No Olho do Tornado
Um diretor e um roteirista inexperiente e muita tecnologia a seu favor. Deu nisso. No Olho do Tornado é uma experiência visual interessante, com diversas cenas de tempestade que impressionam. Além, claro do tal olho que gera uma bela cena. Mas, repleto de clichês e incongruências que o tornam um filme frágil.
Um cidade do interior dos Estados Unidos está perto de presenciar o maior tornado que a natureza já produziu. Por isso, um grupo de cientistas caçadores está no local tentando filmar o fenômeno. Assim como uma dupla de idiotas que tem como meta ficar famoso no Youtube. Em paralelo a isso, um jovem está tentando ajudar a garota de quem gosta a terminar o projeto do colégio, enquanto seu pai e seu irmão organizam a festa de formatura daquele ano.
Todos os elementos de uma receita de bolo de filme blockbuster estão aí. Um homem ambicioso vivido por Matt Walsh é o líder da equipe de cientistas e fará de tudo para atingir seus objetivos, até colocar em risco a vida de sua equipe. Nesta equipe tem uma mulher sensata, vivida por Sarah Wayne Callies, que tenta contra-argumentar e para criar um drama maior, ainda tem uma filhinha com a qual se comunica de tempos em tempos.
Continuando a receita, um drama familiar. Um pai severo, mas dedicado, vivido por Richard Armitage e dois filhos órfãos de mãe que lidam com o pai de maneira distinta. O mais velho se sente cobrado o tempo todo, enquanto o mais novo se sente ignorado. Aí, o mais novo visto como irresponsável vai ter que ajudar na formatura, quando o mais velho responsável, some para ajudar uma amiga. E ambos ficam presos em uma fábrica abandonada quando o fenômeno se inicia.
E, para completar, há a dupla de babacas que parecem saídos daquelas comédias pastelão absurdas e que pensam ser o alívio cômico da trama, mas, na realidade, só ajuda a nos irritar ainda mais com os absurdos da trama. Principalmente pelo desfecho dos personagens e de toda aquela tragédia natural.
A direção para seguir a receita de bolo do roteiro ainda opta pelo formato de mockumentary. Claro, porque todos estão conectados hoje em dia. E tendo três núcleos que estão diretamente ligados a câmeras fica fácil justificar a presença delas. Mas, fica um recurso que não cria uma lógica interna. Tanto que muitas vezes esquecemos a câmera em primeira pessoa e apenas acompanhamos os acontecimentos. E em outros, chega a ser ridículo lembrar que tem alguém preocupado em captar aquelas imagens.
Por outro lado, as imagens enche nossos olhos. Os efeitos especiais impressionam. A ventania, os objetos sendo destruídos, a formação dos tornados. A composição das cenas de fuga e tentativa de se proteger dos destroços. É possível se sentir um pouco ali, dentro do fenômeno. A cena em que Pete, personagem de Matt Walsh, olha para o céu e revela onde eles estão é impactante pelo conjunto de imagens. Isso vale o filme, mesmo que algumas cenas sejam completamente irreais como a que se segue a esta citada.
No Olho do Tornado é isso. Um filme que se constrói quase exclusivamente para nos mostrar um fenômeno da natureza visto de perto, com efeitos especiais dos mais modernos e impressionantes. A trama e os personagens estão ali como meros peões de manipulações de emoções fáceis que servem como guia daquela aventura.
No Olho do Tornado (Into the Storm, 2014 / EUA)
Direção: Steven Quale
Roteiro: John Swetnam
Com: Richard Armitage, Sarah Wayne Callies, Matt Walsh
Duração: 89 min.
Um cidade do interior dos Estados Unidos está perto de presenciar o maior tornado que a natureza já produziu. Por isso, um grupo de cientistas caçadores está no local tentando filmar o fenômeno. Assim como uma dupla de idiotas que tem como meta ficar famoso no Youtube. Em paralelo a isso, um jovem está tentando ajudar a garota de quem gosta a terminar o projeto do colégio, enquanto seu pai e seu irmão organizam a festa de formatura daquele ano.
Todos os elementos de uma receita de bolo de filme blockbuster estão aí. Um homem ambicioso vivido por Matt Walsh é o líder da equipe de cientistas e fará de tudo para atingir seus objetivos, até colocar em risco a vida de sua equipe. Nesta equipe tem uma mulher sensata, vivida por Sarah Wayne Callies, que tenta contra-argumentar e para criar um drama maior, ainda tem uma filhinha com a qual se comunica de tempos em tempos.
Continuando a receita, um drama familiar. Um pai severo, mas dedicado, vivido por Richard Armitage e dois filhos órfãos de mãe que lidam com o pai de maneira distinta. O mais velho se sente cobrado o tempo todo, enquanto o mais novo se sente ignorado. Aí, o mais novo visto como irresponsável vai ter que ajudar na formatura, quando o mais velho responsável, some para ajudar uma amiga. E ambos ficam presos em uma fábrica abandonada quando o fenômeno se inicia.
E, para completar, há a dupla de babacas que parecem saídos daquelas comédias pastelão absurdas e que pensam ser o alívio cômico da trama, mas, na realidade, só ajuda a nos irritar ainda mais com os absurdos da trama. Principalmente pelo desfecho dos personagens e de toda aquela tragédia natural.
A direção para seguir a receita de bolo do roteiro ainda opta pelo formato de mockumentary. Claro, porque todos estão conectados hoje em dia. E tendo três núcleos que estão diretamente ligados a câmeras fica fácil justificar a presença delas. Mas, fica um recurso que não cria uma lógica interna. Tanto que muitas vezes esquecemos a câmera em primeira pessoa e apenas acompanhamos os acontecimentos. E em outros, chega a ser ridículo lembrar que tem alguém preocupado em captar aquelas imagens.
Por outro lado, as imagens enche nossos olhos. Os efeitos especiais impressionam. A ventania, os objetos sendo destruídos, a formação dos tornados. A composição das cenas de fuga e tentativa de se proteger dos destroços. É possível se sentir um pouco ali, dentro do fenômeno. A cena em que Pete, personagem de Matt Walsh, olha para o céu e revela onde eles estão é impactante pelo conjunto de imagens. Isso vale o filme, mesmo que algumas cenas sejam completamente irreais como a que se segue a esta citada.
No Olho do Tornado é isso. Um filme que se constrói quase exclusivamente para nos mostrar um fenômeno da natureza visto de perto, com efeitos especiais dos mais modernos e impressionantes. A trama e os personagens estão ali como meros peões de manipulações de emoções fáceis que servem como guia daquela aventura.
No Olho do Tornado (Into the Storm, 2014 / EUA)
Direção: Steven Quale
Roteiro: John Swetnam
Com: Richard Armitage, Sarah Wayne Callies, Matt Walsh
Duração: 89 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
No Olho do Tornado
2014-08-29T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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