
Tudo começa com a equipe liderada por Frank e Zoe pesquisando uma fórmula que possa mexer no sistema nervoso a que eles dão o nome de soro de Lázaro. A ideia era ajudar pacientes em coma, mas logo eles estão fazendo experiências em animais mortos. E quando Zoe sofre um acidente no laboratório, eles acabam aplicando o soro nela. Mas, ao trazê-la de volta à vida, as coisas não acontecem conforme o esperado.
Em todos os níveis, o filme é tolo. Não há uma palavra melhor para defini-lo. Os atores até tentam nos fazer comprar a ideia e nos fazer entrar no jogo, mas algo parece não se encaixar. Essa ideia de cientistas brincando de Deus já é batida, mas a forma como o filme lida com o tema banaliza qualquer discussão sobre vida após a morte, céu, inferno, bem ou mal. Principalmente ao analisar a personagem Zoe.

Essa dualidade da personagem poderia desenvolver-se em um roteiro com um drama psicológico fantástico, mas, infelizmente, Luke Dawson e Jeremy Slater escolhem o caminho mais fácil, raso, sem aprofundamento de nada. Nem de crenças, nem de traumas, culpas, ou mesmo limiar entre bem e mal. Na verdade, mesmo a questão ética do que estão fazendo é apenas pincelada em cena, nos dando temas vazios.

O ritmo do filme também não é intenso. A montagem parece burocrática, sem grande criatividade, se preocupando apenas com o andar da narrativa. Há uma economia de efeitos especiais também, com cenas como a do armário. Isso sem falar que tudo se resume a praticamente um cenário, o laboratório.
Renascida do Inferno é daqueles filmes de terror que nada acrescentam ao gênero. Um passatempo pouco envolvente, sem maiores desenvolvimentos ou preocupações. Há questões com potencial, como o próprio argumento ou o background da personagem Zoe. Mas, tudo fica frágil e pouco desenvolvido, não nos dando muito espaço para surpresas agradáveis.
Renascida do Inferno (The Lazarus Effect, 2015 / EUA)
Direção: David Gelb
Roteiro: Luke Dawson, Jeremy Slater
Com: Olivia Wilde, Mark Duplass, Evan Peters
Duração: 83 min.