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Drácula de Bram Stoker
Drácula de Bram Stoker
Baseado no icônico livro de Bram Stoker, finalmente, o Conde Drácula chegou aos cinemas em sua melhor forma pelas mãos de Francis Ford Coppola em 1992. E como não poderia deixar de ser, traz com ele homenagens ao expressionismo alemão e ao romantismo.
Apesar do terror, apesar do horror, apesar das sombras, Drácula é uma história de amor. O amor romântico e trágico cultuado pelo movimento artístico do final do século VIII. Um Conde, temente a Deus, vai à batalha contra os Cárpatos durante as Cruzadas e ao retornar encontra sua amada esposa morta. Ela se suicidara achando que ele havia sucumbindo no campo de batalha e, por isso, nem uma benção o padre quer lhe dar. Revoltado, o Conde rompe com Deus e bebe o sangue da cruz se auto-declarando acima dele. Séculos depois, já como um ser das trevas ele encontra a reencarnação de sua amada na jovem Mina.
A mulher ideal, a vida amaldiçoada, o flerte com o sombrio. Muitas são as referências do romantismo. Coppola traz também para o seu filme os elementos do Expressionismo alemão, não apenas porque este movimento traz muito do jogo de sombras, figuras disformes e clima sombrio, mas, também, porque um dos principais ícones deste movimento foi Nosferatu, um filme também baseado no livro de Bram Stoker, com nomes alterados por causa dos direitos autorais.
O Conde Drácula vivido por Gary Oldman, no entanto, vai além do Nosferatu de Friedrich Wilhelm Murnau. É capaz de ser uma figura asquerosa, mas também um charmoso ser tal qual a imagem que foi se configurando do vampiro na cultura moderna. Um ser ligado ao libido e extremamente atraente, envolvendo suas vítimas através de seu poder de atração e não pelo medo.
Com a grande maioria de suas cenas à noite, a fotografia do filme é extremamente escura, com muitas cenas construídas na penumbra ou à luz de velas. E, com isso, o contraste é bastante acentuado e há muito jogo com as sombras, nos remetendo diretamente ao expressionismo, como na cena em que a sombra de Drácula tenta apertar o pescoço de Jonathan Harker, personagem de Keanu Reeves.
O clima também é construído entre o horror e o sedutor de uma maneira extremamente equilibrada. Há cenas sexys e assustadoras ao mesmo tempo como quando vemos Lucy, a amiga de Mina, sendo possuída pelo estranho ser no jardim. Ou a cena em que Jonathan é atacado pelas "noivas" de Drácula. Uma delas, por curiosidade é Monica Bellucci em um dos seus primeiros trabalhos no cinema.
Mas, apesar do medo, do sensual e de todos os efeitos do filme, na realidade, tudo se trata de uma bela e trágica história de amor entre Drácula e sua amada Elisabeta, agora no corpo da jovem Mina. Um amor que nem toda a maldição e o tempo conseguiu diminuir. Tanto Gary Oldman quanto Winona Ryder conseguem nos passar a verdade e intensidade desse amor, nos fazendo sofrer junto a eles com uma força impressionante. Tudo isso, embalado pelos acordes de Wojciech Kilar em uma marcante trilha sonora que impacta ainda mais na sala de cinema.
Mesmo com alguns efeitos datados, Drácula de Bram Stoker continua funcionando perfeitamente nos dias de hoje. Daqueles filmes que entraram para a história do cinema de maneira definitiva.
Drácula de Bram Stoker (Drácula, 1992 / EUA)
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: James V. Hart
Com: Gary Oldman, Winona Ryder, Anthony Hopkins, Keanu Reeves, Sadie Frost, Tom Waits
Duração: 128 min.
Apesar do terror, apesar do horror, apesar das sombras, Drácula é uma história de amor. O amor romântico e trágico cultuado pelo movimento artístico do final do século VIII. Um Conde, temente a Deus, vai à batalha contra os Cárpatos durante as Cruzadas e ao retornar encontra sua amada esposa morta. Ela se suicidara achando que ele havia sucumbindo no campo de batalha e, por isso, nem uma benção o padre quer lhe dar. Revoltado, o Conde rompe com Deus e bebe o sangue da cruz se auto-declarando acima dele. Séculos depois, já como um ser das trevas ele encontra a reencarnação de sua amada na jovem Mina.
A mulher ideal, a vida amaldiçoada, o flerte com o sombrio. Muitas são as referências do romantismo. Coppola traz também para o seu filme os elementos do Expressionismo alemão, não apenas porque este movimento traz muito do jogo de sombras, figuras disformes e clima sombrio, mas, também, porque um dos principais ícones deste movimento foi Nosferatu, um filme também baseado no livro de Bram Stoker, com nomes alterados por causa dos direitos autorais.
O Conde Drácula vivido por Gary Oldman, no entanto, vai além do Nosferatu de Friedrich Wilhelm Murnau. É capaz de ser uma figura asquerosa, mas também um charmoso ser tal qual a imagem que foi se configurando do vampiro na cultura moderna. Um ser ligado ao libido e extremamente atraente, envolvendo suas vítimas através de seu poder de atração e não pelo medo.
Com a grande maioria de suas cenas à noite, a fotografia do filme é extremamente escura, com muitas cenas construídas na penumbra ou à luz de velas. E, com isso, o contraste é bastante acentuado e há muito jogo com as sombras, nos remetendo diretamente ao expressionismo, como na cena em que a sombra de Drácula tenta apertar o pescoço de Jonathan Harker, personagem de Keanu Reeves.
O clima também é construído entre o horror e o sedutor de uma maneira extremamente equilibrada. Há cenas sexys e assustadoras ao mesmo tempo como quando vemos Lucy, a amiga de Mina, sendo possuída pelo estranho ser no jardim. Ou a cena em que Jonathan é atacado pelas "noivas" de Drácula. Uma delas, por curiosidade é Monica Bellucci em um dos seus primeiros trabalhos no cinema.
Mas, apesar do medo, do sensual e de todos os efeitos do filme, na realidade, tudo se trata de uma bela e trágica história de amor entre Drácula e sua amada Elisabeta, agora no corpo da jovem Mina. Um amor que nem toda a maldição e o tempo conseguiu diminuir. Tanto Gary Oldman quanto Winona Ryder conseguem nos passar a verdade e intensidade desse amor, nos fazendo sofrer junto a eles com uma força impressionante. Tudo isso, embalado pelos acordes de Wojciech Kilar em uma marcante trilha sonora que impacta ainda mais na sala de cinema.
Mesmo com alguns efeitos datados, Drácula de Bram Stoker continua funcionando perfeitamente nos dias de hoje. Daqueles filmes que entraram para a história do cinema de maneira definitiva.
Drácula de Bram Stoker (Drácula, 1992 / EUA)
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: James V. Hart
Com: Gary Oldman, Winona Ryder, Anthony Hopkins, Keanu Reeves, Sadie Frost, Tom Waits
Duração: 128 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Drácula de Bram Stoker
2015-10-19T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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