
Will Smith é Nicky, um vigarista profissional que coordena uma equipe de pequenos e grandes golpes. Em uma noite, ele conhece Jess, interpretada por Margot Robbie, que tentava lhe dar um golpe e resolve treiná-la para um dos seus planos. Após a missão, no entanto, ele a dispensa e só vai revê-la anos depois, quando ela é a namorada de um empresário do automobilismo que o contrata para um golpe perfeito. Mas, aí, muita coisa já está em jogo.

Na verdade, até esse momento, pouco tem-se de história na estrutura clássica de "tudo estava bem até que" e o desenvolvimento desse "que" até a resolução. Isso, necessariamente não é algo ruim. Mas, da forma como é construída a apresentação dos personagens e seu universo, fica uma frenética sucessão de acontecimentos vazios e repetitivos, além de episódicos que acabam não valorizando a experiência. E por mais que fiquemos quase uma hora nesse processo, ainda assim, conhecemos pouco dos personagens e suas motivações.

Não apenas por ser brasileiro, mas ele merece um parágrafo a parte. É impressionante como o ator não consegue deslanchar em Hollywood. Seu papel aqui possui falas e uma importância relativa na trama, mas a atuação é frágil, pouco aproveitando o talento que já demonstrou em tantos filmes brasileiros. Em muitos momentos, está um vilão caricato, em outras apenas posando com sua beleza. Fora um sotaque extremamente problemático e quase recitando o texto.

De qualquer maneira, Golpe Duplo é, como já foi dito, um filme inofensivo. Ou seja, não é ruim, não tem nada extremamente mal feito ou que subestime nossa inteligência. Mas, também não tem nada demais a ponto de se tornar presente em nossa mente por muito mais tempo do que os 105 minutos de projeção. Um filme de momento. Nada mais.
Golpe Duplo (Focus, 2015 / EUA)
Direção: Glenn Ficarra, John Requa
Roteiro: Glenn Ficarra, John Requa
Com: Will Smith, Margot Robbie, Rodrigo Santoro
Duração: 105 min.