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O Inventor de Jogos

O Inventor de JogosNão há como assistir O Inventor de Jogos e não lembrar de Harry Potter. Guardadas as devidas proporções, o garoto fica órfão, vai para uma escola estranha e descobre que é descendente de uma família de inventores de jogos famosos. Além, claro de ter que enfrentar o grande Morodian que quer a todo custo cumprir uma maldição.

Não li o livro de Pablo De Santis, que originou essa história, mas as possíveis inspirações no bruxinho inglês não me incomodam. O problema é a confusa condução do roteiro que não nos dão o tom da trama, criando estranhamentos e mudanças bruscas como se cada episódio da jornada de Ivan fosse uma etapa de um jogo pouco preocupado com a narrativa e focado em passar de fase. Não dá tempo de vivenciar cada questão, sendo utilizado o recurso da explicação verbal a todo momento.

O Inventor de JogosPrimeiro, temos um garoto que gosta de inventar jogos e participa de um concurso. Depois temos um garoto que ficou órfão e foi internado em uma escola estranha, com professores e instrutores que mais parecem zumbis e colegas rivais que o perseguem. Depois temos um garoto em uma cidade que já foi referência de jogos e hoje parece uma cidade-fantasma. Por fim, um garoto em um parque temático sobre sua própria vida, enfrentando um vilão obcecado.

Cada uma dessas etapas é construída de maneira superficial, utilizando muito o recurso da fala para nos explicar literalmente o que acontece. É difícil embarcar na proposta que nos dá convites pouco convincentes de que aquele mundo possa ser real. Falta verossimilhança em quase tudo. A suspensão da realidade podeira ser compreendida, se trabalhasse melhor seus elementos. Do jeito que aparece, fica apenas uma estética excêntrica para chamar a atenção.

O Inventor de JogosO vilão Morodian também é mal construído. Suas ambições e ações são contraditórias. A própria história pregressa que justifica sua existência é frágil e faz pouco sentido. Da mesma forma que sua relação com a escola e o estranho diretor. Parece tudo, de fato, criado pela imaginação de uma criança, com tons exagerados e explicações rasas, sendo apenas por ser. Se tudo fizesse parte da visão e imaginação de Ivan, faria sentido, como temos na trama nacional de Eu e Meu Guarda-Chuva. Mas, pelo menos aqui, não é o que parece.

Da mesma forma que a cidade Zyl não nos parece real. Nem na situação que está atualmente, nem no meu passado glorioso. Fica algo como o mundo de Oz, ou o País das Maravilhas de Alice, em uma suspensão total da realidade que não parece crível da forma como é apresentada.

Apesar disso, percebe-se que aquele universo tem potencial. Melhor trabalhado poderia ser uma aventura fascinante iguais às referências citadas. Do jeito que se apresenta, no entanto, parece uma mistura pouco trabalhada e com excesso de didatismo e explicações verbais que nos cansam e não nos envolvem de fato no drama do protagonista. A sensação é de que vimos um rascunho de uma obra inacabada.


O Inventor de Jogos (The Games Maker, 2014 / EUA)
Direção: Juan Pablo Buscarini
Roteiro: Juan Pablo Buscarini
Com: Joseph Fiennes, Tom Cavanagh, Megan Charpentier
Duração: 111 min.

Comentários (2)

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Fui surpreendida com essa estreia nessa semana. Não tinha ouvido falar desse filme ainda. Para quem andava sumido, até que Jospeh Fiennes anda aparecendo demais. Segundo longa dele lançado nos cinemas brasileiros esse ano...
1 resposta · ativo 547 semanas atrás
E tem mais dois programados para 2015, rs.

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Comments by

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