
Tudo gira em torno da garotinha Anna, órfã adotada por um casal desconhecido, mas que não consegue se adaptar ao mundo em que vive. Sempre sozinha e calada, rabiscando em seu caderno, ela é enviada pela mãe adotiva para passar um tempo com uns parentes que vivem em uma pequena ilha, em uma tentativa de recuperação. Lá ela conhece a jovem Marnie, mas a garotinha parece envolta em diversos mistérios. O que não impede o nascimento de uma bela amizade e de um amor que pode curar grandes feridas.

A grande mansão no pântano chama, então, a sua atenção, assim como a imagem da garotinha loira sendo penteada em seu quarto. Algo a atrai para aquele lugar, como um sentimento de pertencimento que ela nunca sentiu antes. Pelo menos em suas lembranças recentes.

E o mais interessante é viajar junto com Hiromasa Yonebayashi e os demais roteiristas em quem seria Marnie. Toda a sua aparição e interferência na vida de Anna parece mágica. Seria fruto da imaginação da garotinha solitária? E a forma como tudo vai ser revelado é bonita, sem ser piegas. Há uma pureza de sentimentos que nos passa verdade.
A animação possui um traço simples, econômico, com poucos movimentos e muita imagem estática, mas também é rica em detalhes quando se trata de cenários. Há paisagens belas e planos detalhes cuidadosos. Conseguimos embarcar nesse universo fictício de uma maneira intensa.
As Memórias de Marnie é, então, uma animação admirável, mas que não chega a ser surpreendente. Das cinco candidatas a melhor animação no Oscar desse ano, por exemplo, acaba sendo a mais fraca, mas não por desmérito dela, e sim, pela forte concorrência.
As Memórias de Marnie (Omoide no Mânî, 2015 / Japão)
Direção: Hiromasa Yonebayashi
Roteiro: Keiko Niwa, Masashi Ando, Hiromasa Yonebayashi, David Freedman
Duração: 103 min.