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Star Wars: Episódio II - Ataque dos Clones
Star Wars: Episódio II - Ataque dos Clones
Dando continuidade ao nosso review especial da Saga Star Wars, passamos agora ao Episódio Dois, talvez o mais problemático da série, mas que também traz momentos especiais para os fãs. O filme é cansativo, está longe da magia da trilogia clássica, mas também é aqui que vemos que Mestre Yoda não é apenas um velhinho sábio que fala ao contrário, aqui ouvimos pela primeira vez a Marcha Imperial na trilogia nova e vamos compreendendo um pouco mais da Velha República e o porquê de tudo ter terminado em um Império Ditatorial.
Há uma boa distância entre os acontecimentos do primeiro para o segundo filme, tanto que o jovem Anakin Skywalker já é homem feito. A República está ameaçada pela Federação e alguns planetas separatistas e os Jedi não são suficientes para manter a paz, sendo necessário a criação de um exército da República. Padmé Amidala, agora senadora, é a chave principal para as negociações pacíficas e por isso sua vida está em risco, sendo destacado Anakin para protegê-la, enquanto Obi-Wan tenta descobrir quem está por trás dos atentados contra ela.
A premissa que move o filme já é confusa. A República está ameaçada e querem matar Padmé, como se isso resolvesse tudo. Fica confusa também a posição dos Jedi que querem ou não querem o tal exército para proteger a República. E a gente vê tanta criança sendo treinada por Yoda é estranho aceitar que não haja tanto Jedi espalhados por aí. Mais confuso ainda é entender que os clones estavam sendo criados em segredo e, de repente, eles aparecem em um enorme exército, sem que ninguém questione. Mas, obscuro é o lado sombrio, diz o Mestre, e, na verdade, toda a trama faz sentido nos bastidores.
A essa altura não parece haver dúvidas de que o Senador Palpatine é o Mestre Sith. E a grande questão do roteiro do filme é que ele tenta esconder isso a todo custo, para nos apresentar a explicação como uma revelação surpresa em uma conversa final. Não faz muito sentido, como também não faz sentido esconder que o Conde Dooku (traduzido para Dookan por pudores linguísticos) já mudou de lado faz tempo e mestre Windu ainda insiste que "ele foi um Jedi, não está na índole dele matar". Ora vejam, se ele foi e não é mais um Jedi por vontade própria algo tem aí, né?
Enfim, de qualquer maneira, revendo o filme é possível observar com mais atenção todos os indícios que estão lá e acabam sendo interessantes. Desde o atentado a Padmé e a sugestão de que Anakin e Obi-Wan sejam escalados para protegê-la. Assim como a sua retirada do senado para que Jar Jar Binks, sim ele continua aqui, dê poderes absolutos para o Senador Palpatine. Outra questão que não faz sentido, já que o atrapalhado Gungan fala meia dúzia de palavras tolas e o senado inteiro vibra apoiando. Ou seja, poderia ser qualquer um, Amidala nem precisava estar com a vida em perigo.
E olha que Jar Jar nesse filme nem chega a ser um grande problema. São poucas as suas cenas, e menos ainda suas falas. É mais um peão cumprindo o destino que nos levará ao Império. Como alívio cômico, temos de volta aqui a dupla R2D2 e C3PO em cenas divertidas, como a luta na arena com a cabeça trocada. Mas, não podemos deixar de destacar que ainda que faça parceria com seu amigo atrapalhado, o pequeno dróide azul e cinza continua salvando o dia em diversas cenas como quando impede de Padmé receba um jato de lava quente em cima dela.
Dividindo a narrativa entre a missão de Obi-Wan, a movimentação no Senado e os acontecimentos com Padmé e Anakin, o filme fica muito cansativo e arrastado, principalmente quando estamos com o casal em seu dilema de amor. Um Jedi não pode constituir família, nem cultivar a posse e o apego. Mas, os dois se amam. E nisso, ficamos com diversas cenas de discussão ou de passeios pelos campos floridos de Naboo. Essa parte da trama só melhora, quando eles resolvem ir a Tatooine.
Apesar de todos os problemas de roteiro e alguns problemas técnicos também, o Episódio II tem momentos importantes para qualquer fã da Saga, principalmente na parte final. Vemos pela primeira vez um grupo de Jedi lutando. Assim, como vemos o surgimento de Boba Fett. E, mais importante, vemos Mestre Yoda demonstrando o porquê de ser o Mestre Jedi mais reverenciado e respeitado por todos. É interessante como a cena dele com Conde Dooku é bem construída, criando a expectativa e revelando a surpresa aos poucos. A melhor cena do filme.
Tal qual O Império Contra-Ataca, Ataque dos Clones acaba de maneira melancólica e com diversos paralelos forçados, até a mão de Anakin e de Luke decepadas. Mas, estão igualmente distantes em qualidade. O filme é confuso e maçante, ainda que mais útil para a história que A Ameaça Fantasma que de pouca informação essencial traz para o desenrolar da Saga. Não por acaso, muitos defendem que o filme pode ser completamente ignorado sem problemas para a compreensão do restante da história.
E mais do que tudo, é um filme sem alma. Sem a alma de Star Wars e toda a magia da Força. Os Jedi estão perdidos, enrolados em um nevoeiro do lado sombrio, Anakin, o herói que deveríamos acompanhar e torcer, se demonstra um garoto rebelde e metido que vai aos poucos sucumbindo para o lado sombrio, defendendo inclusive verbalmente a ditadura. Sinto falta da voz de Qui-Gon Jinn orientando ele nos momentos chaves como Obi-Wan fazia com Luke. Mas, os Jedi ainda não tinham dominado essa técnica, é o que vão tentar nos explicar depois. Lamentável isso é. Como boa parte desse filme. Passemos a página.
Star Wars: Episódio II - Ataque dos Clones (Star Wars: Episode II - Attack of the Clones, 2002 / EUA)
Direção: George Lucas
Roteiro: George Lucas, Jonathan Hales
Com: Hayden Christensen, Natalie Portman, Ewan McGregor, Christopher Lee, Samuel L. Jackson, Pernilla August, Temuera Morrison, Jimmy Smits
Duração: 142 min.
Há uma boa distância entre os acontecimentos do primeiro para o segundo filme, tanto que o jovem Anakin Skywalker já é homem feito. A República está ameaçada pela Federação e alguns planetas separatistas e os Jedi não são suficientes para manter a paz, sendo necessário a criação de um exército da República. Padmé Amidala, agora senadora, é a chave principal para as negociações pacíficas e por isso sua vida está em risco, sendo destacado Anakin para protegê-la, enquanto Obi-Wan tenta descobrir quem está por trás dos atentados contra ela.
A premissa que move o filme já é confusa. A República está ameaçada e querem matar Padmé, como se isso resolvesse tudo. Fica confusa também a posição dos Jedi que querem ou não querem o tal exército para proteger a República. E a gente vê tanta criança sendo treinada por Yoda é estranho aceitar que não haja tanto Jedi espalhados por aí. Mais confuso ainda é entender que os clones estavam sendo criados em segredo e, de repente, eles aparecem em um enorme exército, sem que ninguém questione. Mas, obscuro é o lado sombrio, diz o Mestre, e, na verdade, toda a trama faz sentido nos bastidores.
A essa altura não parece haver dúvidas de que o Senador Palpatine é o Mestre Sith. E a grande questão do roteiro do filme é que ele tenta esconder isso a todo custo, para nos apresentar a explicação como uma revelação surpresa em uma conversa final. Não faz muito sentido, como também não faz sentido esconder que o Conde Dooku (traduzido para Dookan por pudores linguísticos) já mudou de lado faz tempo e mestre Windu ainda insiste que "ele foi um Jedi, não está na índole dele matar". Ora vejam, se ele foi e não é mais um Jedi por vontade própria algo tem aí, né?
Enfim, de qualquer maneira, revendo o filme é possível observar com mais atenção todos os indícios que estão lá e acabam sendo interessantes. Desde o atentado a Padmé e a sugestão de que Anakin e Obi-Wan sejam escalados para protegê-la. Assim como a sua retirada do senado para que Jar Jar Binks, sim ele continua aqui, dê poderes absolutos para o Senador Palpatine. Outra questão que não faz sentido, já que o atrapalhado Gungan fala meia dúzia de palavras tolas e o senado inteiro vibra apoiando. Ou seja, poderia ser qualquer um, Amidala nem precisava estar com a vida em perigo.
E olha que Jar Jar nesse filme nem chega a ser um grande problema. São poucas as suas cenas, e menos ainda suas falas. É mais um peão cumprindo o destino que nos levará ao Império. Como alívio cômico, temos de volta aqui a dupla R2D2 e C3PO em cenas divertidas, como a luta na arena com a cabeça trocada. Mas, não podemos deixar de destacar que ainda que faça parceria com seu amigo atrapalhado, o pequeno dróide azul e cinza continua salvando o dia em diversas cenas como quando impede de Padmé receba um jato de lava quente em cima dela.
Dividindo a narrativa entre a missão de Obi-Wan, a movimentação no Senado e os acontecimentos com Padmé e Anakin, o filme fica muito cansativo e arrastado, principalmente quando estamos com o casal em seu dilema de amor. Um Jedi não pode constituir família, nem cultivar a posse e o apego. Mas, os dois se amam. E nisso, ficamos com diversas cenas de discussão ou de passeios pelos campos floridos de Naboo. Essa parte da trama só melhora, quando eles resolvem ir a Tatooine.
Apesar de todos os problemas de roteiro e alguns problemas técnicos também, o Episódio II tem momentos importantes para qualquer fã da Saga, principalmente na parte final. Vemos pela primeira vez um grupo de Jedi lutando. Assim, como vemos o surgimento de Boba Fett. E, mais importante, vemos Mestre Yoda demonstrando o porquê de ser o Mestre Jedi mais reverenciado e respeitado por todos. É interessante como a cena dele com Conde Dooku é bem construída, criando a expectativa e revelando a surpresa aos poucos. A melhor cena do filme.
Tal qual O Império Contra-Ataca, Ataque dos Clones acaba de maneira melancólica e com diversos paralelos forçados, até a mão de Anakin e de Luke decepadas. Mas, estão igualmente distantes em qualidade. O filme é confuso e maçante, ainda que mais útil para a história que A Ameaça Fantasma que de pouca informação essencial traz para o desenrolar da Saga. Não por acaso, muitos defendem que o filme pode ser completamente ignorado sem problemas para a compreensão do restante da história.
E mais do que tudo, é um filme sem alma. Sem a alma de Star Wars e toda a magia da Força. Os Jedi estão perdidos, enrolados em um nevoeiro do lado sombrio, Anakin, o herói que deveríamos acompanhar e torcer, se demonstra um garoto rebelde e metido que vai aos poucos sucumbindo para o lado sombrio, defendendo inclusive verbalmente a ditadura. Sinto falta da voz de Qui-Gon Jinn orientando ele nos momentos chaves como Obi-Wan fazia com Luke. Mas, os Jedi ainda não tinham dominado essa técnica, é o que vão tentar nos explicar depois. Lamentável isso é. Como boa parte desse filme. Passemos a página.
Star Wars: Episódio II - Ataque dos Clones (Star Wars: Episode II - Attack of the Clones, 2002 / EUA)
Direção: George Lucas
Roteiro: George Lucas, Jonathan Hales
Com: Hayden Christensen, Natalie Portman, Ewan McGregor, Christopher Lee, Samuel L. Jackson, Pernilla August, Temuera Morrison, Jimmy Smits
Duração: 142 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Star Wars: Episódio II - Ataque dos Clones
2015-12-05T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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