Home
classicos
comedia
critica
Elizabeth Perkins
Penny Marshall
Robert Loggia
Tom Hanks
Quero Ser Grande
Quero Ser Grande
Clássico da "Sessão da Tarde", é a primeira coisa que vem a mente para definir Quero Ser Grande, mas o filme de Penny Marshall é mais do que isso, revê-lo depois de tanto tempo demonstra como ele envelheceu bem e ainda funciona.
A trama é bastante simples, Josh, um garotinho de treze anos se sente inferior em sua ida ao parque de diversões porque não pode entrar em um brinquedo e ainda passa vergonha na frente da garota da escola que ele gosta. Ele quer crescer logo, não quer passar por aquela fase chata de início da adolescência. Ele, então, faz um pedido a uma máquina de desejos chamada Zoltar e, de repente, acorda adulto.
O filme é, então, uma jornada de amadurecimento, mas é também um retorno a inocência da infância, afinal, Josh consegue encantar todos à sua volta, principalmente o dono da empresa, MacMillan e a empresária Susan. Ele desperta a criança interior deles, demonstrando que a vida pode ser mais simples e divertida. Assim como demonstra que, para pensar brinquedos, é preciso pensar como criança.
Claro que há aí uma grande licença poética no roteiro, afinal, Josh consegue o emprego de uma maneira bastante nonsense. Em um mundo real seria difícil ele ser contratado com dados errados em sua ficha de inscrição. Ser promovido a vice-presidente de produção é mais plausível apesar de tudo, afinal, o dono gostou dele e ele pode fazer o que quiser com sua empresa. Tem em sua trajetória inclusive uma questão instigante, que é o fato de dar voz a uma criança, sem saber que ela o é, traz o ensinamento para não menosprezarmos os pequenos, mas também o perigo de parecer que é fácil.
Esse ponto acaba sendo corrigido com a própria trajetória de Josh e seu aprendizado do que é o mundo adulto. É interessante ver que ele vai amadurecendo, mas também sente falta da vida de criança. Cada detalhe é bem construído, sua postura deslumbrada que vai se tornando stress e preocupação. Suas roupas inusitadas que vão se tornando sóbrias com terno marrom ou preto. Seus interesses, trocando inclusive a companhia do amigo por Susan.
E em tudo isso, é preciso destacar o ótimo trabalho de Tom Hanks que não era ainda o reconhecido ator de três Oscars, mas já demonstrava aqui um grande talento. Interpretar uma criança de treze anos não é fácil. E interpretá-la nessa profusão de emoções é incrível. Nos pequenos gestos, podemos reconhecer seu trabalho e ele acaba ficando parecido com o jovem ator na época David Moscow.
O filme traz ainda alguns detalhes visuais muito interessantes e um humor irônico divertido. Temos, por exemplo, o adesivo "I love New York" no espelho do quarto do sinistro hotel em que Josh fica e a câmera ainda dá destaque nele quando ouve-se um tiro. Tem ainda os dois empresários discutindo que ninguém ouviu falar de Josh enquanto toma um leite com a foto do garoto como desaparecido. São detalhes assim que vão enriquecendo a trama, além de inúmeras outras nos diálogos que acabam virando duplo sentido como "eu fico em cima". Isso sem falar da clássica cena do piano que já analisamos aqui e merece todos os destaques.
Quero Ser Grande é mesmo um clássico moderno. Um filme divertido, bem construído, coerente em sua premissa e com ótimas atuações. Daqueles que vale sempre relembrar.
Quero Ser Grande (Big, 1988 / EUA)
Direção: Penny Marshall
Roteiro: Gary Ross, Anne Spielberg
Com: Tom Hanks, Elizabeth Perkins, Robert Loggia
Duração: 104 min.
A trama é bastante simples, Josh, um garotinho de treze anos se sente inferior em sua ida ao parque de diversões porque não pode entrar em um brinquedo e ainda passa vergonha na frente da garota da escola que ele gosta. Ele quer crescer logo, não quer passar por aquela fase chata de início da adolescência. Ele, então, faz um pedido a uma máquina de desejos chamada Zoltar e, de repente, acorda adulto.
O filme é, então, uma jornada de amadurecimento, mas é também um retorno a inocência da infância, afinal, Josh consegue encantar todos à sua volta, principalmente o dono da empresa, MacMillan e a empresária Susan. Ele desperta a criança interior deles, demonstrando que a vida pode ser mais simples e divertida. Assim como demonstra que, para pensar brinquedos, é preciso pensar como criança.
Claro que há aí uma grande licença poética no roteiro, afinal, Josh consegue o emprego de uma maneira bastante nonsense. Em um mundo real seria difícil ele ser contratado com dados errados em sua ficha de inscrição. Ser promovido a vice-presidente de produção é mais plausível apesar de tudo, afinal, o dono gostou dele e ele pode fazer o que quiser com sua empresa. Tem em sua trajetória inclusive uma questão instigante, que é o fato de dar voz a uma criança, sem saber que ela o é, traz o ensinamento para não menosprezarmos os pequenos, mas também o perigo de parecer que é fácil.
Esse ponto acaba sendo corrigido com a própria trajetória de Josh e seu aprendizado do que é o mundo adulto. É interessante ver que ele vai amadurecendo, mas também sente falta da vida de criança. Cada detalhe é bem construído, sua postura deslumbrada que vai se tornando stress e preocupação. Suas roupas inusitadas que vão se tornando sóbrias com terno marrom ou preto. Seus interesses, trocando inclusive a companhia do amigo por Susan.
E em tudo isso, é preciso destacar o ótimo trabalho de Tom Hanks que não era ainda o reconhecido ator de três Oscars, mas já demonstrava aqui um grande talento. Interpretar uma criança de treze anos não é fácil. E interpretá-la nessa profusão de emoções é incrível. Nos pequenos gestos, podemos reconhecer seu trabalho e ele acaba ficando parecido com o jovem ator na época David Moscow.
O filme traz ainda alguns detalhes visuais muito interessantes e um humor irônico divertido. Temos, por exemplo, o adesivo "I love New York" no espelho do quarto do sinistro hotel em que Josh fica e a câmera ainda dá destaque nele quando ouve-se um tiro. Tem ainda os dois empresários discutindo que ninguém ouviu falar de Josh enquanto toma um leite com a foto do garoto como desaparecido. São detalhes assim que vão enriquecendo a trama, além de inúmeras outras nos diálogos que acabam virando duplo sentido como "eu fico em cima". Isso sem falar da clássica cena do piano que já analisamos aqui e merece todos os destaques.
Quero Ser Grande é mesmo um clássico moderno. Um filme divertido, bem construído, coerente em sua premissa e com ótimas atuações. Daqueles que vale sempre relembrar.
Quero Ser Grande (Big, 1988 / EUA)
Direção: Penny Marshall
Roteiro: Gary Ross, Anne Spielberg
Com: Tom Hanks, Elizabeth Perkins, Robert Loggia
Duração: 104 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Quero Ser Grande
2015-12-20T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
classicos|comedia|critica|Elizabeth Perkins|Penny Marshall|Robert Loggia|Tom Hanks|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
King Richard: Criando Campeãs (2021), dirigido por Reinaldo Marcus Green , é mais do que apenas uma cinebiografia : é um retrato emocionalm...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
Clint Eastwood me conquistou aos poucos. Ele sabe como construir um filme que emociona e, agora, parece ter escolhido Matt Damon como seu ...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Amor à Queima Roupa (1993), dirigido por Tony Scott e roteirizado por Quentin Tarantino , é um daqueles filmes que, ao longo dos anos, se...
-
O CinePipocaCult adverte: se você sofre de claustrofobia, síndrome do pânico ou problemas cardíacos é melhor evitar esse filme. Brincadeiras...
-
Olhando para A Múmia (1999), mais de duas décadas após seu lançamento, é fácil perceber como o filme se tornou um marco do final dos anos ...
-
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu du...