10 - Olho Nu
O que impressiona no documentário sobre Ney Matogrosso é a forma como Joel Pizzini segue o fluxo do artista, experimentando junto com ele e nos fazendo embarcar não apenas em sua história, mas em sua forma de pensar e encarar o mundo. Poderia apenas ter um roteiro um pouco mais delineado e ser um pouco mais curto.
Sem muito estardalhaço, o filme nos mostra um retrato intenso da natureza humana, suas feridas e suas esperanças. O filme tem seu espírito contemplativo, sem se tornar cansativa ou monótona, por focar nos dramas psicológicos de seus personagens e, com isso, nos manter atentos, envolvidos.
8 - Sem Pena
Poderia ser um documentário tradicional, ainda que impactante. Mas, a escolha de Eugênio Puppo de colocar imagens, aparentemente aleatórias, sobrepondo as falas trouxe outra luz à obra. A começar pela não observação direta dos depoentes. Ao ouvirmos apenas suas vozes, não os julgamos por aparência ou postura. O discurso ganha força, dando força também ao tema e ao documentário em si.
7 - Eles Voltam
O impacto da sequência inicial na estrada nos ganha. É incrível o que Marcelo Lordello consegue nesse pequeno trecho. Outro grande trunfo da obra são os diálogos durante toda a projeção. Extremamente bem cuidados, realistas, nada ali parece deslocado ou didático. O único problema do filme é mesmo o caminhar para o seu desfecho, onde a trama vai perdendo força e, na parte final, tudo parece excesso. Ainda assim, uma bela obra.
O filme encantou a todos por tratar tabus de maneira simples, sincera e envolvente. Apesar do protagonista ser cego e homossexual, o filme não foca nisso, mas em um adolescente, como outro qualquer, descobrindo o amor e as mudanças naturais da idade. É um filme que encanta em diversos sentidos.
Sou fã confessa de Jorge Furtado por ter sido um dos primeiros a buscar esse cinema de qualidade que consegue dialogar com todos, mesclando filmes de arte com filmes comerciais. O Mercado de Notícias vai por outro caminho, o da experimentação, mas para nos trazer um documentário mais do que necessário discutindo a comunicação nos dias de hoje.
Ele já apareceu na seleção de melhores animações do ano, mas trago de volta aqui, porque foi mesmo uma das melhores obras que o cinema brasileiro fez em 2014. Daqueles filmes que merecem ficar na história.
Uma grata surpresa. Os livros de Lourenço Mutarelli sempre nos dão belos filmes, e Marco Dutra conseguiu um resultado que impressiona. Um filme de gênero, mas com força e marcas próprias que nos deixa grudados na tela. Merece o pódio nacional desse ano.
2 - Entre Nós
Mais do que um filme sobre jovens amigos e o tempo. É um retrato de sensações, pensamentos, dúvidas, escolhas, construídos de uma maneira incrivelmente bem feita. Um drama humano que consegue arrancar o melhor dos atores em cenas extremamente sensíveis. Um belo representante brasileiro na cinematografia de 2014.
No topo da lista vem esta bela obra de Fernando Coimbra que tinha tudo para ser um sucesso do ano, mas foi mal distribuído e divulgado. Um thriller intenso, com uma direção bem cuidada e uma história impactante. Um belo exemplo de como adaptar uma história real para a ficção.