
A trama é bastante simples, Josh, um garotinho de treze anos se sente inferior em sua ida ao parque de diversões porque não pode entrar em um brinquedo e ainda passa vergonha na frente da garota da escola que ele gosta. Ele quer crescer logo, não quer passar por aquela fase chata de início da adolescência. Ele, então, faz um pedido a uma máquina de desejos chamada Zoltar e, de repente, acorda adulto.

Claro que há aí uma grande licença poética no roteiro, afinal, Josh consegue o emprego de uma maneira bastante nonsense. Em um mundo real seria difícil ele ser contratado com dados errados em sua ficha de inscrição. Ser promovido a vice-presidente de produção é mais plausível apesar de tudo, afinal, o dono gostou dele e ele pode fazer o que quiser com sua empresa. Tem em sua trajetória inclusive uma questão instigante, que é o fato de dar voz a uma criança, sem saber que ela o é, traz o ensinamento para não menosprezarmos os pequenos, mas também o perigo de parecer que é fácil.


O filme traz ainda alguns detalhes visuais muito interessantes e um humor irônico divertido. Temos, por exemplo, o adesivo "I love New York" no espelho do quarto do sinistro hotel em que Josh fica e a câmera ainda dá destaque nele quando ouve-se um tiro. Tem ainda os dois empresários discutindo que ninguém ouviu falar de Josh enquanto toma um leite com a foto do garoto como desaparecido. São detalhes assim que vão enriquecendo a trama, além de inúmeras outras nos diálogos que acabam virando duplo sentido como "eu fico em cima". Isso sem falar da clássica cena do piano que já analisamos aqui e merece todos os destaques.
Quero Ser Grande é mesmo um clássico moderno. Um filme divertido, bem construído, coerente em sua premissa e com ótimas atuações. Daqueles que vale sempre relembrar.
Quero Ser Grande (Big, 1988 / EUA)
Direção: Penny Marshall
Roteiro: Gary Ross, Anne Spielberg
Com: Tom Hanks, Elizabeth Perkins, Robert Loggia
Duração: 104 min.