Home
cinema europeu
fici2014
materias
Roberta Nogueira
Ronaldo Júlio
Dublagem ao vivo: Tom, o Farsante
Dublagem ao vivo: Tom, o Farsante
Uma das sessões que mais gosto de acompanhar no Festival Internacional de Cinema Infantil é a dublagem ao vivo. Este ano, foram sete sessões nesse formato em Salvador, acompanhamos a do filme Tom, o Farsante do francês Manuel Pradal.
O filme é nonsense e com escolhas de mal gosto. A trama gira em torno de um grupo de crianças que se perde na floresta após sua professora desmaiar comendo uma fruta silvestre. Sozinhas, elas encontram um rapaz que vive ali e quer "deseducá-los" antes de levar de volta à cidade, mas acaba prometendo um deles como almoço de um lobo, em troca de ajuda com um carro quebrado. Apesar das crianças terem interpretações boas e algumas cenas interessantes, o fraco roteiro e as escolhas de direção não ajudam.
De qualquer maneira, neste caso em específico, o filme era apenas um detalhe. Tudo ficava mais divertido ao tirarmos o olhar da tela e nos concentrarmos no trabalho feito pelos dubladores presentes, Ronaldo Júlio e Roberta Nogueira. Os dois, ao vivo, vão dando vozes a todos os personagens da obra com uma concentração e habilidade impressionantes.
Em determinado momento da sessão, os personagens estavam procurando um garotinho perdido, chamado Paulinho. De repente, ouvimos do fundo da sala, uma das crianças presentes gritar: Paulinho!. Toda a sala caiu no riso, inclusive os dubladores. Mas, com um incrível poder de concentração, eles conseguiram respirar e continuar a interpretação das vozes.
Neste filme, Ronaldo Júlio foi mais exigido que Roberta Nogueira. Em muitas cenas ele tinha que contracenar consigo mesmo, em diálogos longos entre o personagem Tom e o personagem Lobo. E o mais impressionante é a percepção da diferença do tom de voz e da própria personalidade passada por ela dos dois personagens. É mesmo uma experiência que nos deixa encantados com o trabalho daqueles profissionais.
Como já disse diversas vezes, temos que valorizá-los. É um trabalho árduo e muitas vezes ingrato. Pudemos entrevistar a dubladora Roberta Nogueira no ano passado e ela contou o processo de gravação, onde têm pouco tempo para estudar o texto, ou mesmo o personagem. E ainda assim, a dublagem brasileira é considerada uma das melhores do mundo.
Isso não tem relação, no entanto, com o fato de preferir ver filmes em seu som original. Só reforçando, porque essa discussão já surgiu diversas vezes aqui, também. A dublagem é uma opção, um trabalho importante, principalmente para crianças e deficientes visuais. Mas, com ela, perde-se muito do trabalho de áudio original, vide na sessão em que ouvíamos o som original mais baixo, sem acompanhar os efeitos e trilha como deveria ser. Isso, sem falar na interpretação do ator. A própria Roberta Nogueira, na entrevista, concordou que não podemos deixar de ter a opção legendada.
De qualquer maneira, foi uma sessão divertida e rica por poder mais uma vez acompanhar o trabalho de dois profissionais tão bem preparados. Roberta Nogueira em uma voz bastante conhecida, ainda que não possua um personagem tão marcante. Já dublou filmes como Matrix, Dúvida, Onde os Fracos Não Tem Vez. Séries como Lei & Ordem e Two and a half men. Além de ser a personagem Shifter do desenho Liga da Justiça sem Limites.
Já Ronaldo Júlio é a voz de Daniel Craig, não apenas em 007, como em A Bússola de Ouro, Cowboys & Aliens e Millenium. Fez ainda uma série de filmes e de desenhos. Entre os mais famosos, Ben 10 fazendo vozes de Bala de Canhão e Aquático.
Foi bonito, ainda, ver as crianças saindo da sessão e indo cumprimentar os dubladores por seus trabalhos. São essas coisas que me encantam no FICI e nos fazem continuar apoiado esse Festival tão diferente e necessário por aqui. Vamos torcer para ano que vem ter muito mais.
O filme é nonsense e com escolhas de mal gosto. A trama gira em torno de um grupo de crianças que se perde na floresta após sua professora desmaiar comendo uma fruta silvestre. Sozinhas, elas encontram um rapaz que vive ali e quer "deseducá-los" antes de levar de volta à cidade, mas acaba prometendo um deles como almoço de um lobo, em troca de ajuda com um carro quebrado. Apesar das crianças terem interpretações boas e algumas cenas interessantes, o fraco roteiro e as escolhas de direção não ajudam.
De qualquer maneira, neste caso em específico, o filme era apenas um detalhe. Tudo ficava mais divertido ao tirarmos o olhar da tela e nos concentrarmos no trabalho feito pelos dubladores presentes, Ronaldo Júlio e Roberta Nogueira. Os dois, ao vivo, vão dando vozes a todos os personagens da obra com uma concentração e habilidade impressionantes.
Em determinado momento da sessão, os personagens estavam procurando um garotinho perdido, chamado Paulinho. De repente, ouvimos do fundo da sala, uma das crianças presentes gritar: Paulinho!. Toda a sala caiu no riso, inclusive os dubladores. Mas, com um incrível poder de concentração, eles conseguiram respirar e continuar a interpretação das vozes.
Neste filme, Ronaldo Júlio foi mais exigido que Roberta Nogueira. Em muitas cenas ele tinha que contracenar consigo mesmo, em diálogos longos entre o personagem Tom e o personagem Lobo. E o mais impressionante é a percepção da diferença do tom de voz e da própria personalidade passada por ela dos dois personagens. É mesmo uma experiência que nos deixa encantados com o trabalho daqueles profissionais.
Como já disse diversas vezes, temos que valorizá-los. É um trabalho árduo e muitas vezes ingrato. Pudemos entrevistar a dubladora Roberta Nogueira no ano passado e ela contou o processo de gravação, onde têm pouco tempo para estudar o texto, ou mesmo o personagem. E ainda assim, a dublagem brasileira é considerada uma das melhores do mundo.
Isso não tem relação, no entanto, com o fato de preferir ver filmes em seu som original. Só reforçando, porque essa discussão já surgiu diversas vezes aqui, também. A dublagem é uma opção, um trabalho importante, principalmente para crianças e deficientes visuais. Mas, com ela, perde-se muito do trabalho de áudio original, vide na sessão em que ouvíamos o som original mais baixo, sem acompanhar os efeitos e trilha como deveria ser. Isso, sem falar na interpretação do ator. A própria Roberta Nogueira, na entrevista, concordou que não podemos deixar de ter a opção legendada.
De qualquer maneira, foi uma sessão divertida e rica por poder mais uma vez acompanhar o trabalho de dois profissionais tão bem preparados. Roberta Nogueira em uma voz bastante conhecida, ainda que não possua um personagem tão marcante. Já dublou filmes como Matrix, Dúvida, Onde os Fracos Não Tem Vez. Séries como Lei & Ordem e Two and a half men. Além de ser a personagem Shifter do desenho Liga da Justiça sem Limites.
Já Ronaldo Júlio é a voz de Daniel Craig, não apenas em 007, como em A Bússola de Ouro, Cowboys & Aliens e Millenium. Fez ainda uma série de filmes e de desenhos. Entre os mais famosos, Ben 10 fazendo vozes de Bala de Canhão e Aquático.
Foi bonito, ainda, ver as crianças saindo da sessão e indo cumprimentar os dubladores por seus trabalhos. São essas coisas que me encantam no FICI e nos fazem continuar apoiado esse Festival tão diferente e necessário por aqui. Vamos torcer para ano que vem ter muito mais.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Dublagem ao vivo: Tom, o Farsante
2014-10-20T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
cinema europeu|fici2014|materias|Roberta Nogueira|Ronaldo Júlio|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
King Richard: Criando Campeãs (2021), dirigido por Reinaldo Marcus Green , é mais do que apenas uma cinebiografia : é um retrato emocionalm...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
Clint Eastwood me conquistou aos poucos. Ele sabe como construir um filme que emociona e, agora, parece ter escolhido Matt Damon como seu ...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Olhando para A Múmia (1999), mais de duas décadas após seu lançamento, é fácil perceber como o filme se tornou um marco do final dos anos ...
-
Amor à Queima Roupa (1993), dirigido por Tony Scott e roteirizado por Quentin Tarantino , é um daqueles filmes que, ao longo dos anos, se...
-
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu du...
-
O CinePipocaCult adverte: se você sofre de claustrofobia, síndrome do pânico ou problemas cardíacos é melhor evitar esse filme. Brincadeiras...