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Animações brasileiras que você precisa conhecer
Animações brasileiras que você precisa conhecer
O Menino e O Mundo, filme de Alê Abreu está no Oscar e, com a força da premiação, muitos brasileiros ficaram surpresos querendo entender como ele foi parar ali. Para começar, não foi de paraquedas. A animação brasileira vem chamando a atenção do mercado internacional há muito tempo. Tanto que venceu a principal premiação da categoria em 2014, o Festival Annecy.
O Oscar sempre esteve atento a esta premiação e a animações fora do padrão comercial, tanto que a categoria já nos trouxe belas pérolas quase desconhecidas como O Segredo de Kells, A Canção do Oceano, Ernest & Celestine, Chico & Rita, O Mágico, Persepolis, entre outros. Desde que apareceu na primeira pré-lista dos indicados da categoria, as chances se tornaram boas. Não entendo, então, porque tanta gente afirma que foi a grande surpresa da lista.
De qualquer maneira, a indicação que, claro, não deve passar disso diante de um concorrente tão forte quanto Divertida Mente, chama a atenção, não apenas para o filme, como para a animação brasileira em si. Uma categoria que vem crescendo muito, não apenas no cinema, como na televisão brasileira, vide séries como Peixonauta, Meu AmigãoZão e a própria turma da Mônica que diversificou muito sua grande, com séries longas e curtas como a Monica Toy que faz enorme sucesso no Youtube.
Pensando nisso, segue uma lista de alguns filmes que acredito que todos devam conhecer.
O Menino e o Mundo (2014 / Alê Abreu)
Começamos com o óbvio menino. Quem ainda não viu, precisa correr para conferir essa bela animação. É um filme extremamente maduro que dialoga com as linguagens experimentais, mas não perde o público de vista, nos dando uma narrativa sólida de amadurecimento. É lindo acompanhar a jornada desse menino dentro de fora da tela.
As Aventuras do Avião Vermelho (2012 / Frederico Pinto, José Maia)
Outra animação recente que merece destaque. Baseado no livro de Erico Veríssimo, As Aventuras do Avião Vermelho é divertida e emocionante ao mesmo tempo. A trama de Fernandinho e a valorização da criatividade infantil é muito bem construída aqui e a animação também não fica atrás com uma técnica que mistura 3D com 2D.
Até que a Sbórnia nos Separe (2013 / Otto Guerra, Ennio Torresan)
Baseada na peça Tangos e Tragédias, essa é uma animação que foca mais no público adulto que infantil ainda que tenha um texto de fácil acesso e até mesmo situações ingenuas para atingir os pequenos. É uma sátira inteligente a nossa sociedade, com muita ironia e criatividade nos diálogos e representações das situações.
Uma História de Amor e Fúria (2013 / Luiz Bolognesi)
Apesar de não ser das minhas preferidas, essa animação foi a primeira brasileira a ganhar o prêmio máximo do Annecy. Uma animação com altos e baixos que reconta a história do Brasil de uma maneira crítica. É também voltada para diversos públicos, tendo no adulto um foco claro, diante das camadas críticas e mensagens que pontua.
Minhocas, o Filme (2013 / Paolo Conti, Arthur Nunes)
Um filme que caiu no esquecimento, sendo bastante subestimado. Minhocas, o filme é infantil, traz muitos clichês e até uma certa ingenuidade, mas é uma obra bem feita, tanto na técnica de stop motion, quanto no roteiro. Merecia ser lembrada e conhecida por todos.
O Grilo Feliz (2001 / Walbercy Ribas)
Walbercy Ribas foi corajoso quando lançou o seu Grilo em 2001, época em que as animações brasileiras não tinham muito espaço, ainda mais com um personagem desconhecido da criançada. Mas, o sucesso foi grande, tanto que gerou uma continuação em 2010 não tão criativa: O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes.
Boi Aruá (1984 / Chico Liberato)
Vem da Bahia essa bela obra que traz para a tela a inspiração da literatura de cordel e o imaginário sertanejo. Boi Aruá marcou pela criatividade e maneira como mistura a cultura local em uma trama universal e capaz de captar a todos. Há metáforas e muita poesia na jornada do vdo fazendeiro Tiburcio e sua peleja com o Boi Aruá.
A Princesa e o Robô (1983 / Mauricio de Sousa)
Mauricio de Sousa já lançou diversos filmes da Turma da Mônica, a grande maioria traz uma copilação de curtas como os CineGibis. Mas, até hoje nada foi melhor que essa segunda animação lançada pelos estúdios. A Princesa e o Robô é uma aventura divertida, criativa e com canções que até hoje ecoam em meus ouvidos.
O Início:
E já que estamos resgatando as animações brasileiras, apenas como registro, as primeiras que foram criadas por aqui, hoje, infelizmente raras, sem restauração, ficamos apenas com os fragmentos encontrados na rede. Mas, até pelas datas, já dá para perceber que animação no Brasil não é coisa de agora e merece mais atenção e respeito.
Sinfonia Amazônica (1951 / Anelio Latini) - primeira animação brasileira
Presente de Natal (1971 / Álvaro Henrique Gonçalves) - primeira animação em cores
Cassiopéia (1996 / Clóvis Veira) - Primeiro filme de animação totalmente feito por computador no mundo. Toy Story usou moldes reais para confeccionar os personagens.
Futuro:
Zoom (2016 / Pedro Morelli) - Filme que mistura cenas reais à animação, a co-produção da brasileira O2 com a produtora canadense Rhombus Media, além de já ter ganhado o Ithaca International Fantastic Film Festival como Melhor Filme, está concorrendo por Melhor Roteiro e Melhores Efeitos Visuais no Canadian Screen Awards.
O Oscar sempre esteve atento a esta premiação e a animações fora do padrão comercial, tanto que a categoria já nos trouxe belas pérolas quase desconhecidas como O Segredo de Kells, A Canção do Oceano, Ernest & Celestine, Chico & Rita, O Mágico, Persepolis, entre outros. Desde que apareceu na primeira pré-lista dos indicados da categoria, as chances se tornaram boas. Não entendo, então, porque tanta gente afirma que foi a grande surpresa da lista.
De qualquer maneira, a indicação que, claro, não deve passar disso diante de um concorrente tão forte quanto Divertida Mente, chama a atenção, não apenas para o filme, como para a animação brasileira em si. Uma categoria que vem crescendo muito, não apenas no cinema, como na televisão brasileira, vide séries como Peixonauta, Meu AmigãoZão e a própria turma da Mônica que diversificou muito sua grande, com séries longas e curtas como a Monica Toy que faz enorme sucesso no Youtube.
Pensando nisso, segue uma lista de alguns filmes que acredito que todos devam conhecer.
O Menino e o Mundo (2014 / Alê Abreu)
Começamos com o óbvio menino. Quem ainda não viu, precisa correr para conferir essa bela animação. É um filme extremamente maduro que dialoga com as linguagens experimentais, mas não perde o público de vista, nos dando uma narrativa sólida de amadurecimento. É lindo acompanhar a jornada desse menino dentro de fora da tela.
As Aventuras do Avião Vermelho (2012 / Frederico Pinto, José Maia)
Outra animação recente que merece destaque. Baseado no livro de Erico Veríssimo, As Aventuras do Avião Vermelho é divertida e emocionante ao mesmo tempo. A trama de Fernandinho e a valorização da criatividade infantil é muito bem construída aqui e a animação também não fica atrás com uma técnica que mistura 3D com 2D.
Até que a Sbórnia nos Separe (2013 / Otto Guerra, Ennio Torresan)
Baseada na peça Tangos e Tragédias, essa é uma animação que foca mais no público adulto que infantil ainda que tenha um texto de fácil acesso e até mesmo situações ingenuas para atingir os pequenos. É uma sátira inteligente a nossa sociedade, com muita ironia e criatividade nos diálogos e representações das situações.
Uma História de Amor e Fúria (2013 / Luiz Bolognesi)
Apesar de não ser das minhas preferidas, essa animação foi a primeira brasileira a ganhar o prêmio máximo do Annecy. Uma animação com altos e baixos que reconta a história do Brasil de uma maneira crítica. É também voltada para diversos públicos, tendo no adulto um foco claro, diante das camadas críticas e mensagens que pontua.
Minhocas, o Filme (2013 / Paolo Conti, Arthur Nunes)
Um filme que caiu no esquecimento, sendo bastante subestimado. Minhocas, o filme é infantil, traz muitos clichês e até uma certa ingenuidade, mas é uma obra bem feita, tanto na técnica de stop motion, quanto no roteiro. Merecia ser lembrada e conhecida por todos.
O Grilo Feliz (2001 / Walbercy Ribas)
Walbercy Ribas foi corajoso quando lançou o seu Grilo em 2001, época em que as animações brasileiras não tinham muito espaço, ainda mais com um personagem desconhecido da criançada. Mas, o sucesso foi grande, tanto que gerou uma continuação em 2010 não tão criativa: O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes.
Boi Aruá (1984 / Chico Liberato)
Vem da Bahia essa bela obra que traz para a tela a inspiração da literatura de cordel e o imaginário sertanejo. Boi Aruá marcou pela criatividade e maneira como mistura a cultura local em uma trama universal e capaz de captar a todos. Há metáforas e muita poesia na jornada do vdo fazendeiro Tiburcio e sua peleja com o Boi Aruá.
A Princesa e o Robô (1983 / Mauricio de Sousa)
Mauricio de Sousa já lançou diversos filmes da Turma da Mônica, a grande maioria traz uma copilação de curtas como os CineGibis. Mas, até hoje nada foi melhor que essa segunda animação lançada pelos estúdios. A Princesa e o Robô é uma aventura divertida, criativa e com canções que até hoje ecoam em meus ouvidos.
O Início:
E já que estamos resgatando as animações brasileiras, apenas como registro, as primeiras que foram criadas por aqui, hoje, infelizmente raras, sem restauração, ficamos apenas com os fragmentos encontrados na rede. Mas, até pelas datas, já dá para perceber que animação no Brasil não é coisa de agora e merece mais atenção e respeito.
Sinfonia Amazônica (1951 / Anelio Latini) - primeira animação brasileira
Presente de Natal (1971 / Álvaro Henrique Gonçalves) - primeira animação em cores
Cassiopéia (1996 / Clóvis Veira) - Primeiro filme de animação totalmente feito por computador no mundo. Toy Story usou moldes reais para confeccionar os personagens.
Futuro:
Zoom (2016 / Pedro Morelli) - Filme que mistura cenas reais à animação, a co-produção da brasileira O2 com a produtora canadense Rhombus Media, além de já ter ganhado o Ithaca International Fantastic Film Festival como Melhor Filme, está concorrendo por Melhor Roteiro e Melhores Efeitos Visuais no Canadian Screen Awards.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Animações brasileiras que você precisa conhecer
2016-01-25T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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