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Ex-Machina: Instinto Artificial
Ex-Machina: Instinto Artificial
Primeiro filme dirigido por Alex Garland, Ex-Machina estreou no Brasil diretamente em home vídeo, o que é uma pena, assim como Lunar, acaba se tornando outra boa ficção científica quase desconhecida. E que peca, talvez, apenas em seu desfecho.
Caleb é um jovem programador que é escolhido para passar um fim de semana na mansão do seu chefe, o recluso e excêntrico milionário Nathan Bateman. Lá, ele descobre que a visita é um teste, onde ele precisa responder se Nathan conseguiu criar uma inteligência artificial genuína. A robô Ava, no entanto, é também uma jovem sedutora e cheia de artimanhas que poderá conduzir Caleb em caminhos perigosos.
É curioso como Alex Garland vai nos conduzindo nessa ficção científica através do suspense psicológico. A figura exótica de Nathan e sua casa cheia de senhas, a sua auxiliar muda Kyoko, a proposta do teste de Turing, tudo soa estranho, perigoso. Como se a todo momento Caleb pudesse ser pego em uma armadilha. Assim como começamos a desconfiar de tudo ali, de todos, das regras e até mesmo do que seja humano ou robô.
Ao mesmo tempo, há um quê cartesiano no roteiro com as sessões com Ava sendo demarcadas com legendas e uma curva visível no envolvimento dos dois. A situação fica ainda mais clara com as constantes quedas de energia que deixam Caleb inseguro, principalmente quando descobre a causa delas.
E nessa curva crescente da trama, vamos também criando uma imagem ainda mais assustadora de Nathan à medida em que ele vai revelando suas facetas, como "matar" os instaladores do sistema de alarmes da casa, a relação com Kyoko ou a conversa sobre a sexualidade de Ava. E claro, que nem tudo nos é passado no verbal, vide essa cena da sexualidade onde quem está em primeiro plano é Kyoko, nos dando muito mais informações visuais que as palavras de Nathan.
Da mesma maneira que a cena da dança nos revela muito daqueles seres. Seja Caleb que observa sem coragem de se expor. Nathan que utiliza como válvula de escape, uma forma de extravasar aquela vida estranha que escolheu para si mesmo. Ou Kyoko que se movimenta de maneira mecânica, um ser treinado, como se algum dispositivo fosse ativado sem pensamento ou sentido diante de sua personalidade.
Pena que diante de todo o complexo mundo e personagens criados, Alex Garland nos traga uma resolução com diversas brechas, clichês e estereótipos que poderiam ser melhor trabalhados. Da maneira que tudo se revela e resolve não fica tão convincente, ou melhor, tão envolvente e satisfatório. Soa incômodo, o que não deixa de ser um ponto positivo, é verdade, mas diante do que foi construído até então, também beira ao tolo.
De qualquer maneira, Ex-Machina: Instinto Artificial é um filme com diversas camadas que nos fazem pensar durante e depois da projeção. Uma repaginada na velha questão da inteligência artificial, busca por se igualar a Deus e os limites da própria inteligência humana.
Ex-Machina: Instinto Artificial (Ex-Machina, 2015 / Reino Unido)
Direção: Alex Garland
Roteiro: Alex Garland
Com: Alicia Vikander, Domhnall Gleeson, Oscar Isaac
Duração: 108 min.
Caleb é um jovem programador que é escolhido para passar um fim de semana na mansão do seu chefe, o recluso e excêntrico milionário Nathan Bateman. Lá, ele descobre que a visita é um teste, onde ele precisa responder se Nathan conseguiu criar uma inteligência artificial genuína. A robô Ava, no entanto, é também uma jovem sedutora e cheia de artimanhas que poderá conduzir Caleb em caminhos perigosos.
É curioso como Alex Garland vai nos conduzindo nessa ficção científica através do suspense psicológico. A figura exótica de Nathan e sua casa cheia de senhas, a sua auxiliar muda Kyoko, a proposta do teste de Turing, tudo soa estranho, perigoso. Como se a todo momento Caleb pudesse ser pego em uma armadilha. Assim como começamos a desconfiar de tudo ali, de todos, das regras e até mesmo do que seja humano ou robô.
Ao mesmo tempo, há um quê cartesiano no roteiro com as sessões com Ava sendo demarcadas com legendas e uma curva visível no envolvimento dos dois. A situação fica ainda mais clara com as constantes quedas de energia que deixam Caleb inseguro, principalmente quando descobre a causa delas.
E nessa curva crescente da trama, vamos também criando uma imagem ainda mais assustadora de Nathan à medida em que ele vai revelando suas facetas, como "matar" os instaladores do sistema de alarmes da casa, a relação com Kyoko ou a conversa sobre a sexualidade de Ava. E claro, que nem tudo nos é passado no verbal, vide essa cena da sexualidade onde quem está em primeiro plano é Kyoko, nos dando muito mais informações visuais que as palavras de Nathan.
Da mesma maneira que a cena da dança nos revela muito daqueles seres. Seja Caleb que observa sem coragem de se expor. Nathan que utiliza como válvula de escape, uma forma de extravasar aquela vida estranha que escolheu para si mesmo. Ou Kyoko que se movimenta de maneira mecânica, um ser treinado, como se algum dispositivo fosse ativado sem pensamento ou sentido diante de sua personalidade.
Pena que diante de todo o complexo mundo e personagens criados, Alex Garland nos traga uma resolução com diversas brechas, clichês e estereótipos que poderiam ser melhor trabalhados. Da maneira que tudo se revela e resolve não fica tão convincente, ou melhor, tão envolvente e satisfatório. Soa incômodo, o que não deixa de ser um ponto positivo, é verdade, mas diante do que foi construído até então, também beira ao tolo.
De qualquer maneira, Ex-Machina: Instinto Artificial é um filme com diversas camadas que nos fazem pensar durante e depois da projeção. Uma repaginada na velha questão da inteligência artificial, busca por se igualar a Deus e os limites da própria inteligência humana.
Ex-Machina: Instinto Artificial (Ex-Machina, 2015 / Reino Unido)
Direção: Alex Garland
Roteiro: Alex Garland
Com: Alicia Vikander, Domhnall Gleeson, Oscar Isaac
Duração: 108 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Ex-Machina: Instinto Artificial
2015-10-12T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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