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Grandes Cenas: Star Wars
Grandes Cenas: Star Wars
Inspirada no teaser trailer de O Despertar da Força, episódio VII da série Star Wars que estreia no final de 2015, resolvi trazer aqui uma das cenas mais marcantes da série. O momento em que Luke descobre a identidade de Darth Vader. Imagino que a essa altura não tenha um ser vivo no planeta que não saiba esse mistério, mas só para não perder o costume, o texto tem spoilers.
Hoje parece mesmo impossível não saber que Vader é, na verdade, Anakin Skywalker, mas na época foi um segredo guardado a sete chaves. Nem mesmo os atores no set de filmagem sabiam a verdade. O ator David Prowse, que dava corpo ao personagem por trás da armadura, disse na hora da filmagem outra frase, dizendo que Obi-Wan tinha matado o pai de Luke. Apenas na pós-produção, o ator James Earl Jones, que fazia a voz de Vader pronunciou a famosa frase: "Eu sou seu pai".
Fico imaginando o impacto da época, após o primeiro filme construir o vilão, e boa parte deste confirmar sua posição, o clímax da trama trazer essa reviravolta é de um impacto imenso. Principalmente para o destino do herói Luke. O trauma de ter seu pai, a imagem de um ídolo reconstruída como um ser que ele abomina e gostaria de destruir. O público que tinha criado a empatia necessária por ele, também sentia o mesmo impacto.
Para as novas gerações, que já começaram pelo Episódio I, isto perde muito da força. Não apenas por saber que Anakin é Vader, mas por criar a empatia com este, tendo acompanhado sua jornada de ascensão e queda desde o princípio, quando era um garoto ingênuo em um planeta distante. Ainda assim, a cena traz emoção, ao conduzir a revelação de uma maneira bastante intensa.
Luke e Vader duelam por um bom tempo, até que Luke se vê encurralado. Vader começa o seu discurso persuasivo dizendo que ele não pode resistir ao destino e deve se unir a ele no lado negro da força. Luke é enquadrado em um quase plongée, com uma câmera bastante alta, mostrando o quanto ele está em posição inferior, enquanto que Vader é mostrado com uma câmera baixa deixando-o ainda mais ameaçador.
Luke consegue revidar e se levanta, mas continua em desvantagem, tanto que a câmera enquadra Vader em primeiro plano e ele ao fundo, dando a ideia de maior e menor pela aproximação. Depois há um curto plano com as posições invertidas, tendo Luke mais próximo, que dá uma falsa sensação para a plateia de que ele pode vencer. É quando vem o golpe de Vader que corta a mão do herói.
Em uma cena à sombra, Luke chora a dor da perda do membro. Logo depois se ajoelha perante Vader, ainda gritando de dor. O vilão se aproxima, novamente em seu discurso persuasivo, e o jogo de câmera se mostra o mesmo, com ele de baixo para cima e Luke de cima para baixo.
Um plano geral mostra a situação exata, com Luke engatinhando em uma instalação que tem um vão abaixo. É interessante observar que esse plano é em plongée, criando essa sensação de pequenez do herói sem saída.
Quando Luke grita pela primeira vez "eu nunca vou me juntar a você", a câmera passa a enquadrar tanto ele quanto Vader na posição reta. Mesmo em desvantagem, o herói reforçou sua posição e isso lhe deu força. Mas, quando Vader pergunta sobre o pai, Luke está descendo um degrau e volta a ficar em uma posição inferior no enquadramento da câmera também, preparando para a revelação que irá fragilizar o herói. A música fica também mais tensa.
Quando Darth Vader profere a fatídica frase "Não, eu sou seu pai", ele está sendo enquadrado de baixo para cima. E a reação de Luke é enquadrada de cima para baixo. A trilha sobe, ainda mais tensa, e ficamos no close do personagem em desespero crescente até o grito "Não....".
Vader continua seu discurso chamando Luke para se juntar a ele, o rapaz ainda desnorteado procura uma saída. Temos a primeira imagem completamente em plongée do que está abaixo do personagem, ou seja, sua outra opção fora dar a mão a Vader. Em close, vemos criando coragem até se jogar no vão. E é interessante que a câmera corte para a "expressão" de Vader observando a cena, ainda de baixo para cima, mas com uma sensação de derrota e desânimo que ele exprime principalmente pela mão que se abaixa e os ombros meio arqueados.
A cena mostra a essência da série. Uma jornada de pai e filho, um duelo dos dois lados da Força, uma briga contra o destino. A revelação causou impacto na época e marcou a virada na jornada de Luke para salvar a galáxia, agora, ele também tinha que resgatar o pai e o que havia de bom nele.
Hoje parece mesmo impossível não saber que Vader é, na verdade, Anakin Skywalker, mas na época foi um segredo guardado a sete chaves. Nem mesmo os atores no set de filmagem sabiam a verdade. O ator David Prowse, que dava corpo ao personagem por trás da armadura, disse na hora da filmagem outra frase, dizendo que Obi-Wan tinha matado o pai de Luke. Apenas na pós-produção, o ator James Earl Jones, que fazia a voz de Vader pronunciou a famosa frase: "Eu sou seu pai".
Fico imaginando o impacto da época, após o primeiro filme construir o vilão, e boa parte deste confirmar sua posição, o clímax da trama trazer essa reviravolta é de um impacto imenso. Principalmente para o destino do herói Luke. O trauma de ter seu pai, a imagem de um ídolo reconstruída como um ser que ele abomina e gostaria de destruir. O público que tinha criado a empatia necessária por ele, também sentia o mesmo impacto.
Para as novas gerações, que já começaram pelo Episódio I, isto perde muito da força. Não apenas por saber que Anakin é Vader, mas por criar a empatia com este, tendo acompanhado sua jornada de ascensão e queda desde o princípio, quando era um garoto ingênuo em um planeta distante. Ainda assim, a cena traz emoção, ao conduzir a revelação de uma maneira bastante intensa.
Luke e Vader duelam por um bom tempo, até que Luke se vê encurralado. Vader começa o seu discurso persuasivo dizendo que ele não pode resistir ao destino e deve se unir a ele no lado negro da força. Luke é enquadrado em um quase plongée, com uma câmera bastante alta, mostrando o quanto ele está em posição inferior, enquanto que Vader é mostrado com uma câmera baixa deixando-o ainda mais ameaçador.
Luke consegue revidar e se levanta, mas continua em desvantagem, tanto que a câmera enquadra Vader em primeiro plano e ele ao fundo, dando a ideia de maior e menor pela aproximação. Depois há um curto plano com as posições invertidas, tendo Luke mais próximo, que dá uma falsa sensação para a plateia de que ele pode vencer. É quando vem o golpe de Vader que corta a mão do herói.
Em uma cena à sombra, Luke chora a dor da perda do membro. Logo depois se ajoelha perante Vader, ainda gritando de dor. O vilão se aproxima, novamente em seu discurso persuasivo, e o jogo de câmera se mostra o mesmo, com ele de baixo para cima e Luke de cima para baixo.
Um plano geral mostra a situação exata, com Luke engatinhando em uma instalação que tem um vão abaixo. É interessante observar que esse plano é em plongée, criando essa sensação de pequenez do herói sem saída.
Quando Luke grita pela primeira vez "eu nunca vou me juntar a você", a câmera passa a enquadrar tanto ele quanto Vader na posição reta. Mesmo em desvantagem, o herói reforçou sua posição e isso lhe deu força. Mas, quando Vader pergunta sobre o pai, Luke está descendo um degrau e volta a ficar em uma posição inferior no enquadramento da câmera também, preparando para a revelação que irá fragilizar o herói. A música fica também mais tensa.
Quando Darth Vader profere a fatídica frase "Não, eu sou seu pai", ele está sendo enquadrado de baixo para cima. E a reação de Luke é enquadrada de cima para baixo. A trilha sobe, ainda mais tensa, e ficamos no close do personagem em desespero crescente até o grito "Não....".
Vader continua seu discurso chamando Luke para se juntar a ele, o rapaz ainda desnorteado procura uma saída. Temos a primeira imagem completamente em plongée do que está abaixo do personagem, ou seja, sua outra opção fora dar a mão a Vader. Em close, vemos criando coragem até se jogar no vão. E é interessante que a câmera corte para a "expressão" de Vader observando a cena, ainda de baixo para cima, mas com uma sensação de derrota e desânimo que ele exprime principalmente pela mão que se abaixa e os ombros meio arqueados.
A cena mostra a essência da série. Uma jornada de pai e filho, um duelo dos dois lados da Força, uma briga contra o destino. A revelação causou impacto na época e marcou a virada na jornada de Luke para salvar a galáxia, agora, ele também tinha que resgatar o pai e o que havia de bom nele.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Grandes Cenas: Star Wars
2014-12-02T09:07:00-03:00
Amanda Aouad
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