
Abel Morales é um imigrante em Nova York que trabalha no ramo dos combustíveis. Mas, ao contrário da maioria dos seus concorrentes ele tenta se manter íntegro e honesto, prosperando por seus próprios méritos. Mas, o ano de 1981 trouxe o inverno mais violento da história da cidade e ele dificilmente irá conseguir escapar da corrupção, decadência e brutalidade que dominam a região.

Acompanhamos a jornada de Abel e sua esposa Anna na tentativa de manter a situação sob controle enquanto tenta fechar um importante negócio, a compra de um terminal de uma família de judeus tradicionais. E o mais interessante é que o roteiro escrito pelo próprio diretor brinca com nossas crenças e expectativas nos deixando sempre na dúvida sobre a honestidade de Abel e a possibilidade de revidar a tudo aquilo. Como se não pudéssemos acreditar em pessoas honestas e soluções pacíficas.


Em outro momento, uma perseguição a um caminhão é construída toda no não visto. Poeira, um túnel, os poucos rastros, vão nos deixando tensos e atentos à tela. É como se J.C. Chandor simplesmente não quisesse nos dar o controle da situação. Estamos a mercê dele e sua forma de conduzir a história. Em um mundo onde a maioria dos filmes é tão previsível, chega a ser uma benção.
Esses três momentos são apenas para exemplificar o quanto O Ano Mais Violento é uma experiência fílmica que vai nos conduzindo em sua técnica de uma maneira muito própria já vislumbrada em Até o Fim, mas que aqui parece mais madura, até mesmo pela ampliação do universo proposto e personagens.
O Ano Mais Violento (A Most Violent Year, 2014/ EUA)
Direção: J.C. Chandor
Roteiro: J.C. Chandor
Com: Oscar Isaac, Jessica Chastain, David Oyelowo
Duração: 125 min.