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Tomorrowland: Um lugar onde nada é impossível
Tomorrowland: Um lugar onde nada é impossível
Tomorrowland é o sonho de Walt Disney. Não por acaso, a primeira porta para ele encontra-se na atração Small World do Magic Kingdom, principal parque do complexo Disney World. A música-tema do brinquedo já dizia na versão em português: "há um mundo bem melhor, todo feito pra você, é um mundo pequenino que o Walt Disney fez". E que os católicos trocaram para "o Cristo fez". Na versão original, a letra é outra, mas a mensagem permanece, o sonho de um mundo melhor. E de maneira bem simples e até ingênua, é disso que se trata o filme.
A sinopse original transgride um pouco o que de fato é a trama dessa obra. O que temos em sua fábula é que existe um mundo chamado Tomorrowland que fica em uma dimensão paralela à nossa e onde o futuro dos sonhos de qualquer ficção científica é realidade. Temos Frank Walker, um jovem garoto prodígio que se torna um homem descrente. A jovem e determinada Casey Newton, que ama a ciência e acredita que é possível construir um pensamento positivo sobre o futuro. E há alguns mistérios e complicações, claro. Sem conflito, fica difícil termos uma história a se contar.
Talvez a sua sensação após a sessão é de que o filme busque uma mensagem ingênua demais diante da complexidade do mundo. Mas, Gonzaguinha já dizia que para definir a vida ele ficava com a pureza da resposta das crianças. E essa é a filosofia Disney, mesmo que não seja praticada em sua essência boa parte do tempo. Desejar um mundo melhor e cultivar pensamentos positivos para que eles retornem para você. São nos pequenos gestos que corrigimos a humanidade, não há fórmula milagrosa.
A sequência de Casey na escola com todos os professores traçando o cenário apocalíptico que vivemos é resumida na pergunta dela: "Ok, está uma merda, como faz para consertar?" Não adianta ficar a lamentar os problemas e reclamar das atitudes alheias se não conseguimos transformar nossa própria existência e nossos próprios pensamentos. Não por acaso, o filme ironiza a onda de histórias apocalípticas que fazem sucesso hoje. Cultivar o fim do mundo ser tornou cool, falar de coisas boas é piegas e não dá "ibope".
De maneira simples, divertida e infantil, o que não quer dizer necessariamente ruim, Tomorrowland constrói uma história para falar disso. O roteiro não-linear brinca com os perfis contrários dos dois protagonistas que estão narrando suas histórias, não sabemos exatamente a quem ainda. Ele, com uma visão pessimista, ela, com uma visão otimista. E aos poucos, vamos entendendo como eles chegaram até ali.
Até por essa informação, fica excessivo mostrar em detalhes a dificuldade dos dois se aproximarem, não gera tanta expectativa, pois já os vimos juntos. Assim como a inserção de alguns vilões se torna quase descartável pela facilidade com que são ultrapassados. Mas, gera peripécias para trazer um pouco mais de ação à obra. Mas, de maneira geral, o roteiro cumpre o seu papel, construindo uma curva dramática que vai nos envolvendo principalmente pela curiosidade daquele mundo fantástico.
A direção de arte também é extremamente cuidadosa, desde a reconstrução da década de cinquenta, passando por nossa época, e claro, o visual futurista de Tomorrowland. A direção de Brad Bird não chega a ser extremamente criativa, mas é condizente com a obra, que conta com muitos efeitos especiais e cenários virtuais. A imersão que temos ao ver Casey mexendo em um artefato específico, por exemplo, é muito boa. E é desnecessário salientar que tudo em Tomorrowland lembra muito os parques da Disney, principalmente o Epcot Center.
No final, é isso que fica para nós. Um filme com uma mensagem positiva que visa as crianças em idade ou aquelas que se encontram dentro de nós, ávidas por acreditar nesse mundo de fantasia onde tudo é possível. Inclusive construir um mundo melhor na realidade em que vivemos.
Tomorrowland: Um lugar onde nada é impossível (Tomorrowland, 2015 / EUA)
Direção: Brad Bird
Roteiro: Brad Bird, Damon Lindelof
Com: George Clooney, Britt Robertson, Hugh Laurie, Raffey Cassidy
Duração: 130 min.
A sinopse original transgride um pouco o que de fato é a trama dessa obra. O que temos em sua fábula é que existe um mundo chamado Tomorrowland que fica em uma dimensão paralela à nossa e onde o futuro dos sonhos de qualquer ficção científica é realidade. Temos Frank Walker, um jovem garoto prodígio que se torna um homem descrente. A jovem e determinada Casey Newton, que ama a ciência e acredita que é possível construir um pensamento positivo sobre o futuro. E há alguns mistérios e complicações, claro. Sem conflito, fica difícil termos uma história a se contar.
Talvez a sua sensação após a sessão é de que o filme busque uma mensagem ingênua demais diante da complexidade do mundo. Mas, Gonzaguinha já dizia que para definir a vida ele ficava com a pureza da resposta das crianças. E essa é a filosofia Disney, mesmo que não seja praticada em sua essência boa parte do tempo. Desejar um mundo melhor e cultivar pensamentos positivos para que eles retornem para você. São nos pequenos gestos que corrigimos a humanidade, não há fórmula milagrosa.
A sequência de Casey na escola com todos os professores traçando o cenário apocalíptico que vivemos é resumida na pergunta dela: "Ok, está uma merda, como faz para consertar?" Não adianta ficar a lamentar os problemas e reclamar das atitudes alheias se não conseguimos transformar nossa própria existência e nossos próprios pensamentos. Não por acaso, o filme ironiza a onda de histórias apocalípticas que fazem sucesso hoje. Cultivar o fim do mundo ser tornou cool, falar de coisas boas é piegas e não dá "ibope".
De maneira simples, divertida e infantil, o que não quer dizer necessariamente ruim, Tomorrowland constrói uma história para falar disso. O roteiro não-linear brinca com os perfis contrários dos dois protagonistas que estão narrando suas histórias, não sabemos exatamente a quem ainda. Ele, com uma visão pessimista, ela, com uma visão otimista. E aos poucos, vamos entendendo como eles chegaram até ali.
Até por essa informação, fica excessivo mostrar em detalhes a dificuldade dos dois se aproximarem, não gera tanta expectativa, pois já os vimos juntos. Assim como a inserção de alguns vilões se torna quase descartável pela facilidade com que são ultrapassados. Mas, gera peripécias para trazer um pouco mais de ação à obra. Mas, de maneira geral, o roteiro cumpre o seu papel, construindo uma curva dramática que vai nos envolvendo principalmente pela curiosidade daquele mundo fantástico.
A direção de arte também é extremamente cuidadosa, desde a reconstrução da década de cinquenta, passando por nossa época, e claro, o visual futurista de Tomorrowland. A direção de Brad Bird não chega a ser extremamente criativa, mas é condizente com a obra, que conta com muitos efeitos especiais e cenários virtuais. A imersão que temos ao ver Casey mexendo em um artefato específico, por exemplo, é muito boa. E é desnecessário salientar que tudo em Tomorrowland lembra muito os parques da Disney, principalmente o Epcot Center.
No final, é isso que fica para nós. Um filme com uma mensagem positiva que visa as crianças em idade ou aquelas que se encontram dentro de nós, ávidas por acreditar nesse mundo de fantasia onde tudo é possível. Inclusive construir um mundo melhor na realidade em que vivemos.
Tomorrowland: Um lugar onde nada é impossível (Tomorrowland, 2015 / EUA)
Direção: Brad Bird
Roteiro: Brad Bird, Damon Lindelof
Com: George Clooney, Britt Robertson, Hugh Laurie, Raffey Cassidy
Duração: 130 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Tomorrowland: Um lugar onde nada é impossível
2015-06-03T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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