Home
Chloe Grace Moretz
critica
drama
Jamie Blackley
Joshua Leonard
Liana Liberato
livro
Mireille Enos
R.J. Cutler
romance
Se Eu Ficar
Se Eu Ficar
O que vale a pena nessa vida? Amor? Carreira? Família? Só funcionaria se fosse tudo isso junto?
As questões da adolescência parecem ganhar ares cada vez mais melancólicos nas literaturas de sucesso da atualidade. Seja de maneira realista com uma doença terminal, como A Culpa é das Estrelas. Ou com doses de fantasia, a exemplo de uma paixão por um vampiro, em Crepúsculo, ou maldições como em Dezesseis Luas.
Se Eu Ficar não é diferente. Baseado no romance de Gayle Forman, a trama traz um casal e dilemas existenciais que questionam mais do que simplesmente o amor entre eles.
Mia Hall é uma garota tímida, mas com um talento incrível para a música. Violoncelista promissora, ela se apaixona pelo jovem guitarrista de uma banda de rock, Adam. Mia vem de uma família de roqueiros, daqueles saídos de um cenário de Woodstock, que mudam de vida para criar melhor os filhos, mas sem perder a alma roqueira. O contraste da filha com aquele mundo e com o mundo de Adam é visível, mas ela começa a transitar entre eles, até que um acidente vai deixá-la em uma posição incômoda de ter que escolher entre morrer e viver.
A trama se constrói então em duas linhas temporais paralelas. Mia como um espírito vagando pelo hospital observando as consequências do acidente com a família e as pessoas que vão visitá-la. E seu passado que volta em lembranças que podem ajudar em sua decisão. Uma premissa interessante, mas que, em sua essência, não traz nada de tão novo ou inovador.
Mia e Adam são um casal bonitinho, com questões típicas da idade, mas não chegam a criar uma empatia tão forte que os tornem únicos em nossos corações. Após encantar o mundo com sua Hit Girl, Chloë Grace Moretz não mais nos deu algo que realmente convença, ainda que estivesse bem em Deixe-me Entrar. É uma atriz competente, mas não vai muito além. Já Jamie Blackley, que faz o Adam, não convence tanto, o que prejudica ainda mais o casal.
Já os pais de Mia, interpretados por Mireille Enos e Joshua Leonard constroem um casal repleto de carisma e peculiaridades. O passado desregrado deles, o contraste com a filha certinha, a vida ainda com ecos dos tempos antigos, tudo contribui para torná-los divertidos e envolventes. A cena em que interferem em uma conversa ao se revelar atrás da cortina, por exemplo, é ótima. É interessante porque eles não são simples estereótipos de roqueiros aposentados, há uma construção particular que os torna únicos. Talvez isso falte em Mia e principalmente em Adam.
De qualquer maneira, o filme vai construindo seu ritmo próprio onde os dois tempos funcionam bem. A forma como Mia vai e retorna ao acidente também é muito bem construída, demonstrando que ela está presa às suas emoções e não exatamente a um espaço físico. Não por acaso todas as vezes que a luz a chama, algo novo surge em sua memória.
Se Eu Ficar é um romance adolescente como muitos que temos visto por aí atualmente. O que nos faz pensar sobre essa nova geração tão pessimista e melancólica em relação à vida e ao amor. Como se fosse preciso morrer um pouco, ou abdicar de muito para viver um relacionamento intenso. De qualquer maneira, consegue funcionar em seu principal intento de emocionar com uma triste e bela história de amor.
Se Eu Ficar (If I Stay, 2014 / EUA)
Direção: R.J. Cutler
Roteiro: Shauna Cross
Com: Chloë Grace Moretz, Mireille Enos, Jamie Blackley, Joshua Leonard, Liana Liberato
Duração: 107 min.
As questões da adolescência parecem ganhar ares cada vez mais melancólicos nas literaturas de sucesso da atualidade. Seja de maneira realista com uma doença terminal, como A Culpa é das Estrelas. Ou com doses de fantasia, a exemplo de uma paixão por um vampiro, em Crepúsculo, ou maldições como em Dezesseis Luas.
Se Eu Ficar não é diferente. Baseado no romance de Gayle Forman, a trama traz um casal e dilemas existenciais que questionam mais do que simplesmente o amor entre eles.
Mia Hall é uma garota tímida, mas com um talento incrível para a música. Violoncelista promissora, ela se apaixona pelo jovem guitarrista de uma banda de rock, Adam. Mia vem de uma família de roqueiros, daqueles saídos de um cenário de Woodstock, que mudam de vida para criar melhor os filhos, mas sem perder a alma roqueira. O contraste da filha com aquele mundo e com o mundo de Adam é visível, mas ela começa a transitar entre eles, até que um acidente vai deixá-la em uma posição incômoda de ter que escolher entre morrer e viver.
A trama se constrói então em duas linhas temporais paralelas. Mia como um espírito vagando pelo hospital observando as consequências do acidente com a família e as pessoas que vão visitá-la. E seu passado que volta em lembranças que podem ajudar em sua decisão. Uma premissa interessante, mas que, em sua essência, não traz nada de tão novo ou inovador.
Mia e Adam são um casal bonitinho, com questões típicas da idade, mas não chegam a criar uma empatia tão forte que os tornem únicos em nossos corações. Após encantar o mundo com sua Hit Girl, Chloë Grace Moretz não mais nos deu algo que realmente convença, ainda que estivesse bem em Deixe-me Entrar. É uma atriz competente, mas não vai muito além. Já Jamie Blackley, que faz o Adam, não convence tanto, o que prejudica ainda mais o casal.
Já os pais de Mia, interpretados por Mireille Enos e Joshua Leonard constroem um casal repleto de carisma e peculiaridades. O passado desregrado deles, o contraste com a filha certinha, a vida ainda com ecos dos tempos antigos, tudo contribui para torná-los divertidos e envolventes. A cena em que interferem em uma conversa ao se revelar atrás da cortina, por exemplo, é ótima. É interessante porque eles não são simples estereótipos de roqueiros aposentados, há uma construção particular que os torna únicos. Talvez isso falte em Mia e principalmente em Adam.
De qualquer maneira, o filme vai construindo seu ritmo próprio onde os dois tempos funcionam bem. A forma como Mia vai e retorna ao acidente também é muito bem construída, demonstrando que ela está presa às suas emoções e não exatamente a um espaço físico. Não por acaso todas as vezes que a luz a chama, algo novo surge em sua memória.
Se Eu Ficar é um romance adolescente como muitos que temos visto por aí atualmente. O que nos faz pensar sobre essa nova geração tão pessimista e melancólica em relação à vida e ao amor. Como se fosse preciso morrer um pouco, ou abdicar de muito para viver um relacionamento intenso. De qualquer maneira, consegue funcionar em seu principal intento de emocionar com uma triste e bela história de amor.
Se Eu Ficar (If I Stay, 2014 / EUA)
Direção: R.J. Cutler
Roteiro: Shauna Cross
Com: Chloë Grace Moretz, Mireille Enos, Jamie Blackley, Joshua Leonard, Liana Liberato
Duração: 107 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Se Eu Ficar
2014-09-03T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
Chloe Grace Moretz|critica|drama|Jamie Blackley|Joshua Leonard|Liana Liberato|livro|Mireille Enos|R.J. Cutler|romance|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
King Richard: Criando Campeãs (2021), dirigido por Reinaldo Marcus Green , é mais do que apenas uma cinebiografia : é um retrato emocionalm...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
Clint Eastwood me conquistou aos poucos. Ele sabe como construir um filme que emociona e, agora, parece ter escolhido Matt Damon como seu ...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
Amor à Queima Roupa (1993), dirigido por Tony Scott e roteirizado por Quentin Tarantino , é um daqueles filmes que, ao longo dos anos, se...
-
O CinePipocaCult adverte: se você sofre de claustrofobia, síndrome do pânico ou problemas cardíacos é melhor evitar esse filme. Brincadeiras...
-
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu du...
-
Olhando para A Múmia (1999), mais de duas décadas após seu lançamento, é fácil perceber como o filme se tornou um marco do final dos anos ...