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Caçadores de Emoção: Além do Limite
Caçadores de Emoção: Além do Limite
Em 1991, Kathryn Bigelow lançou um filme de ação onde um policial infiltrado tentava encontrar uma gangue de ladrões de bancos que também eram surfistas. Marcou época e até inspirou o primeiro Velozes e Furiosos. Agora, resolveram fazer um remake dele, que, do original, tem pouca coisa, nos dando um filme tolo com algumas cenas de ação muito boas.
Johnny Utah era um praticante de esportes radicais conhecido na internet. Mas, largou tudo e resolveu treinar para ingressar pro FBI após uma tragédia pessoal. Foi lá que ele descobriu que uma estranha gangue estava realizando roubos ao redor do mundo e que poderiam estar seguindo uma antiga lenda para atingir o nirvana. Assim ele se infiltra entre eles para tentar conseguir provas que possam prendê-los.
É interessante que o roteiro de Kurt Wimmer tenta criar uma trama nova, mas força diversas situações para fazer referências ao original. A começar pelas máscaras de ex-presidentes que fazia sentido no antigo e aqui aparece uma vez de maneira deslocada. Há também a repetição de duas cenas icônicas do primeiro, uma que tem relação com tiros para cima e outra com o mar. Aliás, no mar há outra estrutura forçada no roteiro só para seguir o eco do passado que não cabia aqui.
A própria questão do mito dos oito desafios para atingir o nirvana é frouxa. A construção da história não é crível, assim como a justificativa dos roubos. Como devolver à natureza como agradecimento algo que não é seu? A própria noção da justiça se perde nas explicações. Outro ponto negativo são os diálogos, extremamente expositivos e artificiais. Assim como artificiais e exageradas são as festas que a gangue participa.
Porém, apesar do desnecessário resgate de uma história que funcionava e o roteiro ruim, o filme não é um desperdício completo por causa das cenas de ação. Esportes radicais com boas câmeras e um pouco de criatividade sempre vão funcionar e impressionar na tela grande. As cenas de surf em alto mar são muito bem feitas. A forma como a câmera entra no "tubo" e constrói as imagens é louvável. A descida de snowboard do alto do penhasco também.
Agora, a cena que realmente tira o fôlego é o vôo do grupo de cima dos Alpes. Não apenas pelo cenário ou pela maneira como a câmera segue os personagens em pleno ar, mas também por sua duração. Um plano longo bastante realista que nos faz ter a sensação exata daquela queda. Impressiona. Outra cena bem feita é a da escalada que é capaz de nos dar vertigem.
Claro que as cenas de ação, por si só, não justificam um filme, seria melhor ver um documentário de esportes radicais, ou algo do gênero. A própria ideia de criar um remake de filmes dos anos 80 já está cansando e tem se demonstrado uma investida não muito promissora, pois sempre fica aquém do original. De qualquer maneira, não podemos mesmo dizer que seja um filme completamente inútil, ainda que descartável.
Caçadores de Emoção: Além do Limite (Point Break, 2016 / EUA)
Direção: Ericson Core
Roteiro: Kurt Wimmer
Com: Edgar Ramirez, Luke Bracey, Ray Winstone
Duração: 114 min.
Johnny Utah era um praticante de esportes radicais conhecido na internet. Mas, largou tudo e resolveu treinar para ingressar pro FBI após uma tragédia pessoal. Foi lá que ele descobriu que uma estranha gangue estava realizando roubos ao redor do mundo e que poderiam estar seguindo uma antiga lenda para atingir o nirvana. Assim ele se infiltra entre eles para tentar conseguir provas que possam prendê-los.
É interessante que o roteiro de Kurt Wimmer tenta criar uma trama nova, mas força diversas situações para fazer referências ao original. A começar pelas máscaras de ex-presidentes que fazia sentido no antigo e aqui aparece uma vez de maneira deslocada. Há também a repetição de duas cenas icônicas do primeiro, uma que tem relação com tiros para cima e outra com o mar. Aliás, no mar há outra estrutura forçada no roteiro só para seguir o eco do passado que não cabia aqui.
A própria questão do mito dos oito desafios para atingir o nirvana é frouxa. A construção da história não é crível, assim como a justificativa dos roubos. Como devolver à natureza como agradecimento algo que não é seu? A própria noção da justiça se perde nas explicações. Outro ponto negativo são os diálogos, extremamente expositivos e artificiais. Assim como artificiais e exageradas são as festas que a gangue participa.
Porém, apesar do desnecessário resgate de uma história que funcionava e o roteiro ruim, o filme não é um desperdício completo por causa das cenas de ação. Esportes radicais com boas câmeras e um pouco de criatividade sempre vão funcionar e impressionar na tela grande. As cenas de surf em alto mar são muito bem feitas. A forma como a câmera entra no "tubo" e constrói as imagens é louvável. A descida de snowboard do alto do penhasco também.
Agora, a cena que realmente tira o fôlego é o vôo do grupo de cima dos Alpes. Não apenas pelo cenário ou pela maneira como a câmera segue os personagens em pleno ar, mas também por sua duração. Um plano longo bastante realista que nos faz ter a sensação exata daquela queda. Impressiona. Outra cena bem feita é a da escalada que é capaz de nos dar vertigem.
Claro que as cenas de ação, por si só, não justificam um filme, seria melhor ver um documentário de esportes radicais, ou algo do gênero. A própria ideia de criar um remake de filmes dos anos 80 já está cansando e tem se demonstrado uma investida não muito promissora, pois sempre fica aquém do original. De qualquer maneira, não podemos mesmo dizer que seja um filme completamente inútil, ainda que descartável.
Caçadores de Emoção: Além do Limite (Point Break, 2016 / EUA)
Direção: Ericson Core
Roteiro: Kurt Wimmer
Com: Edgar Ramirez, Luke Bracey, Ray Winstone
Duração: 114 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Caçadores de Emoção: Além do Limite
2016-02-13T08:30:00-03:00
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