnny Depp é o doutor Will Caster, um homem obcecado por entender o cérebro humano e o mundo em que vivemos. Seu projeto atual traz um possibilidade real de inteligência artificial e isso gera fama, mas também medo. Ao seu lado, três cientistas distintos. Sua esposa, que tem o sonho de mudar o mundo, o amigo Max, que tem receios em relação a inteligência artificial e quer usar a ciência para curar doenças. E o mestre de todos eles, Joseph Tagger, vivido por Morgan Freeman, que quer ver a evolução da ciência. Contra eles, um grupo extremista que acredita que a tecnologia tornou o ser humano escravo e que é preciso combatê-la.
A primeira coisa ruim do roteiro de Jack Paglen é a forma como inicia, nos dando um vislumbre do futuro, para só depois retornar a onde tudo começou. Por mais que gere a curiosidade que a técnica quer, acaba também frustando as expectativas ao nos dar algumas certezas e, com isso, tem que criar algo mirabolante para finalizar, surpreendendo além do que já foi mostrado. Assim, além de um início que quebra expectativas, ele nos dá um final quase absurdo. E só isso já conta negativamente para a trama.
Mas, nem tudo é ruim. Na verdade, a partir do momento em que a consciência digital de Caster, ou seja lá o que aquilo for, começa a utilizar nanopartículas que brotam da terra para controlar tudo e todos a seu redor, a trama desanda completamente, nos dando uma mistura indigesta que não se decide se quer discutir a relação do homem com a tecnologia, as possibilidades da ciência, o medo de brincar de Deus, ou simplesmente nos contar uma história de amor além das fronteiras da morte.
Transcendence brinca com tudo, mas em nenhum momento transcende o óbvio, nem nos surpreende de verdade com novas ideias ou pensamentos. Há tempos discutimos até que ponto estamos nos tornando escravos da tecnologia e deixando de viver o real para viver o virtual. Da mesma forma que muitos temem os avanços da ciência. O próprio Caster diz em uma palestra: "tentar criar o seu próprio Deus? Não é isso que o ser humano tem feito?" E parece lógico que se criarmos uma consciência artificial que seja infinitamente mais inteligente que nós, ela vai querer nos controlar. Mesmo que não nos queira mal, ela é mais inteligente, ela vai sempre achar que sabe mais do que nós e que sabe, inclusive, o que é melhor para nós.
Quanto Caster sofre um ataque e é "transportado" para o computador, ele cria possibilidades e caminhos perigosos que poderiam ser bem explorados. Mas, o filme prefere seguir o óbvio do medo, do exército intervindo e de exageros que não sabemos até que ponto ultrapassam as leis da Física. O que salva esse jogo estranho são os efeitos especiais e a forma como esse novo mundo vai sendo construído. Não se pode negar a criatividade da direção de arte, nem dos efeitos especiais. Além das imagens belíssimas.
Por outro lado, o elenco não parece tão empolgado com aquele mundo. Johnny Depp parece sem vida, e não é por estar dentro de uma máquina, sua versão carne e osso do início também não empolga. Todos os atores parecem simplesmente cumprir tabela, sem grandes destaques, ainda que também ninguém comprometa a trama. Talvez seja apenas um reflexo do filme como um todo.
Transcendence - A Revolução não cumpre o que promete. Traz conceitos e discussões interessantes, mas não as desenvolve. E se perde no meio do caminho, quando a tecnologia deixa de ser o foco científico e se torna fantasioso com direito a controlar os mínimos detalhes de um mundo em constante transformação.
Transcendence - A Revolução (Transcendence, 2014 / EUA)
Direção: Wally Pfister
Roteiro: Jack Paglen
Com: Johnny Depp, Rebecca Hall, Morgan Freeman, Paul Bettany, Cillian Murphy, Kate Mara
Duração: 119 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Transcendence - A Revolução
2014-07-01T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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