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Robin Williams, a importância de seus personagens

Robin WilliamsAntes tarde do que nunca, faço aqui minha homenagem a Robin Williams. Um ator que teve altos e baixos, mas marcou minha geração, principalmente por seu papel como o professor John Keating, o Captain, de Sociedade dos Poetas Mortos. Foi com tristeza que recebi a notícia de sua morte, por suicídio.

É triste saber que um ator e comediante que fez tantos rirem, sofria de uma doença cruel como a depressão, a ponto de tomar uma atitude tão drástica e lamentável. Enforcada com um cinto, a voz que tanto marcou o cinema se calou e traduziu a perturbação de seu dono. Mas, felizmente, seu trabalho continua aí, para ver e rever. Assim como o exemplo de seus personagens.

Não quis fazer uma lista de melhores filmes, ou melhores personagens do ator. Poderia ser injusta com alguns, esquecer de outros. Então, resolvi trazer aqui uma seleção bem pessoal dos cinco filmes / papéis que mais me marcaram nesse período. Ainda que diversos outros tenham seu lugar, como Bom Dia Vietnã, O Pescador de Ilusões (uma de suas indicações ao Oscar), ou os sentimentais Patch Adams e O Homem Bicentenário que são tratados sobre a humanidade.

Mas, como disse, seguem os cinco que mais me marcaram:

Robin WilliamsSociedade dos Poetas Mortos (1989)
John Keating (Captain)

Lembro bem da primeira vez que vi esse filme. Pré-adolescente, indo ao cinema com um grupo de amigos do condomínio onde morava. Era tímida, arriscava meus rabiscos na poesia, sempre gostei de escrever. E me identifiquei muito com o personagem de Ethan Hawke, o Todd. Então, quase subi com ele naquela cadeira quando na cena final ele presta a homenagem ao seu capitão. Foi assim que Robin Williams me foi apresentado. Na pele de John Keating, suas palavras, seu método de tocar os alunos, seus ensinamentos viraram uma espécie de guia para mim. Um filme que até hoje não canso de rever. E ainda me emociona.

Robin WilliamsHook: A Volta do Capitão Gancho (1991)
Peter Banning

Foi também no cinema que reencontrei um mito de infância: Peter Pan. Agora adulto, com filhos e aparentemente esquecido da magia de sua infância eterna na Terra do Nunca, ao lado dos meninos perdidos. E quem interpretava esse Pan adulto? Claro, Robin Williams. Com muita graça e sutileza, ele conseguiu nos passar a essência do personagem e suas possibilidades em um mundo adulto. Eu também estava crescendo, deixando a vida da infância, e ver o filme ajudou a lembrar que não precisamos perder a alegria de viver por crescer.

Robin WilliamsUma Babá Quase Perfeita (1993)
Daniel Hillard / Mrs. Doubtfire

Aqui um clássico com o qual muitos podem se identificar. O drama de Daniel em tentar manter-se junto aos filhos, sua luta para fingir ser uma babá, aprender a cozinhar, cuidar de uma casa, ter responsabilidades. É engraçado que após fazer um Peter Pan adulto, ele volte em um papel com síndrome de Peter Pan. Um adulto que não aprendeu a crescer. E aprende durante o filme. Mais do que uma comédia de gags, esse é um filme que traz lições de vida. E Robin Williams dá show como homem ou como babá.

Robin WilliamsGênio Indomável (1997)
Sean Maguire

Ainda que tenha feito comunicação, a psicologia sempre fez parte de minha vida. Até por ter uma mãe psiquiatra e acompanhar seu trabalho e pesquisas. Então, filmes com essa temática sempre me atraíram. Gênio Indomável traz uma questão intensa de um jovem problemático que não consegue se colocar na sociedade, ainda que seja um gênio. O drama do personagem de Matt Damon e a forma como o psiquiatra interpretado por Robin Williams o trata me conquistaram. A cena da catarse, que já analisei aqui, é uma das mais lindas. Mas, o filme traz também essa mensagem de coragem para viver a vida, já vista em Sociedade dos Poetas Mortos.

Robin WilliamsAmor Além da Vida (1998)
Chris Nielsen

Enquanto filme, talvez seja o mais frágil da lista, mas sendo espírita essa é outra obra que me marcou. Irônico que o suicídio esteja representado aqui, e que o personagem de Robin Williams tenha apreendido as consequências do ato ao ter que ir até o inferno resgatar sua esposa. É um filme que fala de muitas camadas da vida, da aceitação, da interpretação da vida após a morte. E claro, do amor eterno. Uma história que envolve e que traz uma fotografia incrível, principalmente na parte do céu de tinta.

Menção Honrosa:
Robin WilliamsAladdin (1992)
Gênio (voz)

A animação Aladdin não é das mais marcantes para mim. Ainda que seja mais um clássico Disney. Mas, deixei como menção honrosa por trazer a voz de Robin Williams como o gênio da lâmpada. E isso traz algumas simbologias tocantes. Até pelo fato de o ator ser um especialista em vozes, basta ver as brincadeiras que fazia em Bom Dia Vietnã, Uma Babá Quase Perfeita, ou até em Sociedade dos Poetas Mortos quando lia para os alunos.

E se não bastasse tudo isso, a homenagem que a Academia fez a ele, utilizando uma imagem do filme e a frase: "Você está livre, gênio", é das mais brilhantes que já vi. Que ele possa, de fato, estar livre e encontre sua paz.


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