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Golpe Duplo
Golpe Duplo
Inofensivo. Essa poderia ser uma boa definição para o filme estrelado por Will Smith. Uma diversão sem maiores pretensões, algumas incongruências sem maiores consequências e facilmente esquecível.
Will Smith é Nicky, um vigarista profissional que coordena uma equipe de pequenos e grandes golpes. Em uma noite, ele conhece Jess, interpretada por Margot Robbie, que tentava lhe dar um golpe e resolve treiná-la para um dos seus planos. Após a missão, no entanto, ele a dispensa e só vai revê-la anos depois, quando ela é a namorada de um empresário do automobilismo que o contrata para um golpe perfeito. Mas, aí, muita coisa já está em jogo.
Assinado pelos próprios diretores que já trabalharam juntos em filmes como O Golpista do Ano e Como Cães e Gatos, o roteiro tem uma estrutura superficial que parece rebuscada. Mas, mesmo as viradas no roteiro são tolas e muitas vezes previsíveis. A dinâmica da direção é que faz parecer algo mais rebuscado, como na cena em que o grupo anda pelas ruas, ajudando e dando pequenos golpes nos transeuntes. Ou na estranha disputa no estádio de futebol.
Na verdade, até esse momento, pouco tem-se de história na estrutura clássica de "tudo estava bem até que" e o desenvolvimento desse "que" até a resolução. Isso, necessariamente não é algo ruim. Mas, da forma como é construída a apresentação dos personagens e seu universo, fica uma frenética sucessão de acontecimentos vazios e repetitivos, além de episódicos que acabam não valorizando a experiência. E por mais que fiquemos quase uma hora nesse processo, ainda assim, conhecemos pouco dos personagens e suas motivações.
Quando o filme desembarca na Argentina é que parece acontecer a verdadeira "trama"do filme. O roteiro continua jogando com o espectador tornando-o cúmplice de alguns passos, mas escondendo outros na expectativa de surpreendê-lo. Mas, a direção parece se tornar aqui, menos frenética, dando essa sensação de que antes era um grande resumo e preparação para essa fase da narrativa. É aqui que Nicky precisa enfrentar novos adversários e cúmplices, como o personagem do brasileiro Rodrigo Santoro, o empresário Garriga.
Não apenas por ser brasileiro, mas ele merece um parágrafo a parte. É impressionante como o ator não consegue deslanchar em Hollywood. Seu papel aqui possui falas e uma importância relativa na trama, mas a atuação é frágil, pouco aproveitando o talento que já demonstrou em tantos filmes brasileiros. Em muitos momentos, está um vilão caricato, em outras apenas posando com sua beleza. Fora um sotaque extremamente problemático e quase recitando o texto.
Já Will Smith e Margot Robbie até tentam construir uma química boa, mas também estão subaproveitados, principalmente, por causa da construção frágil dos dois enquanto casal. A brincadeira de estarem sempre utilizando suas habilidades de golpistas acaba não ajudando na construção dos reais sentimentos de cada, em um eterno jogo que cansa. Ainda que o olhar sentido de Will Smith em muitos momentos entregue sua preocupação, não faz sentido, inclusive quando a dispensa após o estádio. Tudo fica muito frágil. A intenção dos diretores / roteiristas de querer que o espectador fique o tempo todo inseguro em relação ao que sabe é louvável, mas isso acaba fazendo com que ele não crie empatia pelos personagens, nem se envolva completamente na trama.
De qualquer maneira, Golpe Duplo é, como já foi dito, um filme inofensivo. Ou seja, não é ruim, não tem nada extremamente mal feito ou que subestime nossa inteligência. Mas, também não tem nada demais a ponto de se tornar presente em nossa mente por muito mais tempo do que os 105 minutos de projeção. Um filme de momento. Nada mais.
Golpe Duplo (Focus, 2015 / EUA)
Direção: Glenn Ficarra, John Requa
Roteiro: Glenn Ficarra, John Requa
Com: Will Smith, Margot Robbie, Rodrigo Santoro
Duração: 105 min.
Will Smith é Nicky, um vigarista profissional que coordena uma equipe de pequenos e grandes golpes. Em uma noite, ele conhece Jess, interpretada por Margot Robbie, que tentava lhe dar um golpe e resolve treiná-la para um dos seus planos. Após a missão, no entanto, ele a dispensa e só vai revê-la anos depois, quando ela é a namorada de um empresário do automobilismo que o contrata para um golpe perfeito. Mas, aí, muita coisa já está em jogo.
Assinado pelos próprios diretores que já trabalharam juntos em filmes como O Golpista do Ano e Como Cães e Gatos, o roteiro tem uma estrutura superficial que parece rebuscada. Mas, mesmo as viradas no roteiro são tolas e muitas vezes previsíveis. A dinâmica da direção é que faz parecer algo mais rebuscado, como na cena em que o grupo anda pelas ruas, ajudando e dando pequenos golpes nos transeuntes. Ou na estranha disputa no estádio de futebol.
Na verdade, até esse momento, pouco tem-se de história na estrutura clássica de "tudo estava bem até que" e o desenvolvimento desse "que" até a resolução. Isso, necessariamente não é algo ruim. Mas, da forma como é construída a apresentação dos personagens e seu universo, fica uma frenética sucessão de acontecimentos vazios e repetitivos, além de episódicos que acabam não valorizando a experiência. E por mais que fiquemos quase uma hora nesse processo, ainda assim, conhecemos pouco dos personagens e suas motivações.
Quando o filme desembarca na Argentina é que parece acontecer a verdadeira "trama"do filme. O roteiro continua jogando com o espectador tornando-o cúmplice de alguns passos, mas escondendo outros na expectativa de surpreendê-lo. Mas, a direção parece se tornar aqui, menos frenética, dando essa sensação de que antes era um grande resumo e preparação para essa fase da narrativa. É aqui que Nicky precisa enfrentar novos adversários e cúmplices, como o personagem do brasileiro Rodrigo Santoro, o empresário Garriga.
Não apenas por ser brasileiro, mas ele merece um parágrafo a parte. É impressionante como o ator não consegue deslanchar em Hollywood. Seu papel aqui possui falas e uma importância relativa na trama, mas a atuação é frágil, pouco aproveitando o talento que já demonstrou em tantos filmes brasileiros. Em muitos momentos, está um vilão caricato, em outras apenas posando com sua beleza. Fora um sotaque extremamente problemático e quase recitando o texto.
Já Will Smith e Margot Robbie até tentam construir uma química boa, mas também estão subaproveitados, principalmente, por causa da construção frágil dos dois enquanto casal. A brincadeira de estarem sempre utilizando suas habilidades de golpistas acaba não ajudando na construção dos reais sentimentos de cada, em um eterno jogo que cansa. Ainda que o olhar sentido de Will Smith em muitos momentos entregue sua preocupação, não faz sentido, inclusive quando a dispensa após o estádio. Tudo fica muito frágil. A intenção dos diretores / roteiristas de querer que o espectador fique o tempo todo inseguro em relação ao que sabe é louvável, mas isso acaba fazendo com que ele não crie empatia pelos personagens, nem se envolva completamente na trama.
De qualquer maneira, Golpe Duplo é, como já foi dito, um filme inofensivo. Ou seja, não é ruim, não tem nada extremamente mal feito ou que subestime nossa inteligência. Mas, também não tem nada demais a ponto de se tornar presente em nossa mente por muito mais tempo do que os 105 minutos de projeção. Um filme de momento. Nada mais.
Golpe Duplo (Focus, 2015 / EUA)
Direção: Glenn Ficarra, John Requa
Roteiro: Glenn Ficarra, John Requa
Com: Will Smith, Margot Robbie, Rodrigo Santoro
Duração: 105 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Golpe Duplo
2015-03-21T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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