E após um longo flashback, nosso review especial da Saga Star Wars retorna para finalizar essa primeira etapa com o sexto filme na cronologia, terceiro lançado, O Retorno de Jedi. Sim, com esse pequeno deslize da tradução brasileira que transformou o"of the" em "de" em vez de "do", um filme não tão redondo quanto os demais da trilogia clássica, mas ainda sim, um ótimo filme. É também o filme mais alterado durante o processo de remasterização dos longas, o que acaba sendo um reforço para a indicação de assistir na ordem Ernst Rister, afinal, sem ver os três primeiros episódios algumas coisas ficam estranhas, principalmente nas cenas finais. Uma das mudanças, inclusive, é bastante criticada pelos fãs por ser sem muito sentido.
Mas, vamos ao filme em si. O Retorno de Jedi foi o primeiro filme que assisti na Saga, quando ainda era criança, logo, há uma certa memória afetiva das diversas vezes que revi a obra na velha VHS. Analisando com os olhos críticos, no entanto, é possível perceber ser uma obra bem amarrada, ainda que careça de algum equilíbrio nas cenas de batalha, além de outros detalhes que todo filme de encerramento padece. Afinal, estamos aqui encerrando uma batalha épica que durou muitos anos. O filme começa no mesmo ritmo dos demais, já com ação. Vemos o Império e a construção da nova Estrela da Morte e depois somos jogados em Tatooine para o resgate de Han Solo. Tudo vai sendo orquestrado de uma maneira interessante, não nos é permitido saber todo o plano de Luke Skywalker ainda que algumas pistas sejam dadas. Isso cria uma expectativa e ritmo a sequência, com lutas, tensão e também humor, sempre com a dupla de dróides.
Após esse primeiro ato, algumas revelações ainda são reservadas para esse filme. Menos impactantes, é verdade, mas alguns puristas podem até se revoltar com alguma insinuação de incesto que possa ter acontecido nos filmes anteriores. Na verdade, revendo tudo hoje, é possível perceber que nunca houve de fato uma tensão sexual entre Leia e Luke, ainda que o rapaz tenha um encantamento natural pela bela princesa. O triângulo vai se desenrolando de uma maneira muito natural até chegar nesse ponto. O que acaba sendo positivo. A partir daí, o filme se divide em duas grandes jornadas: a destruição da Estrela da Morte e o resgate, ou não, de Darth Vader. Luke acredita que haja bondade em seu pai e. em vez de derrotá-lo, quer resgatá-lo do lado sombrio. Sua trajetória de enfrentamento dele e do Imperador é tensa e envolvente do início ao fim.
Já o plano de destruição da Estrela da Morte se divide entre a batalha no espaço, que é tensa e bem desenvolvida. E a batalha na Lua de Endor, que é cansativa e muitas vezes risível. Nada contra os fofos Ewoks, de verdade. Até porque, como disse, vi quando criança o filme e sei do efeito que eles causam nos pequenos. Mas, a batalha é cansativa e sem sentido em muitos momentos. Por exemplo, como pode um stormtrooper cair e, quem sabe, morrer, com uma pedrada de uma criaturinha daquelas? Lembrem que eles usam armadura e capacete. As flechas atingirem seu peito também não faz muito sentido com a armadura. Além disso, há muito vai e vem repetitivo em toda a batalha.De qualquer maneira, a transição das três ações e a curva ascendente para o clímax triplo é muito bem orquestrada. O filme se resolve bem e nos dá uma boa resolução não apenas para aquela batalha, mas para a saga como um todo. Emocionante e envolvente, contando ainda com o carisma dos protagonistas, para quem torcemos e com quem vibramos juntos, ao contrário da trilogia nova.
Agora é aguardar o que J.J. Abrams e a Disney nos reservam nos próximos filmes, torcendo para ampliar a mitologia e não nos decepcionar como os três filmes dos anos 2000.
Star Wars - O Retorno de Jedi (Star Wars: Episode VI - Return of the Jedi, 1983 / EUA)
Direção: Richard Marquand
Roteiro: Lawrence Kasdan, George Lucas
Com: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Billy Dee Williams, Alec Guinness, Ian McDiarmid
Duração: 134 min.
